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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


VEJA AQUI AS LEITURAS DE HOJE





segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Comentários do Prof. Fernando (Leituras da semana 3 a 9 de outubro de 2010)

Comentários do Prof. Fernando (Leituras da semana 3 a 9 de outubro de 2010)

1ª PARTE = COMENTÁRIO ao 27º DOMINGO do T.Comum

2ª PARTE = Introdução geral às Leituras da 27ª semana do Tempo Comum

· para ver cada leitura numa página: .“serviços/liturgia diária em: http://www.cnbb.org.br/site/#

· para ver todas as leituras numa só Página siga o “Link” clicando na data abaixo

· 03/10 27ºdomingo do Tempo comum : Hab 1,2-3.2,2-4 Sl 95 2Tm 1,6-8.13-14 Lc 17,5-10

04/10 SEGUNDA São Francisco de Assis

05/10 TERÇA da 27ªsemana

06/10 QUARTA da 27ªsemana

07/10 QUINTA Nossa Senhora do Rosário

08/10 SEXTA da 27ªsemana

09/10 SÁBADO da 27ªsemana

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1ª PARTE = as LEITURAS do DOMINGO, 03 de outubro de 2010

1ª. leitura = Habacuc 1,2-3. 2,2-4

O profeta Habacuc, assim como Jeremias, destacam-se entre os Profetas por apresentarem seus questionamentos a Deus enquanto os demais profetas limitam-se a transmitir os questionamentos de Deus ao povo (os Oráculos proferidos). Mas sempre essas perguntas do Profeta supõem a fé na fidelidade divina e Deus é Deus: ele conclui esse diálogo quando e como quer.

O livro de Habacuc só tem três capítulos: no primeiro, os oráculos são a resposta de Deus ao “interrogatório” a que o submete o profeta; o cap.2 compõe-se de cinco oráculos que são maldições diversas desde injustiças sociais até o pecado da idolatria. O cap.final é uma oração litúrgica em tom de lamento e se apresenta como um Salmo.

A leitura de hoje traz dois versos do cap.1 e três versos do cap.2. N pergunta inicial Habacuc reclama com Deus: por que tanta maldade? A resposta de Deus virá em 2,4: Os ímpios confiam apenas em si próprios, e falham; mas o justo confia em mim e vive! Esta frase final tornou-se bem conhecida (em geral com a tradução “o justo viverá pela fé’ pelas argumentações de Paulo (cf. Rom 1, 17 e Gal 3,11) sobre a fé. Como vemos quase em todas as leituras a confiança, a fé, é a grande mensagem bíblica e o centro da pregação evangélica.

2ª. leitura = 2ª carta a Timoteo 1,6-8.13-14

A Timóteo, que é uma autoridade religiosa recomenda-se especialmente o mesmo, aliás, que é pedido a todos os cristãos: guardar o depósito da fé e do amor sem medo ou timidez mas “fortificado pelo poder de Deus”. Novamente a importância da fé, como no evangelho do dia:

Evangelho = segundo Lucas 17,5-10

A fé é um dom precioso que foi derramado pelo Espírito no coração humano. Por isso pedem os apóstolos que o Senhor aumente sua fé. A resposta do Mestre pode ser interpretada como uma certa ironia: ele duvida até se os discípulo têm alguma fé e, exagerando a linguagem afirma que, por menor que seja, a fé pode realizar maravilhas.

Entre os ensinamentos que transmite aos discípulos nessa longa viagem a Jerusalém, segundo o esquema de Lucas, Jesus apresenta, nesse trecho, 4 orientações para o discipulado ou seguimento do Mestre: não atrapalhar a caminhada do outro, ter coragem de intervir também para a correção fraternal e, sobretudo, perdoar; finalmente, na comparação da relação servo-senhor (que seus ouvintes bem entendiam) mostra que eles não devem esperar nenhuma recompensa especial pelo seu serviço. Pode ser, ainda, uma alusão crítica aos chefes religiosos da época que muitas vezes julgavam a observância dos preceitos e costumes como merecedora de recompensa divina.

Afinal, a salvação nos é dada, gratuitamente, como a fé. Sem esse poder que nos foi dado não seríamos nada mais do que “servos inúteis”.

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2ª PARTE = Leituras da semana: Carta aos Gálatas c.1,2 e 3; Ev.: Lucas cap. 10 e 11

(Exceto na quinta, dia 7, dia de Nossa Senhora do Rosário: At 1,12-14 Lc 1,46-55 e Lc 1,26-38)

Carta aos Gálatas – contexto, introdução e comentários de cada dia:

Apesar de não sabermos exatamente que cidades correspondiam à “Galácia” ao tempo dessa Carta ela foi escrita a pagãos convertidos por Paulo,em região da atual Turquia. Posteriormente alguns cristãos de origem judaica argumentavam que era preciso primeiro ser um bom judeu observando a circuncisão e outros preceitos a Lei mosaica. Isso contradizia a pregação paulina que continuava aceitando a Toráh como Escritura enquanto história referente ao caminho de Israel até a condição atual da fé em Jesus Cristo (J.J.Pilch). Daí essa carta em estilo polêmico insistindo sobre o núcleo da Fé.

O esquema geral da Carta pode ser dividido em 5 seções: 1) Saudações e introdução; 2) a pregação de Paulo e sua relação com os outros apóstolos; 3) Um novo modo de fé extraído de explicações da argumentação bíblica; 4) Exortações práticas; 5) Conclusão.

· - Na segunda, dia 4, Paulo lamenta que os gálatas façam confusão entre o Evangelho e outros “evangelhos” ou pregações: Irmãos, asseguro-vos que o evangelho pregado por mim não é conforme a critérios humanos. Com efeito, não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo.

· Na terça, dia 5. Paulo lembra sua condição de Apóstolo pois, tendo sido educado nas tradições de seu povo e tendo sido grande perseguidor dos cristãos, foi chamado diretamente pelo próprio Senhor para pregar entre os não judeus. Antes de começar essa missão reuniu-se com Pedro e os outros líderes do colégio apostólico. Para evitar que os gálatas fossem enganados pelos grupos que desejavam manter, além do evangelho, uma religião judaica, Paulo demonstra que Pedro e os demais aprovaram sua conversão e sua condição de igualdade entre os Apóstolos.

· Na quarta, dia 6, insiste que teve um segundo encontro com Pedro, quatorze anos depois, no qual ficou esclarecido novamente que Paulo estava em harmonia com aqueles “considerados colun as da Igreja” (verso 9). Além disso ficou estabelecida uma espécie de divisão territorial: Pedro e seus colaboradores ficariam com a pregação na Palestina, enquanto Paulo com a pregação tanto a judeus como a pagãos, que viviam fora da Palestina em outras cidades do Império Romano. A reivindicação de igualdade entre Paulo e os demais Apóstolos é tal que lhe permitiu também opor-se a Pedro quando ele agiu exteriormente de forma a contradizer o que ensinava. Paulo preferiu censurá-lo em público exigindo que ele agisse conforme a fé e não para não desagradar alguns ainda preocupados com os costumes religiosos de sua tradição.

· Na sexta, dia 8, Paulo inicia uma série de 4 argumentações bíblicas ou explicações baseadas na Escritura (capítulos 3 e 4). Na primeira (lida nessa sexta-feira) Paulo recorre ao exemplo de Abraão para insistir no tema da Carta: Abraão foi justificado pela fé – até antes de conhecer a Lei mosaica – e nele Deus abençoa também as nações pagãs pela fé, não pela prática da Lei. Lembremos que na evolução da história de Israel a Torah (=instrução, diretriz) que a tradução grega da bíblia chamou de Nomos , quer dizer, “regra” (diretriz explícita) ou “norma” (implícita). Conforme o contexto histórico ou literário essa norma seria um “padrão” (como um acordo a ser cumprido entre dois indivíduos), como “costume” (normas institucionalizadas em sociedade) ou como “lei” (quando essas normas são elevadas à ordem política ou legal). A Toráh foi “lei” em sentido estrito, durante a monarquia na restauração após o exílio em Babilônia (587-537 a.C.), ou seja, enquanto Israel tinha autonomia soberana. Porém, no período helenista (300 a 6 a.C.) e romano (de 6 a.C em diante), ela ficou como costume legitimado por Deus com diversas raízes na família, governo, economia, educação e religião. Após abandonar sua estrita observância dos costumes judaicos e, particularmente, o zelo que tinha pelo cumprimento de todas as prescrições religiosas como bom fariseu que era. Paulo afirma com todos os apóstolos: agora somos justificados pela fé e não mais pelos costumes normativos da lei, pois Deus ressuscitou Jesus constituindo-o Cristo (Messias).

· No sábado, dia 9, Paulo continua a explicação sobre a figura de Abraão e o trecho de nossa leitura pergunta: qual era, então, o papel da Lei? Segundo essa meditação paulina a Toráh servia para a disciplina e moderação como o faziam os pedagogos de antigamente: cuidavam de “levar pela mão as crianças” (é o significado da palavra pedagogo) até a escola cuidando de sua segurança moral e física. Esse papel pedagógico quando Cristo veio e nos trouxe, por assim dizer, a maioridade, pois agora somos todos filhos de Deus pela fé (v.26). As marcas e diferenças de tradições e costumes não são mais importantes assim como “o que vale não é mais ser judeu nem grego; nem escravo nem livre; nem homem nem mulher” (v.28). Infelizmente, entre nós, talvez mais do que entre os gálatas destinatários dessa Carta paulina, há ainda muita preocupação quanto a diferenças. Talvez demos valor demasiado às diferenças culturais, religiosas, tradições, modos exteriores de identificar as próprias crenças e convicções. Isso acontece em nível familiar, paroquial e mesmo dentro do conjunto dos cristãos, para não falar dos grandes grupos no planeta coalhado de diversas culturas e religiões. Os preconceitos têm conduzido até a guerras, desde a antiguidade até os dias atuais.

Lucas (cap. 10 e 11)

Jesus continua a ensinar o caminho para ser discípulo nessa quarta seção do esquema de Lucas: a subida em direção a Jerusalém. Ao final do cap. 10 lemos duas histórias: a parábola do Bom samaritano e o episódio das duas irmãs de Lázaro, Marta e Maria, recebendo Jesus em casa. Para ser discípulo é preciso aprender aproximar-se do outro (o chamado amor ao próximo) e aproximar-se do Senhor (o amor de Deus experimentado na oração).

· Na segunda-feira, 4/10, dia de S. Francisco de Assis, ouvimos a parábola do “Bom Samaritano” (10,25-37) sob re a qual meditamos no dia 11 de julho na 15ª.semana do tempo comum. Nessa ocasião consideramos que, em geral, admiramos os profissionais que cuidam de outros e salvam vidas. Assim, os bombeiros, paramédicos, enfermeiros, médicos, cuidadores de idosos, voluntários no auxílio a vítimas de catástrofes naturais ou o salva-vidas de piscina ou praia. Eles desempenham literalmente o papel de “bons samaritanos” salvando vidas. Mas, todo dia, toda hora, em qualquer lugar onde estivermos, em casa, na rua, no trabalho, no lazer, na vida social, participando da política – nem que seja só como eleitor – criando filhos, sendo filhos, fazendo compras ou fazendo almoço: sempre podemos ter o olhar daquele samaritano. Em nosso coração existe compaixão e só falta arrancá-la de lá, vencendo talvez a preguiça. Aquele que nos deu o seu próprio Espírito nos faz atentos pelo caminho por onde passam todos na vida. Há os que (talvez nós mesmos) são até muito “religiosos” como se diz. Na parábola passaram pelo outro homem, largado à beira do caminho, um “sacerdote” e um “levita” (não podia haver gente mais piedosa em Israel ! ). Mas estavam muito ocupados com suas importantes funções na sociedade!! Ou, quem sabe, tão preocupados em cumprir a lei que não podiam se fazer próximos do outro. Jesus coloca como o único que se aproximou do ferido exatamente um “estrangeiro”, de um povo considerado pelos judeus como pouco ortodoxos, dissidentes da “verdadeira” religião de Israel. O bem não é privilégio dos que pertencem ao clube dos “bons cidadãos” ou, como se diz às “famílias de bem”. Para tentar viver – até na forma exterior como o Mestre – Francisco de Assis radicalizou seu modo de viver tornando-se ele próprio companheiro de estrada, próximo dos excluídos da cidade, buscando uma forma de viver como o Bom Samaritano. Não é preciso nem é possível a todos, imitar o modo de vida franciscano. Mas certamente pode-se aprender com ele que não há humanidade em nós nem à nossa volta sem descobrir, cada um em seu contexto, a maneira de se tornar próximo dos companheiros de estrada.

· Na terça, lemos em Lc 10,38 a instrução de Jesus a Marta (cf.meditação de 18/7 p.p.): uma só coisa é necessária”. Seja em meio às atividades de cada dia (tipificada por Marta preparando o almoço e ocupada com a organização da casa), seja na “escuta”, na oração (simbolizada por Maria sentada aos pés do Mestre) o que importa é estar sintonizado com o Deus que cumpre suas promessas. A isso chamamos confiança ou Fé. Podemos, é verdade, ficar inconformados com nossa vida e nosso trabalho (como Marta. Só não podemos deixar de viver da fé.

· Na quarta, Lc 11, 1-4: Jesus ensina a oração que é o resumo de toda oração. O texto de Mateus, provavelmente adaptado para uso litúrgico, é usado até hoje. O de Lucas é mais breve mas estrutura e conteúdo são basicamente os mesmos. Começa com a adoração e a disposição para participar do “Reino” (Mateus acrescenta que a realização do Reino é o que Deus quer, sua vontade a ser pouco a pouco completamente realizada). O Pai-Nosso continua com os pedidos da confiança, reconhecendo que o Deus da vida nos quer vivos e nos sustenta. Mas, com o pão, ele nos dá seu Espírito com ternura e afeto – que se expressa no perdão de nossos desvios ou pecados. E assim aprendemos também a tratar os outros como ele nos trata. (os pecados) pelo que aprendemos também a perdoar os outros. Ele nos sustenta também para não cair sob as provações e tentações. E assim, conforme o acréscimo em Mateus, ficamos livres de todo mal.

· Na sexta, dia 8, Jesus deixa claro que na aceitação do Reino não existe meio-termo “quem não está comigo está contra mim”. É preciso escolher: ou aceitamos a fé no Deus que quer a vida e não a morte, a liberdade e não o cativeiro sob todo tipo de demônios, ou colocamos nossa confiança em falsas seguranças. Com essas nos tornamos, ao contrário, mais suscetíveis à dominação de mais inimigos do que antes... S.João Cassiano que, ao lado de Agostinho, foi uma das figuras mais importantes do Cristianismo do séc.IV, dizia: Se o Reino de Deus está dentro de nós e consiste na justiça, paz e alegria, quem permanece nessas virtudes está certamente no Reino de Deus; quem, ao contrario, vive na injustiça, discórdia e tristeza que produzem a morte está sujeito ao reino do diabo, do inferno e da morte; pois é por essas marcas que podemos discernir os dois reinos (cf. Cassien, J., Conférences, tom.1, p.91, Du Cerf, Paris, 171)

· No sábado, dia 9, Jesus responde ao elogio feito à sua mãe, insinuando que a verdadeira grandeza dela – mais do que na maternidade – estava em escutar a Palavra e observá-la.

( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )

domingo, 26 de setembro de 2010

ANO C - O POBRE LÁZARO E O HOMEM RICO

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HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO

26 DE SETEMBRO DE 2010

ANO C

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PODEMOS E DEVEMOS FAZER O CONTROLE DE NATALIDADE SEM MATAR INOCENTES! PENSE, DEPOIS VOTE.

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Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as demais religiões. Cristãs e não cristãs.

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VÁRIOS COMENTÁRIOS PARA ENRIQUECER SUA HOMILIA. BOA CELEBRAÇÃO.

MUITO OBRIGADO PELOS ELOGIOS. EU OS REENVIO AO ESPÍRITO SANTO

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO DESTE DOMINGO

Comentários do Prof. Fernando

TEMPOS DE ELEIÇÕES – FIQUE ESPERTO

Prezado leitor. No atual momento em que estamos vivendo, (setembro – outubro de 2010), os noticiários falam de um Brasil bem administrado, que acabou de superar uma crise internacional, um Brasil com uma economia quase chegando ao equilíbrio e ao pleno emprego, e apesar de mostrar muitos crimes, falam também de um Brasil auto-suficiente em petróleo, já pertencente ao grupo dos países exportadores. Isso sem falar no sucesso do etanol e dos nossos carros totalmente flexíveis. Que maravilha! Estamos orgulhosos de ser brasileiros!

Porém, neste mesmo momento de expectativas pelas próximas eleições, é importante lembrar o que os noticiários também falaram dias atrás sobre umas leis que estariam sendo tramitadas. Leis que, se ouvimos ou se entendemos direito, elas seriam a favor do aborto e do casamento de pessoas do mesmo sexo, e que enquadrariam de discriminadores, a todos que fizesse qualquer comentário a respeito dessas leis. Como católicos estamos preocupados. Já imaginou um sacerdote ser preso por se recusar celebrar um casamento?

Entendemos que em uma eleição, assim como qualquer disputa, seja de futebol, como de qualquer modalidade esportiva, os participantes precisam obedecer a todo o regulamento e deve vencer o melhor.

Não estamos aqui para atacar ou defender este ou aquele partido, nem para julgar ninguém de qualquer raça, cor, credo religioso, preferência sexual, etc. Isto porque se somos cristãos, somos seguidores daquele que não discriminou ninguém e nos ensinou que não devemos julgar para não sermos julgados.

PORÉM, IMPLORAMOS AOS LEGISLADORES DESTAS REFERIDAS LEIS QUE PENSEM NAS SUAS CONSEQÜÊNCIAS, QUE REVEJAM ISSO E PUBLIQUEM A REVISÃO ENQUANTO É TEMPO. DE PREFERÊNCIA ANTES DAS ELEIÇÕES, QUE FAÇAM UMA AVALIAÇÃO DO FUTURO DOS NOSSOS JOVENS TENDO EM VISTA OS PASSOS QUE ELES ESTÃO DANDO AGORA.

Nosso objetivo é promover a salvação e a paz de Cristo a todos os irmãos: Aos brasileiros, independente de suas origens, de suas escalas de valores, de suas preferências, de seus poderes políticos, econômicos e sociais.

Porque nós acreditamos que somos todos irmãos, somos todos filhos de um mesmo Deus, embora o queiramos ou não.

A PAZ DE CRISTO.

Sal.

AINDA ESTÁ COM DÚVIDAS? ENTÃO LEIA:

1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO
3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA
4°) HONRAR PAI E MÃE
5°) NÃO MATAR
6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE
7°) NÃO ROUBAR
8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO
9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO
10°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS

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VERDE. 26º DOMINGO TEMPO COMUM

INTRODUÇÃO

Nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, para a Casa do Pai.

Com o exemplo do rico e do pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu. O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”. No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando “a festa” findasse. Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.

Porém, o que nós precisamos estar atentos é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer. Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser “enterrados” . No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.

Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS. Não apenas com aqueles que são para nós os mais queridos , não somente para com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática.

O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores. Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza.

Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora! Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!” E isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra. Meu irmão, minha irmã vamos refletir:Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas – Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?

Amém

Abraço carinhoso

MARIA REGINA

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O POBRE E O RICO

Hoje é domingo. No domingo nós vamos à missa para nos aproximar de Deus presente nas leituras, na Eucaristia e na companhia dos irmãos. Ontem foi sábado, e quantos jovens não se afastaram de Deus! Jovens que até estavam indo no caminho certo em direção à casa do Pai. Jovens que até iam à missa mas ontem se desviaram de caminho. Do caminho ao encontro de Jesus. Foi quando satanás lhe apareceu na figura de uma morena ou loira irresistível! Ou quando os amigos lhe fizeram propostas de diversão de alta tensão, de alta voltagem! Neste momento estes jovens estão se sentindo envergonhados, vazios, perdidos, e sem saber o que fazer.

No evangelho de hoje Jesus nos fala com muita clareza da existência do inferno. Essa realidade em que começamos a nos dirigir para ela aqui mesmo na terra em plena vida. Alguns dizem que o inferno é isso aqui mesmo. Não é não! As torturas desta vida não chegam aos pés das torturas de lá. Não queira ir para lá! Os pequenos sofrimentos que temos aqui, são cruzes que temos de suportar exatamente para nos purificar e não ter de um dia estar naquele fogo ardente onde haverá choro e ranger de dentes.

Se você agora der uma olhada em volta na igreja, perceberá poucos jovens presentes. Porque será que está acontecendo isso? É porque os atrativos do mundo são mais fortes que os atrativos nossos para trazê-los para a missa. Será que estamos preocupados com isso? Será que estamos pensando em uma solução? Será que não podemos fazer mesmo nada? Só rezar por eles?

Aquele homem rico fazia festas e se divertia direto, não estava nem um pouquinho preocupado com o futuro de sua alma. Afinal, para ele o dinheiro fala mais alto. O dinheiro lhe dá tudo nesta vida. Ele não sabe ou nem quer saber de outra vida. Quer mesmo é viver em alta velocidade e aproveitar tudo que tem direito, sem se importar com os pobres.

Assim como este rico, o pobre Lázaro são todos os pobres da sociedade de hoje, que clamam com voz rouca os seus direitos diante dos poderosos, e não são ouvidos. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. Quantos de nós não fazemos isso? Não somente os catadores e aproveitadores do lixão, mas muitos de nós tentamos sobreviver com as migalhas de um salário que nos sobram das mesas dos ricos.

Mas “Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Ou seja, o pobre foi para o Céu, foi para junto de Deus. Não tenhamos inveja do sorriso despreocupado dos ricos, nem de toda a sua propriedade e de todo o seu conforto. O que sobra na vida dele é o que está faltando na nossa vida. E o que está faltando agora na nossa vida, é o que teremos de sobra na Vida Eterna, convertido em felicidade eterna.

“Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado.”

É isso aí, prezados irmãos. Essa é a lógica de Deus. Se você é muito rico(a), não se sinta agora já no inferno. Porque os ricos também podem se salvar. Seja caridosa(o), nem precisa vender tudo e dar o dinheiro aos pobres. Mas você pode criar alguma instituição de caridade, pode fazer algum empreendimento que gere empregos, pode ser mais humano(a) com seus subalternos, com seus empregados, enfim, pode ser bem mais caridoso(a)! O difícil, o que está lhe faltando, sabe o que é? É começar.

Sal

ANO C - O POBRE LÁZARO E O HOMEM RICO - TRÊS HOMILIAS

Homilia do Padre Françoá Costa – XXVI Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Moderação

Tendo em conta o Evangelho de hoje, poderíamos meditar sobre o desprendimento, sobre a importância de viver a solidariedade, sobre a outra vida, sobre a conversão etc. No entanto, o primeiro versículo me atraiu fortemente, “havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava” (Lc 16,19), e fico com ele. Vamos chamar esse tipo de leitura da Sagrada Escritura uma “leitura de impacto”: deixar-se impressionar pelo versículo bíblico que mais chamou a sua atenção num determinado momento.

Os espanhóis deram até um nome ao homem rico, Epulón; vem de epula, ae do latim, que significa banquete. Epulón significaria o mesmo que comilão. Penso que esse nome faz jus ao que nos diz o relato evangélico: “se banqueteava e se regalava”. Imagino-o sentado à mesa, servido por várias pessoas e comendo somente aquilo que ele gostava, preparado da melhor maneira possível e com um requinte quase inimaginável. Ademais, sempre vestido segundo a última moda da época, “de púrpura e linho finíssimo”. Epulón devia ser tão cuidadoso para arrumar-se que poderíamos classificá-lo entre esses homens que, segundo dizem por aí, passam horas nos salões de beleza, sempre se vestem segundo a moda – inclusive criando modas – e adoram exibir a própria beleza por todas as partes. Na verdade, Epulón parece até um pouco amaneirado.

Será que a conclusão é que não se pode nem comer bem nem vestir-se bem para ser um bom cristão? Não! De fato, a roupa de Jesus devia ser de qualidade, pois os soldados “tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura” (Jo 19,23); em Betânia, ele aceitou que aquela mulher derramasse sobre a sua cabeça “um vaso de alabastro cheio de um perfume de nardo puro, de grande preço” (Mc 14,3); num dos banquetes que Jesus participou, reclamou a etiqueta requerida: “Entrei em tua asa e não me deste água para lavar os pés (…). Não me deste o ósculo (…). Não me ungiste a cabeça com óleo (…)” (Lc 7,44-46). Lembremo-nos que Jesus foi educado pela Santíssima Virgem Maria e, por tanto, estava bem educado.

Todas as coisas criadas por Deus são boas. É preciso que nós amemos essa bondade natural e demos graças a Deus por ela. Não podemos ver as coisas do mundo (no sentido de “criação de Deus”) como uma ameaça à nossa santidade. Pois, “Deus contemplou a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Mais ainda, o Senhor deu inteligência ao ser humano para que fosse criativo. O importante é que nós saibamos utilizar as coisas boas do nosso Pai do céu com a moderação requerida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31). Ao utilizar as coisas desse mundo, o cristão deve ter como regra de conduta a glória de Deus e o bem dos demais. Uma mulher que se veste bem e se maquia pensando no seu esposo, além de estar alinhada, dá glória a Deus e faz uma obra de caridade. Como eu gostaria que surgissem estilistas com mente cristã que fizessem roupas elegantes e decentes ao mesmo tempo para que as mulheres andassem bem vestidas, também com a virtude do pudor! Um homem também tem que ter bom gosto, sem exagerações e sem afeminar-se. Pertence à natureza das coisas que a mulher se preocupe mais com a aparência externa que o homem. Isso é normal! Não tem nenhum problema. Porém, em tudo é louvável a moderação.

Conheço uma pessoa que costuma dizer que não gosta de café sem cafeína, nem de Coca-Cola light, nem de cerveja sem álcool, defendendo que as coisas devem permanecer na sua essência. Dizia também essa pessoa que nessa sem-essência de muitas coisas atuais via uma figura do que pode ser uma vida sem essência: pensamento vazio, vontade debilitada, prazer sem compromisso, religião sem levar Deus em sério. O leitor verá se essa pessoa tem ou não razão na sua comparação, mas o fato é que esse indivíduo sempre toma cerveja com álcool, Coca-Cola normal e café – como diz ele – de verdade. E continuará fazendo isso até que os médicos lhe digam o contrário! Pelo menos numa coisa temos que estar de acordo: corremos o risco de levar uma vida sem essência.

“Setenta anos é o total de nossa vida, os mais fortes chegam aos oitenta. A maior parte deles, sofrimento e vaidade, porque o tempo passa depressa e desaparecemos” (Sl 89,10). Pelo menos aproveitemos esses poucos anos, quantos Deus nos conceda, para dar-lhe glória e ajudar os irmãos através de uma vida honesta, sóbria, moderada, bem modelada pelo único modelo de todos os santos, Jesus Cristo.

Pe. Françoá Costa

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – XXVI Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Am 6,1a.4-7
Sl 145
1Tm 6,11-16
Lc 16,19-31

Antes de entrar no tema próprio da Palavra de Deus deste Domingo, convém chamar atenção para três idéias do Evangelho que desmentem três erros que se pregam por aí a fora:

(1) Jesus hoje desmente os que afirmam que os mortos estão dormindo. É verdade que, antes do Exílio de Babilônia, quando ainda não se sabia em Israel que havia ressurreição, os judeus e seus textos bíblicos diziam que quem morria ia dormir junto com os pais no sheol. Tal idéia foi superada já no próprio Antigo Testamento, quando Israel compreendeu que o Senhor nos reserva a ressurreição. Então, os judeus pensavam que quem morresse, ficava bem vivo, na mansão dos mortos, à espera do Julgamento Final. Já aí, havia uma mansão dos mortos de refrigério e paz e uma mansão dos mortos de tormento. É esta crença que Jesus supõe ao contar a parábola do mau rico e do pobre Lázaro. Então, nem mesmo para os judeus, que não conheciam o Messias, os mortos ficavam dormindo! Quanto mais para nós, cristãos, que sabemos que “nem a morte nem a vida nos poderão separar do amor de Cristo” (Rm 8,38-39). Afirmar que os mortos em Cristo ficam dormindo é desconhecer o poder da ressurreição de Nosso Senhor. Muito pelo contrário, como para São Paulo, o desejo do cristão é “partir para estar com Cristo” (Fl 1,23). Deus nos livre da miséria de pensar que os mortos em Cristo ficam presos no sono da morte!

(2) Outro erro que a parábola corrige é o de quem prega que o inferno não é eterno. Muitas vezes nas Escrituras – e aqui também – Jesus deixou claro que o céu e o inferno são por toda a eternidade. Na parábola, aparece claro que “há um grande abismo” entre um e outro! Assim, cuidemos bem de viver unidos ao Senhor nesta única vida que temos, pois “é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento” (Hb 9,27). Que ninguém se iluda com falsas esperanças e vãs ilusões, como a reencarnação!

(3) Note-se também como os mortos não podem voltar, para se comunicarem com os vivos. O cristão deve viver orientado pela Palavra de Deus e não pela doutrina dos mortos! Morto não tem doutrina, morto não volta, morto não se comunica com os vivos! Além do mais, os judeus não pensavam que os espíritos se comunicassem com os vivos. Observe-se que o que o rico pede é que Lázaro ressuscite, não que apareça aos vivos como um espírito desencarnado. Daí, a resposta de Jesus: “Eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”!

Com estes esclarecimentos, vamos à mensagem da Palavra para este hoje. Jesus continua o tema de domingo passado, quando nos exortou a fazer amigos com o dinheiro injusto. Este é o pecado do rico do Evangelho de hoje: não fez amigos com suas riquezas. Se tivesse aberto o coração para Lázaro, teria um amigo a recebê-lo no céu! É importante notar que esse rico não roubou, não ganhou seu dinheiro matando ou fazendo mal aos outros. Seu pecado foi unicamente viver somente para si: “se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias”. Ele foi incapaz de enxergar o “pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava no chão”, à sua porta. “Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas”. O rico nunca se incomodou com aquele pobre, nunca perguntou o seu nome, nunca procurou saber sua história, nunca abriu a mão para ajudá-lo, nunca deu-lhe um pouco de seu tempo. O rico jamais pensou que aquele pobre, cujo nome ninguém importante conhecia, era conhecido e amado por Deus. Não deixa de ser impressionante que Jesus chama o miserável pelo nome, mas ignora o nome do rico! É que o Senhor se inclina para o pobre, mas olha o rico de longe! Afinal, os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos!

É esta falta de compaixão e de solidariedade que Jesus não suporta, sobretudo nos seus discípulos; não suporta em nós. Já no Antigo Testamento, Deus recrimina duramente os ricos de Israel: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que s e sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho; os que cantam ao som da harpa, bebem vinho em taças, se perfumam com os mais finos ungüentos e não se preocupam com a ruína de José”. É necessário que compreendamos isso: não podemos ser cristãos sem nos dar conta da dor dos irmãos, seja em âmbito pessoal seja em âmbito social. Olhemos em volta: a enorme parábola do mau rico e do pobre Lázaro se repetindo nos tantos e tantos pobres do nosso País, do nosso Estado, da nossa Cidade, muitas vezes bem ao lado da nossa indiferença. Como o mau rico, estamos nos acostumando com os meninos de rua, com os cheira-colas, com os miseráveis e os favelados, com o assassinato dos moradores de rua… A advertência do Senhor é duríssima: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião… e não se preocupam com a ruína de José!”

Talvez, ouvindo essas palavras, alguém pergunte: mas, que posso eu fazer? Pois eu digo: comece por votar com vergonha nestas eleições municipais! Não vote nos ladrões, não vote por interesse, não vote nos corruptos, não vote nos descomprometidos com os mais fracos, não vote em que não tem nada além de palavras e promessas vazias! Vote com sua consciência, vote buscando o bem comum. Dê-se ao trabalho de escolher com cuidado seus candidatos, dê-se ao trabalho, por amor aos pobres, de pensar bem em quem votar! Só isso? Não! Olhe quem está ao seu lado: no trabalho, na rua, no sinal de trânsito, no seu caminho. Olhe quem precisa de você: abra o coração, abra os olhos, abras as mãos, faça-se próximo do seu irmão e ele o receberá nas moradas eternas.

Durante dois domingos seguidos o Senhor nos alertou para nosso modo de usar nossos bens. Fomos avisados! Um dia, ele nos pedirá contas! Que pela sua graça, nós tenhamos, um dia, amigos que nos recebam nas moradas eternas. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa

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Homilia do Mons. José Maria – XXVI Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Os Ricos e a Salvação

O Evangelho (Lc 16, 19-31) descreve-nos um homem que não soube tirar o proveito dos seus bens. Ao invés de ganhar com eles o Céu, perdeu-o para sempre. Tratava-se de um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho, e que todos os dias fazia festas esplêndidas; muito perto dele, à sua porta, estava deitado um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cães lambiam as suas feridas.

A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola tem fortes contrastes: grande abundância num, extrema necessidade no outro. O homem rico vive para si, como se Deus não existisse. Esqueceu uma coisa que o Senhor recorda com muita freqüência: não somos donos dos bens matérias, mas administradores.

O homem rico não está contra Deus nem oprime o pobre! Apenas está cego para as necessidades alheias. O seu pecado foi não ter visto Lázaro, a quem poderia ter feito feliz com um pouco menos de egoísmo e um pouco mais de despreocupação pelas suas próprias coisas. Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”

O egoísmo, que muitas vezes se concretiza na ânsia de usufruir sem medida os bens materiais, leva a tratar as pessoas como coisas; como coisas sem valor. Pensemos hoje que todos temos ao nosso redor pessoas necessitadas, como Lázaro. E não esqueçamos que os bens que recebemos para administrar generosamente são também o afeto, a amizade, a compreensão, a cordialidade, as palavras de ânimo…

Do uso que façamos dos bens que Deus depositou nas nossas mãos depende a vida eterna. Estamos num tempo de merecer! Por isso, o Senhor nos dirá: “É melhor dar do que receber” (At 20, 25). Ganhamos mais dando do que recebendo: ganhamos o Céu! A caridade é sempre realização do Reino dos Céus e é a única bagagem que restará neste mundo que passa. E devemos estar atentos, pois Lázaro pode estar no nosso próprio lar, no escritório ou na oficina em que trabalhamos.

A parábola ensina a sobrevivência da alma após a morte e que, imediatamente depois da morte a alma é julgada por Deus de todos os seus atos – juízo particular –, recebendo o prêmio ou o castigo merecidos; que a Revelação divina é, de per si, suficiente para que os homens creiam no mais além.

Também ensina que quem morre não volta mais! Que não existe reencarnação! Quem salva o homem é Jesus Cristo, não o próprio homem que vai pagando as suas faltas, cada vez que reencarna. Quem tem fé em Cristo e o aceita como salvador rejeita o espiritismo e a sua doutrina, a reencarnação. Em Hb 9, 27 diz o Senhor: “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo.”

Noutra ordem de idéias, a parábola ensina também a dignidade de toda a pessoa humana pelo fato de o ser, independentemente da sua posição social, econômica, cultural, religiosa, etc.

“Entre vós e nós existe um abismo”, disse Abraão ao rico, manifestando que depois da morte e ressurreição não haverá lugar para penitência alguma. Nem os ímpios se arrependerão e entrarão no Reino, nem os justos pecarão e descerão para o inferno. Este é um abismo intransponível. Por isso se compreendem as palavras de São João Crisóstomo: “Rogo-vos e peço-vos e, abraçado aos vossos pés, suplico-vos que, enquanto gozemos desta pequena respiração da vida, nos arrependamos, nos convertamos, no tornemos melhores, para que não nos lamentemos inutilmente como aquele rico quando morrermos e o pranto não nos traga remédio algum. Porque ainda que tenhas um pai ou um filho ou um amigo ou qualquer outro que tenha influência diante de Deus, todavia, ninguém te livrará, sendo como são os teus próprios fatos (atos) que te condenam.”

Exorta São Paulo em 1 Tm 6, 10: “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro e que muitos perderam a fé por causa disso.” O mesmo S. Paulo nos convida: “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para qual foste chamado…” (1 Tm 6, 12).

Nós fomos eleitos para ser fermento que transforma e santifica as realidades terrenas. A sobriedade, a temperança, o despreendimento hão de levar-nos ao mesmo tempo a sermos generosos: ajudando os mais necessitados, levando adiante – com o nosso tempo, com os talentos que recebemos de Deus, com os bens materiais na medida das nossas possibilidades – obras boas, que elevem o nível de formação, de cultura, de atendimento aos doentes… Ou seja, com o coração em Deus e voltado para o próximo.

Não vos conformeis com este mundo…” (Rm 12, 2). Quando se vive com o coração posto nos bens materiais, as necessidades dos outros escapam-nos; é como se não existissem. O rico da parábola “foi condenado porque nem sequer percebeu a presença de Lázaro, da pessoa que se sentava à sua porta e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da sua mesa” ( Sto. Agostinho).

Façamos bom uso dos bens materiais. Jesus vê na riqueza o perigo mais grave de auto-suficiência, de afastamento de Deus e de insensibilidade para com o próximo.

Mons. José Maria Pereira



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LÁZARO E O RICO

Domingo, 26 de setembro de 2010

A beleza é uma forma da genialidade, aliás, é superior à genialidade na medida em que não precisa de comentário. Ela é um dos grandes fatos do mundo, assim como a luz do Sol, ou a primavera, ou a miragem na água escura daquela concha de prata que chamamos de lua. Não pode ser interrogada, é soberana por direito divino.

Oscar Wilde

Amanhã talvez seja tarde

Lc 16,19-31

A indiferença que mata

" Quando você perde a relação da riqueza com os pobres está empenhada em aumentar sua riqueza , juros e lucros. a partilha da riqueza não é insensível ao sofrimento e precipitado no abismo do qual é impossível sair ".

A liturgia deste domingo relata a primeira leitura de Amos e do Evangelho, através da reflexão sobre o uso de duas personagens confrontam riqueza: o pobre Lázaro e do rico da parábola.

bem-estar econômico foi o que fez o rico de esquecer a palavra de Deus e estar atento ao sofrimento dos pobres.

A parábola não pretende condenar a riqueza , como tal, uma vez que esta é uma bênção de Deus, uma expressão de sua vontade de amor para o homem está bem e feliz. O centro do relato de Lucas não é tanto a riqueza, mas a atitude dos ricos para os pobres , a indiferença ", um mendigo chamado Lázaro foi colocada em sua porta, coberto de chagas , e querendo ser alimentado com o que puxou o mesa do homem rico , e até mesmo os cães se aproximou dele para lamber suas feridas. "

A falha imperdoável do rico da parábola de Lucas está vestida de roxo ou festa todo dia , mas têm ignorado e cancelou a relação que deve existir entre a riqueza ea pobreza de Lázaro. Lázaro poderia ter compartilhado com nenhum fim em sua riqueza. Ignorando o relacionamento com Lázaro cai na irreversível e sem sentença de recurso: "filho ... recorda que recebeste os teus bens em vida e Lázaro por sua vez mal aqui, o consolo , enquanto você sofre. E entre nós e você abrir um fosso , para que eles não podem cruzar , mesmo que eles querem, daqui a você, e pode se mover de lá para nós. "

Quando a riqueza perdida a relação com os pobres está empenhada em aumentar sua riqueza , juros e lucros. a partilha da riqueza não é insensível ao sofrimento e precipitado no abismo do qual é impossível escapar : " O homem rico morreu e foi sepultado no inferno, estando em tormentos, ergueu os olhos e viu Abraão e Lázaro longe perto dele ...". O inferno que precipita a riqueza é a indiferença.

Esta é a parábola do rico indiferentes ao dinheiro que ele perdeu a consciência, é a parábola da indiferença ao princípio e alto padrão de vida .

Aqui não é riqueza, mas a indiferença do coração, que deforma a impedir que a riqueza ser um sinal de comunhão

Você pode, você consegue.

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ!

Professor Isaías da Costa

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O POBRE LÁZARO, E O RICO.

XXVI Domingo do Tempo Comum

A liturgia do XXVI Domingo do Tempo Comum propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo… Convida-nos a vê-los, não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.

Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia violentamente uma classe dirigente ociosa, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres e que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O profeta anuncia que Deus não vai pactuar com esta situação, pois este sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projeto que Deus sonhou para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta-nos, através da parábola do rico e do pobre Lázaro, uma catequese sobre a posse dos bens… Na perspectiva de Lucas, a riqueza é sempre um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de dons de Deus que se destinam a todos os homens… Por isso, o rico é condenado e Lázaro recompensado.

A segunda leitura não apresenta uma relação direta com o tema deste domingo… Traça o perfil do “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que seja paciente, brando, justo e que transmita fielmente a proposta de Jesus. Poderíamos, também, acrescentar que é alguém que não viva para si, mas que viva para partilhar tudo o que é e que tem com os irmãos?

Primeira Leitura - Leitura da Profecia de Amós (Am 6,1a.4-7)

Assim diz o Senhor todo-poderoso: 1aAi dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! 4Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; 5os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; 6os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos ungüentos e não se preocupam com a ruína de José.
7Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.
Palavra do Senhor

Salmo Responsorial - Salmo 145

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

Ele ampara a viúva e o órfão,
mas confunde o caminho dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

Segunda Leitura - Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo (1Tm 6,11-16)

11Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.
13Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.
15Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e
único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.
Palavra do Senhor

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 16,19-31)

Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “19Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.
23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.
29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’.
31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
Palavra da Salvação

Comentário - A miséria da prosperidade

Subindo para Jerusalém, quando seu caminho estava para se concluir, Jesus ensinou uma vez mais a suas discípulas e discípulos sobre um perigosíssimo ídolo: o deus da riqueza, que conta com muitos amigos. Diz-nos o evangelista Lucas que Jesus dirigiu uma parábola (a do rico epulón - homem que come e bebe muito -, o pobre Lázaro e o patriarca Abraão) a uns fariseos que o estavam escutando, “que eram amigos do dinheiro, e se burlavam dele”

Quando o dinheiro se converte em ídolo

Os amigos/as do dinheiro e quem he dão culto, estão muito bem descritos na figura do rico epulón:

Têm de tudo;

Encontram-se numa posição social alta;

Se vestem com luxo (púrpura e linho),

Organizam banquetes sem cessar;

Fazem ostentação do que têm.

No entanto, não têm identidade, nem nome. Suas riquezas vão convertê-los dentro de muito pouco nos mais pobres dos pobres, nos mais necessitados dos necessitados. Ver-se-ão absolutamente vazios, somente serão recordados pelo seu egoísmo!

Enquanto põem seu dinheiro ao serviço de si mesmo, “não se doem do desastre”, da situação de milhões de seres humanos (Amós).

O pobre da parábola tem nome! Tem identidade! Chama-se Eleazar, Lázaro, isto é, “Deus ajuda, socorre”. O rico não lhe olha a cara, ainda que esteja doente e necessitado. Os cães se aproximam dele. É a única vida que bate junto a uma vida humana tão desgastada… Jaz, débil, à porta do rico. Quer saciar-se das migalhas, que caem da mesa do rico. Porém, ainda que não tenha bens, tem uma reserva impressionante dentro do coração: num dia próximo será levado ao Paraíso.

A miséria da prosperidade

Uma boa re-tradução desta parábola encontrei num livro, publicado faz poucos anos por Pascal Bruckner e o qual tem o titulo: “Miséria da prosperidade”. Nele o autor nos faz ver como o ser humano que põe toda sua vida ao serviço da economia, do dinheiro, põem em perigo os valores que lhe dão identidade: saúde, cultura, educação, enriquecimento moral, espiritualidade. Quando a economia se converte em religião, no único poder que controla todo o resto começa a tremer! Esta religião tem seus templos, seus sacerdotes, seus missionários. Mas produz e reproduz uma grande miséria moral. O coração encolhe-se, torna-se pedra, a inteligência perde sua capacidade da verdade, a fantasia torna-se obsessiva e renúncia a sua criatividade.

O dinheiro, a economia - convertidos em religião - são ao mesmo tempo ídolos indecentes - diz Bruckner - porque os ricos precisam cada vez menos dos pobres para enriquecer-se. Então ficam os pobres Lázaros que nem recebem as migalhas, que não parecem rentáveis nem como trabalhadores. Por isso, se reduzem os empregos; deixam os Lázaros vagar à sua sorte. Busca-se uma racionalização do trabalho, a automação, para assim compartilhar menos e ganhar mais. Depois da desgraça da exploração dos pobres, chegou outra desgraça muito pior: o pobre deixou de ser explorável! Por isso se pressente que a pobreza nunca será vencida nos países desenvolvidos. Se antes se esperava que a economia livrasse da necessidade o ser humano, agora nos perguntamos: quem poderá livrar o ser humano da economia? Supõe-se que o dinheiro nos livra de nossas preocupações, mas sem nos dar conta, se transforma em nossa máxima preocupação. Para ter dinheiro temos que pagar um altíssimo preço, que nos torna demasiadamente vulneráveis.

Então temos países da África, da América, da Ásia, convertidos nos espaços de Lázaro, mal visitados, apenas contemplados, não são levados em conta. Onde não há alianças, nem ajuda. Onde a palavra "crescimento econômico" parece ridícula.

O que o dinheiro não pode comprar

O dinheiro só serve para uma parte da vida. Nela se pode desfrutar. Mas chega outra, na qual o dinheiro já não serve de nada. E é, então, quando um pode-se encontrar na maior miséria. Talvez, nem sequer faça falta morrer fisicamente. São outras mortes que acontecem antes da morte final: o dinheiro não compra o amor, não compra a espiritualidade, nem a saúde do corpo… O sistema econômico conseguido com muitíssimo esforço e dedicação pode desmoronar como um castelo de cartas, num instante e a pessoa que confiou no dinheiro, se descobrirá vazia, pavorosamente vazia. O poder econômico, não salva! E isto deve ser dito aos nossos políticos, tão preocupados pelo crescimento econômico, e tão despreocupados pelo crescimento espiritual de nossa gente.

E se isto sucede aqui, nesta vida, de que servirá o dinheiro para a outra vida? O abismo que aqui se abre entre pobres e ricos, se torna muito mais abismal no misterioso futuro que nos espera. Isto significa que o egoísmo não tem futuro. Só o amor permanece.

E como convencer as pessoas disto? Aqui o Mestre Jesus mostra-se muito cauteloso. As pessoas gostam de espetáculos, sobretudo, se são milagrosos. Queima-lhes a curiosidade e o entretenimento. Mas que não lhe falem de conversão, de transformação de vida. Não crêem na ressurreição de Jesus, vão crer na ressurreição de Lázaro? Aí está a Palavra da Sabedoria: a Palavra de Deus que nos acompanha permanentemente. Façamos-lhe caso! O Mestre sempre se remete à Sagrada Escritura, dado que em sua ressurreição não crêem, nem creriam ainda que Lázaro ressuscitasse. Não bastam os milagres para suscitar a fé. A palavra anunciada, a boa e bela notícia proclamada é a que conduz à confiança, à fé.

Há aqui as conseqüências da avareza, da vida e do luxo desenfreado, de quem faz crescer seu patrimônio, a custa dos mais pobres, sem acolher nunca nos necessitados.

Profeta do essencial

Quero concluir minha reflexão, referindo-me a um homem que me recorda Lázaro e que já se encontra no seio de Deus. Refiro-me a Jesus Burgaleta, presbítero, professor de Teologia no Instituto Superior de Pastoral da Universidade Pontifícia de Salamanca, com sede em Madri. Faz poucos dias e ele se foi e deixou seu vazio nas classes que já estavam programadas. Para mim foi Jesus Burgaleta, profeta do essencial. Tinha tudo em absoluta precariedade, menos o essencial. Era como o pobre Lázaro, cheio de chagas, precisado de sangue para viver. Mas era capaz de denunciar esse abismo que nos separa uns dos outros, que nos impede sermos irmãos, de viver em comunhão. Ele era feliz com “o essencial”. Tinha a liberdade de quem vive com o único necessário e, por isso, não se submetia a ninguém, não fazia pactos interessados, era livre. Só ante seu Senhor e sua Páscoa se inclinava! Não queria homenagens, nem reconhecimentos, nem se vestia luxuosamente, nem andava de braços dados com os poderosos.

Tenho-me recordado de Lázaro nestes dias. O grande Joaquim Jeremías, exegeta protestante, comentando a parábola do rico epulón dizia que é provável que por trás desta tivesse um relato popular sobre o qual o Senhor elaborou sua parábola: tratava-se da história do rico Bar Mayam e o pobre escriba, temeroso de Deus. Ambos morreram. Ao Bar Mayam fizeram-lhe um grande funeral com todas as autoridades e honras fúnebres. Ao pobre escriba, enterraram-no quase na clandestinidade, sem fazer-lhe a menor homenagem. Perguntavam-se então as pessoas: isto é justo? Que um rico opressor receba tantas honras e o pobre escriba, temeroso de Deus, nenhuma? A resposta estava na ressurreição dos mortos: o pobre escriba entraria no paraíso e ao rico fechar-se-lhe-iam as portas. A homenagem póstuma, seria para recompensar-lhe as poucas obras boas que fez, mas que não lhe bastaram para que se lhe abrissem as portas do céu. Deus é justo! - diria o relato popular.

Jesus Burgaleta recorda-me o pobre escriba, um homem de Deus, que pegou o fogo do Espírito é o transmitia, como poema, como aula acendida, como uma dor prolongada, dor de parto, advento do Nascimento esperado. Jesus Burgaleta não nós aparecerá, mas nos remete à Palavra de Deus, à celebração Eucarística, para que nela encontremos a sabedoria para viver desde o essencial, e no amor para sermos solidários até o fim.




Padre José Cristo Rey García Paredes

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A PARÁBOLA DO RICO E DO POBRE LÁZARO

Evangelho do dia 26 de Setembro

(Lucas 16,19-31)

Deus quer que todos participem do seu Reino, a escolha é nossa.

A parábola era uma forma que Jesus usava para levar a mensagem do Evangelho usando muitas vezes a crença do povo para ensinar a verdade. Nesta parábola a verdade fundamental é a oportunidade de vida que existe enquanto o homem vive para fazer o bem, para praticar a caridade, isto é, somos todos responsáveis para que o Reino de Deus aconteça aqui na Terra até a consumação final, que pode acontecer através da morte física ou pela ressurreição dos mortos quando haverá o julgamento final.

Naqueles tempos a pobreza era sinal de maldição, escândalo e conseqüências do pecado, enquanto a riqueza era considerada um sinal de benção divina, e ao se pensar desta forma grandes injustiças eram cometidas, e era muito cômodo ficar numa situação de riqueza, de esbanjamento dos bens materiais em detrimento da maioria pobre, ao considerar este pensamento da época.

Jesus o filho do Homem, o Messias esperado pelo povo judeu, nasceu numa humilde estrebaria, ao lado de animais, e, em sua faze adulta não tinha nem onde reclinar a cabeça, declaração esta feita pelo próprio Cristo. Totalmente despojado dos bens materiais, pregava o Reino de Deus para os mais necessitados: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos “- (Lc 4.16-21)”. Jesus pregava o Reino principalmente para aqueles que eram considerados amaldiçoados.

Ainda hoje, acontecem interpretações errôneas a respeito das situações vividas pelos pobres, doentes e oprimidos, e ainda há quem se ache no direito de viver sua riqueza material de uma maneira egoísta achando que o outro não tem direito porque esta pagando por algum erro do passado ou do presente. A riqueza pode ser uma benção de Deus, porém não se pode esquecer que toda a benção que vem de Deus, não deve ficar guardada somente para nós, deve ser distribuída com os mais necessitados, pois o Reino de Deus é para todos, e não para um grupo exclusivo. Jesus não veio para condenar o Rico, mas o que Ele condena é a sua maneira de usufruir egoisticamente dos seus bens, esbanjando tudo o que tem, sem se preocupar com aqueles que têm fome e sede. Por isto a necessidade da, para que os fariseus, e para muitos ainda hoje, a fim de que tenham uma melhor compreensão do Reino de Deus.

O Evangelho de São Mateus no capítulo 25, versículos de 31 a 46 completa o sentido desta parábola, então vejamos: “Quando o Filho do Homem voltar [...] colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estão à direita:” “vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim”. Perguntar-lhe-ão os justos: “senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?” Responderá o Rei: “em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”. Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: “retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes”.Também estes lhe perguntarão: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos”? E ele responderá: “em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.

Palavras duras, mas necessárias para que tenhamos uma reflexão mais profunda sobre o que nós pensamos e o que nós praticamos. Acreditamos na misericórdia de Deus, mas cada um de nós deve cumprir com a sua parte no Reino, como na parábola dos talentos e do administrador infiel. Devemos manter a nossa fidelidade e o nosso compromisso com o Reino de Deus, não podemos mais nos acomodar, esperando somente pela misericórdia de Deus, temos capacidade para entender que a escolha também é nossa. Fazer a vontade de Deus é uma tarefa árdua, mas que pode ser realizada quando depositamos n’Ele a nossa confiança, pedindo ao Espírito Santo Consolador, que nos ajude enviando-nos os dons de inteligência e sabedoria.

Caros irmãos e irmãs, esta mensagem não á para nos causar medo, mas para nossa reflexão pessoal, Deus com certeza não quer fiquemos apavorados com as coisas futuras, o único medo que devemos ter é do pecado, devemos a cada dia vigiar e orar para não cairmos em tentação, praticar a santidade, permanecendo no amor a Deus e ao próximo, sendo fiéis à palavra de Deus, mesmo que venham as dificuldades devemos lembrar sempre das palavras de Jesus: Coragem! Eu venci o mundo. Deixo aqui algumas perguntas para a nossa reflexão diária: O que é o Reino de Deus para nós? Como estamos inseridos neste Reino? Qual a nossa responsabilidade na construção do Reino de Deus?

Fiquem todos na Paz de Cristo!

Newton Hermógenes

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RIQUEZA E POBREZA

O Evangelho do jovem rico que perguntou ao Mestre o que fazer para ganhar a vida eterna, Jesus nos convida a pensar e refletir sobre duas coisas ou realidades diametralmente opostas. A RIQUEZA E A POBREZA.

Aquele jovem ficou muito triste com a resposta de Jesus, e voltou para o seu mundo de conforto e fartura. Era um jovem rico, porém de muita fé, observava os mandamentos, coisa difícil para um jovem principalmente nos nossos dias. Bom menino! Ajoelhou-se diante de Jesus em sinal de humildade, reconhecimento e respeito pelo Filho de Deus.

Mais não obstante todas essas qualidades, o referido jovem não abriu mão de sua riqueza em prol dos pobres para seguir Jesus.

Apesar da explicação de Jesus com relação as dificuldade dos ricos se salvarem, Jesus não condenou aquele jovem. Aliás, Jesus até gostou do jeito dele. O que o Mestre quis dizer, é que é muito difícil entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! .

Então, nem todos os ricos estão condenados? Ufa! Que alívio! Você aí que está lendo esta reflexão e está com muito dinheiro, já estava até sentindo o calor do fogo dos infernos! Calma! Nem tanto ao mar! O problema da riqueza é isso que Jesus explicou. A pessoa colocar toda a sua confiança na riqueza, e esquecer-se de Deus, do próximo e da vida eterna, achando que o dinheiro resolve tudo.

Vamos tentar traçar um paralelo entre a riqueza e a pobreza.

A riqueza me dá a sensação de poder, de que eu não preciso de ninguém, nem mesmo de Deus. Torno-me arrogante, com uma atitude de quem sou melhor que todo mundo que me cerca. Não vejo o sofrimento do pobre e acho até que a sua pobreza é toda culpa dele. Acredito que o dinheiro compra tudo: saúde, prazer, pessoas, poder, boa comida e boas roupas, casas, carros etc. Até me esqueço que não é bem assim. Pois na realidade, o dinheiro não compra felicidade nem me livra de ter de morrer um dia.

Sinto que a riqueza me afasta de Deus.

A pobreza, ao contrário, me dá a sensação de insegurança, de dependência de todos, principalmente de Deus. A pobreza me faz humilde, me sentindo o pior dos mortais, por isso eu respeito a todos. Pelo fato de sofrer, eu entendo o sofrimento dos meus semelhantes, a até os ajudo de alguma maneira como posso. Como estou acostumado a viver quase sem dinheiro, acredito que este nem sempre compra tudo. Pois muitas vezes consegui mantimentos dando em troca apenas o meu trabalho.

Sinto que a pobreza me aproxima de Deus.

Por outro lado, existem ricos maravilhosos, que ajudam os pobres, e praticam a sua fé, ajudam a Igreja de forma vultosa, e são pessoas muito felizes e queridas, principalmente pelos seus empregados.

Ao contrário, existem pobres arrogantes, com jeito de quem come mortadela e arrota caviar, que imitam o jeito dos ricos e desprezam os pobres, e são odiados por eles.

Minha irmã, meu irmão. Com qual dessas realidades você se enquadrou, ou se identificou? Em que situação você se encontra hoje? Não fique esperando que eu lhe diga como você deve ser. Mas vou sugerir que releia o evangelho de hoje, e os outros evangelhos de Jesus. E lhe garanto que você vai encontrar o seu jeito cristão de ser. Vai encontrar o verdadeiro caminho da verdade e da vida.

Bom domingo,

Sal.

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O POBRE E O RICO

Estimado leitor, o santo Evangelho desse domingo nos diz que “havia um homem rico, e fazia festas esplêndidas todos os dias”

Fico imaginando esse rico, ele vestido de púrpura e linho fino, pode ser que ele até participava das sinagogas, era dizimista e tinha um bom coração. Depois das reuniões ele reunia seus amigos e vizinhos ricos e dava as esplêndidas festas. Pena que ele era insensível ao seu sofrimento das pessoas. Não via que no portão dele, estava Lázaro coberto de chagas, que desejava saciar-se das migalhas que caía da mesa.

O que Jesus nos diz é que pode ocorrer que às vezes, convivemos ao lado de pessoas, e depois de passar anos e anos só então percebermos que mal a conhecemos. Mal as enxergamos. Isso porque não lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos suas ansiedades ou seus problemas. É como aquele hino que diz: “Entre nós esta e não o conhecemos”. São vários homens/Lázaros que não são vistos por ninguém. Ninguém lhes dá a atenção. Só os cães vêm lamber as chagas do pobre.

Cuidado meu irmão, mesmo com as pessoas mais próximas, pode acontecer, por vezes, que não as vemos verdadeiramente, a ponto de esquecer simplesmente de lhes dizer bom dia, de estar atentos as suas reais necessidades. São Paulo diz: Não fiquei devendo nada a ninguém. Não dar a devida atenção é uma forma de ficar devendo.

É indispensável dizer isso. Mas ainda hoje vemos tantos irmãos morrendo de fome, frio, abandonados por todos e até mesmo por nós cristãos.

Andando por aí vejo cada cena. Elas me impressionam. Vi em São Paulo um mendigo estendido na calçada. Havia mais de 30 latas vazias de cerveja em volta dele. Esparramadas na calçada, ele atrapalhava o movimento dos passantes. Mas ninguém, nem mesmo os policiais e os guardas metropolitanos se atrevia a mexer nele; a recolher as latinhas de cerveja. É que o mendigo tinha ao lado um amigo, um cão, que nem precisava latir para guardar o dono. Parecia um vira-lata, talvez o fosse. Tomava conta daquele pedaço da calçada, protegendo o sono do homem que com ele repartia os restos de comida arranjados nos restaurantes em volta. O que mais me marcou foi o cão ao lado velando pelo dono.

Se um milionário o chamasse, oferecesse incenso, ouro e mirra, o cão não se afastaria de sua guarda. Se um santo passasse e o atraísse para o mosteiro de São Bento que parece habitado por anjos, penso que o cão nem se mexeria dali. Ele estava tomando conta de seu dono.

Meus queridos irmãos esforçamo-nos por não excluir ninguém que venha até nós à procura de paz, de conforto e de ajuda, convencidos de que os mais necessitados são os bens mais queridos por Jesus. Esses são os Lázaros de hoje.

Façamos de nossas comunidades um genuíno clima de família, devemos identificar-nos com os pobres, sentindo-nos co-responsáveis pelo mal que eles poderiam fazer, caso não colocássemos em prática tudo o que a capacidade criativa do amor pode sugerir-nos.

Para concluirmos esse assunto, relembro o poema de Manoel Bandeira:

O BICHO

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um ralo.

O bicho, meu Deus, era um homem. (Manoel Bandeira)

Fiquem na paz

Pe Vicente Paulo Braga, Fam

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26º Domingo do Tempo Comum

Dia: 26/09/2010

Evangelho: Lucas 16, 19-31

A indiferença que mata

" Quando você perde a relação da riqueza com os pobres está empenhada em aumentar sua riqueza , juros e lucros. a partilha da riqueza não é insensível ao sofrimento e precipitado no abismo do qual é impossível sair ".

A liturgia deste domingo relata a primeira leitura de Amos e do Evangelho, através da reflexão sobre o uso de duas personagens confrontam riqueza: o pobre Lázaro e do rico da parábola.
O bem-estar econômico foi o que fez o rico de esquecer a palavra de Deus e estar atento ao sofrimento dos pobres.

A parábola não pretende condenar a riqueza, como tal, uma vez que esta é uma bênção de Deus, uma expressão de sua vontade de amor para o homem está bem e feliz. O centro do relato de Lucas não é tanto a riqueza, mas a atitude dos ricos para os pobres , a indiferença ", um mendigo chamado Lázaro foi colocada em sua porta, coberto de chagas , e querendo ser alimentado com o que puxou o mesa do homem rico , e até mesmo os cães se aproximou dele para lamber suas feridas. "

A falha imperdoável do rico da parábola de Lucas está vestida de roxo ou festa todo dia , mas têm ignorado e cancelou a relação que deve existir entre a riqueza ea pobreza de Lázaro. Lázaro poderia ter compartilhado com nenhum fim em sua riqueza. Ignorando o relacionamento com Lázaro cai na irreversível e sem sentença de recurso: "filho ... recorda que recebeste os teus bens em vida e Lázaro por sua vez mal aqui, o consolo , enquanto você sofre. E entre nós e você abrir um fosso , para que eles não podem cruzar , mesmo que eles querem, daqui a você, e pode se mover de lá para nós. "

Quando a riqueza perdida a relação com os pobres está empenhada em aumentar sua riqueza , juros e lucros. a partilha da riqueza não é insensível ao sofrimento e precipitado no abismo do qual é impossível escapar : " O homem rico morreu e foi sepultado no inferno, estando em tormentos, ergueu os olhos e viu Abraão e Lázaro longe perto dele ...". O inferno que precipita a riqueza é a indiferença.
Esta é a parábola do rico indiferentes ao dinheiro que ele perdeu a consciência, é a parábola da indiferença ao princípio e alto padrão de vida .
Aqui não é riqueza, mas a indiferença do coração, que deforma a impedir que a riqueza ser um sinal de comunhão

Você pode, você consegue.

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ!

Professor Isaías da Costa

Contato: isaiasdacosta@hotmail.com

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Domingo, 26 de setembro de 2010

26º Domingo do Tempo Comum

Santos Cosme e Damião, Mártires (Memória facultativa).

Santos do Dia: Amâncio de Titerno (presbítero), Calistrato e quarenta e nove soldados (mártires de Roma), Cosme e Damião (303, mártires de Egéia, 303), Eusébio de Bolonha (bispo), Nilo de Rossano (abade, fundador da Abadia de Grottaferrata), Senador de Albano, Teresa Courdec (fundadora do Instituto do Cenáculo), Vigílio de Brescia (bispo).

Primeira leitura: Amós 6,1a.4-7
Agora o bando dos gozadores será desfeito.
Salmo responsorial: 145, 7-10
Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!
Segunda leitura: 1 Timóteo 6, 11-16
Guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa do Senhor.
Evangelho: Lucas 16, 19-31
Tu recebeste teus bens durante a vida, e Lázaro os males; agora ele encontra aqui consolo, e tu és atormentado.

O profeta Amós denuncia as injustiças dos poderosos que viviam em luxos e banquetes e não se afligiam pelo desastre ou ruína de José. Esta á uma denominação das tribos do Norte (Israel). Tal indiferença denota uma vez mais a cegueira dos que se sentiam seguros, sem ter em conta as advertências proferidas pelo profeta. No caminho do cativeiro estes notáveis irão à frente dos deportados.


Paulo exorta seu amigo Timóteo a que permaneça sempre firme em sua fé, em busca da justiça, da piedade, da caridade. Tendo em conta o chamado de atenção feito por Paulo no versículo 10, onde afirma que a raiz de todos os males é o afã de dinheiro, e alguns por deixar-se levar por ele, se extraviaram da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos, em seguida vem a exortação ao discípulo para que fuja dessas coisas e o chamado a viver dos valores do Reino.

Paulo convida a Timóteo a que conserve o mandamento do Senhor a fim de que se mantenha firme em seu compromisso e busque sempre a vida eterna à qual foi chamado e a para a qual fez uma solene profissão de fé diante de muitas testemunhas.


Chamava-se Lázaro (nome derivado do hebraico el’azar que significa “Deus ajuda”), ainda que em vida não tenha usufruído, ao que parece, da ajuda divina. Teve a desdita de ser mendigo, como tantos milhões de seres humanos hoje, estar prostrado no portal da casa de um rico sem nome, um de tantos, um rico banqueteador.


Lázaro ou “Deus ajuda”, tinha na realidade poucas aspirações: contentava-se com encher o estômago com o que atiravam da mesa do rico, as migalhas de pão com as quais os senhores se limpavam as mãos a modo de guardanapo.

Porém, nem sequer isto conseguiu, pois ninguém permitiu que entrasse na sala do banquete. E para cúmulo da história, cães da rua, animais considerados impuros e em estado semi-selvagem, tão comuns na antiguidade, aproximavam-se para lamber-lhe as chagas. Impossível maior estado de marginalização, pobreza e impureza juntas. O evangelho não fala nada das crenças religiosas deste homem.

O certo é que se duvidava seriamente que Deus tivesse compaixão para com o pobre e o oprimido. Talvez nem sequer tivesse tempo nem vontade de parar e pensar em semelhantes disparates teológicos. Tanto ao rico quanto ao pobre chegou a hora da morte, a partir da qual muda, no além, a sorte de ambos.

Mesmo que de passagem é preciso abordar essa questão do “além”, fez muitas vezes da religião um baluarte de conservadorismo e imobilismo convidando mil vezes à resignação, tida como cristã, fez convite à paciência e à manutenção de situações injustas dos que as sofriam; no além, se dizia, Deus vai dar a cada um o que merece. No entanto, cabe pensar: e por que não já aqui e desde agora?


Para muitos pregadores, satisfeitos com a imagem de um Deus que “premia os bons e castiga os maus”, como o deus que professavam os fariseus, a parábola terminava no mais além, contemplando o triunfo do pobre e a queda do rico. Apenas se comentava a última cena, chave importante para compreender sua mensagem.

Se fosse assim, esta parábola seria um convite a aceitar cada um a sua situação, a resignar-se, a carregar sua cruz, a não rebelar-se contra a injustiça, a esperar um além no que Deus arranjasse todos os desmandos e desequilíbrios humanos.


Entendida assim, a mensagem evangélica se traduz em um conformismo extremo que ajuda a manter a desordem estabelecida, a injustiça humana e o estatus quo. Porém, esta parábola não é uma promessa para o futuro. Olha a vida presente e vai dirigida aos cinco irmãos do rico, que continuavam – depois da morte do seu irmão e de Lázaro – na abundancia e no desperdício.

Por isso, o rico, alarmado por aquilo que poderia acontecer a seus irmãos, se continuassem vivendo de costas para os pobres, pede a Abraão que envie Lázaro para sua casa, aos seus irmãos, para que os previna, não aconteça que acabem no mesmo lugar de tormento.

Para mudar a situação em que viviam os irmãos, o rico pensa que é necessário um milagre: que um morto vá vê-los. Duro realismo para quem conhece a dinâmica do dinheiro, que fecha o coração humano à vivencia da palavra profética, à dor e ao sofrimento do pobre, à exigência de justiça, ao amor e, inclusive, à voz de Deus. O dinheiro desumaniza. Remeto-me à experiência de cada um.


Bem o sabia o profeta Amós quando ameaçava os ricos que se deitavam em leitos de marfim, esparramados em divãs e se banqueteando entre comilanças, música, vinho abundante e perfumes exóticos, sem compadecer-se do sofrimento dos pobres (Am 6,1a.4-7). Fingindo devoção a Deus e veneração para com a cidade santa e o templo, crendo deste modo agradar a Deus e estar justificados.

Porém, o verdadeiro Deus não é amigo de uma religião que separa o culto da vida, o incenso da prática do amor ao próximo. Este Deus, segundo o livro do Deuteronômio, partilha a sorte com o pobre, o órfão, a viúva e o estrangeiro; com todos aqueles a quem os poderosos arrancaram o direito a uma vida vivida com dignidade.

Missionários Claretianos

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O POBRE LÁZARO E O HOMEM RICO.

ANO C

A liturgia do XXVI Domingo do Tempo Comum propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo… Convida-nos a vê-los, não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.

Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia violentamente uma classe dirigente ociosa, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres e que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O profeta anuncia que Deus não vai pactuar com esta situação, pois este sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projeto que Deus sonhou para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta-nos, através da parábola do rico e do pobre Lázaro, uma catequese sobre a posse dos bens… Na perspectiva de Lucas, a riqueza é sempre um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de dons de Deus que se destinam a todos os homens… Por isso, o rico é condenado e Lázaro recompensado.

A segunda leitura não apresenta uma relação direta com o tema deste domingo… Traça o perfil do “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que seja paciente, brando, justo e que transmita fielmente a proposta de Jesus. Poderíamos, também, acrescentar que é alguém que não viva para si, mas que viva para partilhar tudo o que é e que tem com os irmãos?

Leituras Primeira Leitura - Leitura da Profecia de Amós (Am 6,1a.4-7)

Apliquemos o questionamento que a mensagem de Amós exige, a nós próprios… Muito provavelmente, não freqüentemos festas do jet-set, nem usamos dinheiro público para pagar os nossos divertimentos e esbanjamentos… Mas, numa escala muito menor, não teremos os mesmos vícios que Amós denuncia nesta classe rica e ociosa? Não nos deixamos, às vezes, arrastar pelo desejo de ter, comprando coisas supérfluas e impondo sacrifícios à família para pagar as nossas manias de grandeza?

Assim diz o Senhor todo-poderoso: 1aAi dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! 4Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; 5os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; 6os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos ungüentos e não se preocupam com a ruína de José.
7Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.
Palavra do Senhor

Salmo Responsorial - Salmo 145 Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!


O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

Ele ampara a viúva e o órfão,
mas confunde o caminho dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!

Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

egunda Leitura - Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo (1Tm 6,11-16)

O retrato aqui esboçado do “homem de Deus” define os traços do verdadeiro crente: ele é alguém que vive com entusiasmo a sua fé, que ama os irmãos (que trata todos com doçura, com paciência, com mansidão) e que dá testemunho da verdadeira doutrina de Jesus, sem se deixar seduzir e desviar pelas modas ou pelos interesses próprios. Identificamo-nos com este modelo?

11Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.
13Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.
15Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e
único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.
Palavra do Senhor

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 16,19-31)

Por mais pobres que sejamos, devemos continuamente interrogar-nos para perceber se não temos um “coração de rico” – isto é, para perceber se a nossa relação com os bens não é uma relação egoísta, exclusivista (há “pobres” cujo sonho é, apenas, levar uma vida igual à dos ricos). E não esqueçamos: é a Palavra de Deus que nos questiona continuamente e que nos permite a mudança de um coração egoísta para um coração capaz de amar e de partilhar.

Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “19Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.
23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.
29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’.
31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
Palavra da Salvação

Comentário

A miséria da prosperidade

Subindo para Jerusalém, quando seu caminho estava para se concluir, Jesus ensinou uma vez mais a suas discípulas e discípulos sobre um perigosíssimo ídolo: o deus da riqueza, que conta com muitos amigos. Diz-nos o evangelista Lucas que Jesus dirigiu uma parábola (a do rico epulón - homem que come e bebe muito -, o pobre Lázaro e o patriarca Abraão) a uns fariseos que o estavam escutando, “que eram amigos do dinheiro, e se burlavam dele”.

Quando o dinheiro se converte em ídolo

Os amigos/as do dinheiro e quem he dão culto, estão muito bem descritos na figura do rico epulón:

Têm de tudo;

Encontram-se numa posição social alta;

Se vestem com luxo (púrpura e linho),

Organizam banquetes sem cessar;

Fazem ostentação do que têm.

No entanto, não têm identidade, nem nome. Suas riquezas vão convertê-los dentro de muito pouco nos mais pobres dos pobres, nos mais necessitados dos necessitados. Ver-se-ão absolutamente vazios, somente serão recordados pelo seu egoísmo!

Enquanto põem seu dinheiro ao serviço de si mesmo, “não se doem do desastre”, da situação de milhões de seres humanos (Amós).

O pobre da parábola tem nome! Tem identidade! Chama-se Eleazar, Lázaro, isto é, “Deus ajuda, socorre”. O rico não lhe olha a cara, ainda que esteja doente e necessitado. Os cães se aproximam dele. É a única vida que bate junto a uma vida humana tão desgastada… Jaz, débil, à porta do rico. Quer saciar-se das migalhas, que caem da mesa do rico. Porém, ainda que não tenha bens, tem uma reserva impressionante dentro do coração: num dia próximo será levado ao Paraíso.

A miséria da prosperidade

Uma boa re-tradução desta parábola encontrei num livro, publicado faz poucos anos por Pascal Bruckner e o qual tem o titulo: “Miséria da prosperidade”. Nele o autor nos faz ver como o ser humano que põe toda sua vida ao serviço da economia, do dinheiro, põem em perigo os valores que lhe dão identidade: saúde, cultura, educação, enriquecimento moral, espiritualidade. Quando a economia se converte em religião, no único poder que controla todo o resto começa a tremer! Esta religião tem seus templos, seus sacerdotes, seus missionários. Mas produz e reproduz uma grande miséria moral. O coração encolhe-se, torna-se pedra, a inteligência perde sua capacidade da verdade, a fantasia torna-se obsessiva e renúncia a sua criatividade.

O dinheiro, a economia - convertidos em religião - são ao mesmo tempo ídolos indecentes - diz Bruckner - porque os ricos precisam cada vez menos dos pobres para enriquecer-se. Então ficam os pobres Lázaros que nem recebem as migalhas, que não parecem rentáveis nem como trabalhadores. Por isso, se reduzem os empregos; deixam os Lázaros vagar à sua sorte. Busca-se uma racionalização do trabalho, a automação, para assim compartilhar menos e ganhar mais. Depois da desgraça da exploração dos pobres, chegou outra desgraça muito pior: o pobre deixou de ser explorável! Por isso se pressente que a pobreza nunca será vencida nos países desenvolvidos. Se antes se esperava que a economia livrasse da necessidade o ser humano, agora nos perguntamos: quem poderá livrar o ser humano da economia? Supõe-se que o dinheiro nos livra de nossas preocupações, mas sem nos dar conta, se transforma em nossa máxima preocupação. Para ter dinheiro temos que pagar um altíssimo preço, que nos torna demasiadamente vulneráveis.

Então temos países da África, da América, da Ásia, convertidos nos espaços de Lázaro, mal visitados, apenas contemplados, não são levados em conta. Onde não há alianças, nem ajuda. Onde a palavra "crescimento econômico" parece ridícula.

O que o dinheiro não pode comprar

O dinheiro só serve para uma parte da vida. Nela se pode desfrutar. Mas chega outra, na qual o dinheiro já não serve de nada. E é, então, quando um pode-se encontrar na maior miséria. Talvez, nem sequer faça falta morrer fisicamente. São outras mortes que acontecem antes da morte final: o dinheiro não compra o amor, não compra a espiritualidade, nem a saúde do corpo… O sistema econômico conseguido com muitíssimo esforço e dedicação pode desmoronar como um castelo de cartas, num instante e a pessoa que confiou no dinheiro, se descobrirá vazia, pavorosamente vazia. O poder econômico, não salva! E isto deve ser dito aos nossos políticos, tão preocupados pelo crescimento econômico, e tão despreocupados pelo crescimento espiritual de nossa gente.

E se isto sucede aqui, nesta vida, de que servirá o dinheiro para a outra vida? O abismo que aqui se abre entre pobres e ricos, se torna muito mais abismal no misterioso futuro que nos espera. Isto significa que o egoísmo não tem futuro. Só o amor permanece.

E como convencer as pessoas disto?
Aqui o Mestre Jesus mostra-se muito cauteloso. As pessoas gostam de espetáculos, sobretudo, se são milagrosos. Queima-lhes a curiosidade e o entretenimento. Mas que não lhe falem de conversão, de transformação de vida. Não crêem na ressurreição de Jesus, vão crer na ressurreição de Lázaro? Aí está a Palavra da Sabedoria: a Palavra de Deus que nos acompanha permanentemente. Façamos-lhe caso! O Mestre sempre se remete à Sagrada Escritura, dado que em sua ressurreição não crêem, nem creriam ainda que Lázaro ressuscitasse. Não bastam os milagres para suscitar a fé. A palavra anunciada, a boa e bela notícia proclamada é a que conduz à confiança, à fé.

Há aqui as conseqüências da avareza, da vida e do luxo desenfreado, de quem faz crescer seu patrimônio, a custa dos mais pobres, sem acolher nunca nos necessitados.

Profeta do essencial

Quero concluir minha reflexão, referindo-me a um homem que me recorda Lázaro e que já se encontra no seio de Deus. Refiro-me a Jesus Burgaleta, presbítero, professor de Teologia no Instituto Superior de Pastoral da Universidade Pontifícia de Salamanca, com sede em Madri. Faz poucos dias e ele se foi e deixou seu vazio nas classes que já estavam programadas. Para mim foi Jesus Burgaleta, profeta do essencial. Tinha tudo em absoluta precariedade, menos o essencial. Era como o pobre Lázaro, cheio de chagas, precisado de sangue para viver. Mas era capaz de denunciar esse abismo que nos separa uns dos outros, que nos impede sermos irmãos, de viver em comunhão. Ele era feliz com “o essencial”. Tinha a liberdade de quem vive com o único necessário e, por isso, não se submetia a ninguém, não fazia pactos interessados, era livre. Só ante seu Senhor e sua Páscoa se inclinava! Não queria homenagens, nem reconhecimentos, nem se vestia luxuosamente, nem andava de braços dados com os poderosos.

Tenho-me recordado de Lázaro nestes dias. O grande Joaquim Jeremías, exegeta protestante, comentando a parábola do rico epulón dizia que é provável que por trás desta tivesse um relato popular sobre o qual o Senhor elaborou sua parábola: tratava-se da história do rico Bar Mayam e o pobre escriba, temeroso de Deus. Ambos morreram. Ao Bar Mayam fizeram-lhe um grande funeral com todas as autoridades e honras fúnebres. Ao pobre escriba, enterraram-no quase na clandestinidade, sem fazer-lhe a menor homenagem. Perguntavam-se então as pessoas: isto é justo? Que um rico opressor receba tantas honras e o pobre escriba, temeroso de Deus, nenhuma? A resposta estava na ressurreição dos mortos: o pobre escriba entraria no paraíso e ao rico fechar-se-lhe-iam as portas. A homenagem póstuma, seria para recompensar-lhe as poucas obras boas que fez, mas que não lhe bastaram para que se lhe abrissem as portas do céu. Deus é justo! - diria o relato popular.

Jesus Burgaleta recorda-me o pobre escriba, um homem de Deus, que pegou o fogo do Espírito é o transmitia, como poema, como aula acendida, como uma dor prolongada, dor de parto, advento do Nascimento esperado. Jesus Burgaleta não nós aparecerá, mas nos remete à Palavra de Deus, à celebração Eucarística, para que nela encontremos a sabedoria para viver desde o essencial, e no amor para sermos solidários até o fim.

Lc 16,13-14

Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele.

José Cristo Rey Garcia Paredes.

(ciudad redonda)

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A PAZ DE CRISTO – O MOMENTO POLÍTICO 2010

Prezado leitor. No atual momento em que estamos vivendo, (setembro de 2010), os noticiários falam de um Brasil bem administrado, que acabou de superar uma crise internacional, um Brasil com uma economia quase chegando ao equilíbrio, e apesar de mostrar muitos crimes, falam também de um Brasil auto-suficiente em petróleo, já pertencente ao grupo dos países exportadores. Isso sem falar no sucesso do etanol e dos nossos carros totalmente flexíveis. Que maravilha! Estamos orgulhosos de ser brasileiros!

Porém, neste mesmo momento de expectativas pelas próximas eleições, é importante lembrar o que os noticiários também falaram dias atrás sobre umas leis que estariam sendo tramitadas. Leis que, se ouvimos ou se entendemos direito, elas seriam a favor do aborto e do casamento de pessoas do mesmo sexo, e que enquadrariam de discriminadores, a todos que fizesse qualquer comentário a respeito dessas leis. Como católicos estamos preocupados. Já imaginou um sacerdote ser preso por se recusar celebrar um casamento?

Entendemos que em uma eleição, assim como qualquer disputa, seja de futebol, como de qualquer modalidade esportiva, os participantes precisam obedecer a todo o regulamento e deve vencer o melhor.

Não estamos aqui para atacar ou defender este ou aquele partido, nem para julgar ninguém de qualquer raça, cor, credo religioso, preferência sexual, etc. Isto porque se somos cristãos, somos seguidores daquele que não discriminou ninguém e nos ensinou que não devemos julgar para não sermos julgados.

Porém, imploramos aos legisladores desta referidas leis que pensem nas suas conseqüências, que revejam isso e publiquem a revisão enquanto é tempo. De preferência antes das eleições, que façam uma avaliação do futuro dos nossos jovens tendo em vista os passos que eles estão dando agora.

Nosso objetivo é promover a salvação e a paz de Cristo a todos os irmãos: Aos brasileiros, independente de suas origens, de suas escalas de valores, de suas preferências, de seus poderes políticos, econômicos e sociais.

Porque nós acreditamos que somos todos irmãos, somos todos filhos de um mesmo Deus, embora o queiramos ou não.

A PAZ DE CRISTO.

Sal.

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FIM DAS HOMILIAS DE :O POBRE LÁZARO E O RICO