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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO




Comentários-Prof.Fernando




15 DE JANEIRO
EIS O CORDEIRO DE DEUS


Introdução
Caríssimos. Paulo nos adverte para que respeitemos a presença do Espírito Santo em nosso corpo. Devemos usar o nosso corpo para glorificar a Deus, e não para glorificar o diabo, fazendo o que ele nos manda,  o pecado.  Não sejamos imorais, e não vivamos segundo a carne, mais sim segundo o espírito. O sexo, maior prazer do ser humano, deve ser usado somente para a procriação,  com amor, na idade certa, e com a pessoa certa. E não apenas e tão somente para se divertir. O fornicador é aquele que peca contra o seu próprio corpo, diz Paulo, o inspiradíssimo de Deus . O fornicador  leva a outra pessoa  também a pecar. Pagamos bem caro por um minuto de prazer.  Na ânsia insaciável de obter o prazer pelo prazer, inevitavelmente acabamos por pagar muito caro, pois as conseqüências virão: doenças, infelicidades, aborrecimentos, filhos de gravidez indesejada para criar, assassinatos, entre outras desgraças que todos os dias aparecem nos noticiários.  Somos rotulados de moralistas quando falamos nesse tom, quando abordamos essas verdades.  Mas o fato é que  por fechar os nossos olhos diante da pornografia e da imoralidade que está aí, é que certas coisas muito desagradáveis estão ocorrendo no meio de nós. Estamos nos referindo à  pedofilia.
Com outras palavras, Paulo aqui  está falando do dualismo corpo e alma. E nos mostra que os prazeres da carne podem prejudicar seriamente a paz do nosso espírito, ou o futuro da nossa alma. Jovens. Não vão com tanta sede ao pote. Vivam as suas vidas não somente para satisfazer os reclamos do corpo, mais pensem que o que vai perdurar eternamente não é a carne, mais sim a alma. Para confirmar isso, é só olhar em um idoso. Assim você vai perceber logo que o corpo vai se indo aos poucos até o último minuto final. Hoje, você está com todo o seu vigor físico. Amanhã será como aquele que já está indo embora aos poucos, morrendo diariamente, até o último suspiro. Portanto, sabemos que não é nada fácil, mais procure viver sempre na presença de Deus, para um dia merecer a Vida Eterna.
 Aquele garanhão em sua juventude só queria desempenhar o seu papel de macho, só queria ser  um homem. Hoje é um homem só.  Abandonado pela mulher, largado pelos filhos que não vêm cumprimentá-lo nem nos dias dos pais, ele está terminando os seus dias na solidão. Está pagando o altíssimo preço pela sua devassidão, quando dizia: não existe mulher difícil, mais sim mulher mal cantada. Agora está arrependido de ter traído sua esposa e seus filhos. Ele esta só e abandonado por todos da família! Não seja você um desses. Seja fiel a Deus e à sua família, e só terá a lucrar com isso.
Uma união homem-mulher que se plasma apenas na satisfação do desejo sexual, tem os seus dias contados. Pois, uma vez terminada a força da juventude dos seus corpos, assim também acaba o interesse de um pelo outro.  Porém, um união baseada no verdadeiro amor, e abençoada pelo amor de Cristo através de seu representante na terra, é uma união que dura até que a morte os separa.
 Respeitemos a mulher do próximo, não sejamos pedófilos, mas sim pessoas normais. Não adianta trocar de marido, não adianta trocar de mulher por causa dos seus defeitos. Lembre-se: não existe no mundo inteiro, uma pessoa sem defeito! 
Mas você pode se arrepender enquanto é tempo, largar esta vida, reconciliar com a sua família, e voltar para Deus através de Jesus, pois Ele é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Mas o que significa mesmo esta  frase? Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
É o seguinte: no Antigo testamento o povo de Deus, fazia sacrifícios chamados holocaustos, nos quais ele matavam e queimava animais, especialmente, cordeiro, para oferecer a Deus, pelo perdão de seus pecados. O cordeiro era o animal preferido, porque é único animal que morre quieto, sofre calado.  Parecido com Jesus, que sofreu e morreu sem reclamar.
No Templo de Jerusalém havia a sala dos sacrifícios, onde vários tipos de animais desde pombinhas até bois, eram sacrificados, num verdadeiro desperdício,  e oferecidos a Deus, enquanto os pobres passavam fome.  Jesus não concordava  com aquilo, é claro. Então Ele anuncia a Nova Aliança, o novo acordo entre Deus e o seu povo. Jesus disse: “Eu não quero sacrifício, e sim caridade” . Com isso Ele aboliu aquela  prática da queima dos animais que dava muito lucro aos saduceus, e anuncia a si mesmo como o único e último Cordeiro a ser imolado, morto e oferecido a Deus pelo perdão dos nossos pecados.
Então, meu irmão, minha irmã. Se você está pensando em fazer um sacrifico pelo perdão dos seus pecados, está planejando caminhar descalço por 30 quilômetros pisando sobre as pedras, ou em subir o morro de joelhos, ou de ficar sem beber água por um dia, pode parar. Nada disso agrada a Deus. O que vai agradar a Deus é a caridade. Mate a fome do seu irmão, ou dê-lhe um dinheirinho para ele comprar o que precisa, e ofereça isso á Deus como sacrifício pelo perdão dos seus pecados.
Vem Cordeiro servo de Deus Pai, tirar os nossos pecados, purificar-nos das nossas culpas  através do sacerdote deixado e enviado  por vós. Vem Cordeiro imolado por nós, dar-nos forças para fugir de toda tentação, para combater o nosso egoísmo, pois queremos vos seguir, Senhor. Pois vós sois o nosso único Deus. E portanto, queremos seguir somente a vós e não a outros deuses ou mandamentos criados por seres humanos! 
Amém.    
Sal.

Eis o Cordeiro de Deus




1Sm. 3,3b-10.19
Sl. 39
1Cor. 6,13c-15a.17-20
Jo. 1,35-42 
Caríssimos em Cristo, após as santas festas do Tempo do Natal do Senhor, estamos iniciando o Tempo Comum. Terminada ontem a primeira semana deste tempo “verde”, entramos hoje no Segundo Domingo chamado Comum: comum do dia-a-dia, da vida miúda, vivida na presença do Senhor que está sempre presente na sua Igreja na potência do seu Espírito Santo, dando vigor à Palavra e eficácia aos sacramentos. 
A Escritura que escutamos nesta Missa falou-nos de um Deus que chama, que entra na nossa vida e nos dirige o seu apelo. Foi assim com Samuel que, novinho, sequer sabia reconhecer a voz do Senhor; foi assim com os primeiros discípulos, traspassados pela palavra do Batista que, apresentando o Cordeiro de Deus, quase que forçava aqueles dois, André e Tiago, a seguirem Jesus. E lá vão eles: “Rabi, onde moras? Onde tens tua vida?” E Jesus os convida: “Vinde e vereis! Somente se tiverdes a coragem de virdes comigo, de comigo permanecerdes, podereis ver de verdade!” Não é impressionante, quase que inacreditável, caríssimos, que Deus nos conheça pelo nome, que o Senhor nos chame e nos queira parceiros seus no caminho da vida? E, no entanto, é assim! Também nós somos conhecidos pelo nome, nossos passos, nosso coração, nossa vida são conhecidos pelo Senhor... E ele nos chama com amor. A nós, que estamos procurando a felicidade e a realização na vida, o Senhor também dirige a pergunta: “O que estais procurando?” Vinde, caríssimos, fiquemos com o Senhor e encontraremos aquilo que nosso coração procura, aquilo que faz a vida valer a pena. 
Mas, esse “estar com o Senhor”, esse “permanecer com ele”, que é o início da própria vida eterna já neste mundo, não pode se dar sem que realmente sejamos de Cristo, com todo o nosso ser, corpo e alma. Aqui aparece com toda clareza a urgência e atualidade da advertência de São Paulo, feita aos coríntios e a nós. Corinto era uma cidade particularmente devassa do Império Romano. E, como hoje, os cristãos eram tentados a “corintiar”, a entrarem na onda, achando tudo normal, moderno e compatível com a fé. O Apóstolo, em nome de Cristo, desmascara essa ilusão, tão comum entre os cristãos de hoje. Ouçamo-lo! É incômodo, é chato, mas é a Palavra de Deus, que nos ilumina, liberta e nos salva... Ouçamo-la! “O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo!” Eis cristão: teu corpo pertence ao teu Senhor Jesus Cristo que nele habita pela potência do seu Espírito Santo desde o dia do teu Batismo: “Porventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós e que vos é dado por Deus? E, portanto, ignorais que não pertenceis a vós mesmos? Então, glorificai a Deus em vosso corpo!” Compreende, cristão! Tu pertences a Cristo, tu és sagrado porque no Batismo foste consagrado pelo Espírito de Cristo que habita em ti! Teu corpo foi lavado pela água, símbolo do Santo Espírito, foi ungido pelo óleo batismal, sinal da graça de Cristo, foi untado pelo santo Crisma, sinal da força e da energia do Espírito de Cristo; teu corpo foi alimentado com o Corpo do Senhor... Teu corpo é sagrado, cristão, teu corpo é santo, teu corpo pertence ao Senhor! “Portanto, ignorais que não pertenceis a vós mesmos? Então, glorificai a Deus em vosso corpo!” Solteiro ou casado, todos nós temos o dever sagrado, o dever de amor de fugir da imoralidade! À medida que o paganismo avança, perde-se o sentido cristão do corpo e da sexualidade! Tem-se a idéia que o corpo é para o prazer, para a satisfação da libido; pensa-se que o corpo é uma coisa, um objeto de prazer, que a bel prazer pode ser usado... Isso pensam os pagãos, isso vivem os pagãos. Nós sabemos que não é assim: “O corpo é para o Senhor e o Senhor é para o corpo...” para este corpo, que será ressuscitado para a glória de Cristo! 
Eis, caríssimos em Cristo, os pecados de hoje: a impureza (ou seja a busca do prazer solitário e de atos e pensamentos sensuais que aguçam propositalmente o erotismo), a fornicação (isto é, o ato sexual antes do casamento com pessoas do mesmo ou do outro sexo) o adultério (ou seja, a relação fora do casamento). Nunca deveremos esquecer qual a verdade do Evangelho: o ato sexual somente é santo, responsável, bendito e plenamente agradável a Deus no casamento. Fora dele, é sempre um pecado – e esta regra não conhece nenhuma exceção! E mais: a vida sexual do casal deve ser santa. Como diz a Palavra do Senhor: “O matrimônio seja honrado por todos, e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros” (Hb. 13,4). 
Caríssimos, o modo que os cristãos têm de vivenciar a sexualidade não pode ser o modo dos pagãos. Eles seguem seus caprichos, suas paixões... Nós, mesmo frágeis, mesmo com nossos instintos e tendências muitas vezes desordenadas, por amor do Cristo que nos amou, temos o dever de lutar para colocar nossa sexualidade debaixo do senhorio de Cristo! Esse senhorio é mistério de cruz, mas também de ressurreição. Nós, que somos um só corpo com o Senhor pelo Batismo e a Eucaristia, nós que pelo Espírito Santo nos tornamos uma só coisa com o Senhor, de corpo e alma, não podemos pensar e viver nossa sexualidade como os pagãos! Então, jovem solteiro, jovem solteira, tua vida sexual, teu namoro, devem ser vividos à luz do Senhor Jesus! Casados cristãos, vossa vida conjugal não deve ser como a dos pagãos, sujeita e ditada simplesmente pela libido... Vossa sexualidade deve ser vivida na luz do Senhor! Homossexual cristão, vive tua tendência de modo cristão, lutando para seres casto, recorrendo à oração, completando corajosamente na carne da tua vida e da tua luta, aquilo que falta à paixão do Cristo. Procura viver dignamente, procura acompanhamento espiritual e coloca em Cristo a tua esperança e a tua alegria. Solteiro cristão, vive tua sexualidade na castidade e na continência por amor a Cristo! Padre, religioso, religiosa, tem coragem e generosidade para viveres o que prometeste a Cristo diante de toda a Igreja reunida no dia da tua profissão religiosa ou da tua ordenação sacerdotal! O Senhor nos pedirá contas, a todos nós! Ninguém está acima da Palavra, ninguém está acima do juízo do Cristo Jesus! 
Talvez, caríssimos, alguns de vocês pensem como os judeus pensaram ao término do Discurso sobre o Pão da Vida: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo. 6,60). Pois bem, a nós, com doçura e também com firmeza o Senhor diz: “Isto vos escandaliza? Quereis também vós ir embora?” (Jo. 6,61.67). Não é fácil, irmãos! Não somos melhores nem mais fortes que ninguém... Sentimos em nós pensamentos, afetos e desejos contraditórios... Mas, sabemos que Cristo nos chamou, nos amou e por nós entregou a vida. Então, que digamos como Pedro: “Senhor, a quem iremos? Tens palavra de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo. 6,69). 
É isto, caríssimos, dizer na vida como Samuel disse: “Eis-me aqui”; é isto atender ao convite do Senhor: “Vinde e vereis”; é isto, finalmente, “ir ver onde ele mora e permanecer com ele”.  Que ele nos dê também a nós a sua graça! Amém.
dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do D. Henrique Soares da Costa
Pois bem, o Evangelho de hoje aprofunda ainda mais este quadro impressionante, que nos revela a missão de Cristo Jesus: “João viu Jesus aproximar-se dele e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Em aramaico, língua que João e Jesus falavam, “cordeiro” diz-se talya, que significa, ao mesmo tempo “servo” e “cordeiro”. Então, “eis o Cordeiro-Servo de Deus, que tira o pecado do mundo!” Mas, que Cordeiro? Aquele, expiatório, que segundo Levítico 14, era mandado para o deserto, colocado fora da cidade, carregando os pecados de Israel… Como Jesus que “para santificar o povo por seu próprio sangue, sofreu do lado de fora da porta” (Hb 13,12) de Jerusalém, como um rejeitado, um condenado renegado. Repitamos a pergunta: Que Cordeiro? Aquele cordeiro pascal de Ex 12, cujos ossos não poderiam ser quebrados (cf. Jo 19,36); cordeiro comido como aliança de Deus com Israel! Que cordeiro? – insistamos na pergunta! Aquele, cujo sangue, aspergido sobre o povo, selará a nova e eterna aliança entre Deus e o povo santo (cf. Ex 24,8; Mt 26,27). Jesus é esse Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, tomando-o sobre si! E que Servo? O Servo sofredor anunciado pelo Profeta Isaías. Já ouvimos falar dele no Domingo passado; fala-nos dele novamente a Liturgia deste Domingo hodierno: Servo predestinado desde o nascimento: o Senhor “me preparou desde o nascimento para ser seu Servo”; Servo destinado a recuperar e salvar Israel: “que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória”; Servo destinado não só a Israel, mas a todas as nações: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue aos confins da terra”. Eis, portanto, quem é o nosso Jesus: o Cordeiro, o Servo! Nele, feito homem, nele, sofrido como nós, nele, morto e ressuscitado, no seu corpo macerado e transfigurado em glória, Deus reuniu e formou um novo povo, o verdadeiro Israel, a Igreja – esta que aqui está reunida em torno do altar e esta mesma, reunida em toda a terra e, como diz São Paulo hoje,“em qualquer lugar” onde o nome do Senhor Jesus é invocado! Eis: este povo que Cristo veio reunir, esta Igreja que o Senhor veio formar somos nós, já santificados no Batismo e chamados a ser santos por nosso procedimento, por nosso seguimento ao Senhor!
João reconheceu em Jesus este Messias, tão humilde e tão grande: ele é o próprio Deus: “passou à minha frente porque existia antes de mim!” E como Deus feito homem, ele é o único e absoluto Salvador de todos – e não há salvação sem ele ou fora dele! João reconhece nele o ungido, aquele sobre quem o Espírito“desceu e permaneceu”. O próprio Jesus dará testemunho desta realidade: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19). João reconhece nele ainda aquele que, cheio do Espírito Santo, batizará no Espírito Santo:“Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é o que batiza com o Espírito Santo”. Batizando-nos no Espírito, este Santíssimo Jesus-Messias dá-nos o perdão dos pecados, a sua própria vida divina e a graça de, um dia, ressuscitar dos mortos!
Enfim, João dá testemunho de que esse Jesus bendito é mais que um Servo, mais que um Crodeiro, mais que um Profeta: ele é o Filho de Deus: “Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”
Que mais dizer, ante um Messias tão humilde e tão grande? “Senhor Jesus Cristo, Santo Messias, Servo e Cordeiro de Deus, cremos em ti, a ti seguimos, em ti colocamos nossa vida e nossa morte! Sustenta-nos, pois em ti esperamos: tu és o sentido de nossa existência, a razão de nossa vida e o rumo da nossa estrada! Queremos seguir-te, a ti, tão pequeno e tão grande; queremos morrer contigo e contigo ressuscitar-nos para a vida eterna; queremos ser testemunhas do Reino do Pai que plantaste com tua bendita vinda. Senhor Jesus, a ti amamos, em ti esperamos, em ti vivemos! Sê bendito para sempre. Amém”.
D. Henrique Soares da Costa
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Evangelhos Dominicais Comentados

15/jan/2012 --  2o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Jo 1, 35-42)

Jorge Lorente (ESCRITOR DE VÁRIOS LIVROS)

Hoje, João Batista nos traz algumas palavras bem conhecidas, pois fazem parte da celebração litúrgica. "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!" Essas palavras saíram da boca de João assim que avistou Jesus passando. São palavras afirmativas que indicam aos seus discípulos que ali está o Salvador do Mundo. 

João, Com o olhar fixo e atento, aponta o Messias aos seus amigos. Fala com convicção porque acredita e porque quer que seus discípulos também creiam nessa verdade.

As palavras de João Batista transmitem confiança aos seus discípulos. Ele não disse "esse aí parece ser o Messias" ou, "eu seria capaz de apostar que ele é o Salvador". João falou claramente: "Eis o Cordeiro de Deus!" Falou com propriedade, de modo a não deixar nenhuma dúvida.

Por causa do testemunho de João Batista, dois dos seus discípulos resolvem seguir a Jesus. As palavras de João despertaram nesses homens o desejo de aproximarem-se de Jesus, ouvi-lo e participarem do seu Projeto de salvação. 

Neste evangelho sobra detalhes quanto ao tempo e parece obscuro quanto aos personagens. O evangelista diz que isso aconteceu por volta das quatro horas da tarde. Com isso o evangelista quer dizer que mesmo ao final do dia, mesmo ao escurecer, mesmo ao final de vida, qualquer hora é hora para seguir Jesus.

O relato diz que, um dos discípulos era André, irmão de Simão Pedro. Quem seria o outro? O outro era São João, o próprio escritor, por isso tanta riqueza de detalhes. João, extremamente humilde, evitava falar de si próprio em seus escritos. Este texto narra o seu primeiro encontro com Jesus.

João, o discípulo amado, era um jovem de aproximadamente vinte anos que, soube abrir seu coração para o chamado de Deus. Depois que se aproximou de Jesus, nunca mais o deixou.

Este evangelho de João é também um convite para os jovens. Com seu testemunho, deixa transparecer a alegria de conviver, de seguir e amar Jesus. Suas palavras devem servir de estímulo para os jovens se achegarem ao Mestre. 

André e João sentiram-se atraídos e à distância, seguiam Jesus. Até que finalmente criaram coragem e perguntaram: “Mestre, onde moras?” Jesus respondeu, "vinde ver". Eles se aproximaram e foram conhecer sua morada. 

Esse "vinde" do Mestre, além de um chamado, indica que é Jesus quem escolhe os seus discípulos, como dirá mais tarde: "Não foram vocês que me escolheram; fui eu que escolhi vocês!" (Jo 15,16)

“Vede” - disse Jesus. Ver significa estar atento e com os olhos bem abertos. Jesus nos escolheu e quer que o vejamos. Quer que vivamos suas Palavras, seus exemplos e obras. Mas, onde podemos encontrar Jesus e conhecer sua morada?

Certamente é no próximo que Jesus está presente, é ali que Ele mora. O Messias tem sua "morada" no coração do favelado e do sem-teto. Podemos encontrá-lo em sua "casa de praia" bem perto do humilde pescador ou dos marginalizados caiçaras. Também encontramos o Messias em sua "casa de campo", construída no coração do “bóia-fria” e do agricultor sem-terra.

Vinde ver que boa notícia! Jesus nos escolheu para ser o seu Sacrário e dar testemunho dessas verdades.



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O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO

15 de Janeiro  Segundo Domingo do Tempo Comum

Evangelho João  1, 35-42


        O QUE ESTAIS PROCURANDO? –Diácono José da Cruz

A vida é marcada por muitos encontros, conseqüência de uma procura, um dos mais belos é quando alguém encontra o grande amor de sua vida! Há um momento solene e inesquecível na celebração de um casamento na Igreja, é quando após a entrada da noiva, o noivo vai acolhê-la ainda no corredor, há muitos que vêem aquele momento como a uma despedida do pai que entrega filha para o futuro genro. No fundo é isso mesmo, porque aquele encontro é diferente de todos os demais que já tiveram, pois mesmo o primeiro encontro que é tão emocionante para muitos, não tem o significado deste, realizado aos pés do altar. Por quê?
Porque se trata de um encontro definitivo, para sempre, por toda a vida, vão formar uma nova família, vão ser uma só carne, vão morar sob um mesmo teto. Não haverá mais, ou pelo menos, não é para haver, nenhuma separação, até que a morte os separe – afirma categoricamente o rito do casamento. O encontro que fazemos com Deus em nossa vida, através da experiência com Jesus, tem e precisa ser algo definitivo, como uma aliança de casamento, precisamos consentir que Jesus entre em nossa vida e ali permaneça, mas para isso é preciso que entremos na vida nova que ele nos oferece e ali permaneçamos.  Talvez por isso o verbo permanecer é tão repetido no evangelho de João.
O amor autêntico e verdadeiro não se contenta com encontros casuais, que não geram compromisso de vida, os encontros do namoro e do noivado, embora importantes, nunca são definitivos, quem já não viu noivos que desistiram do casamento uma semana antes da cerimônia? Não há vínculo em tais encontros, embora sejam eles muito importantes porque exercitam o coração para a busca do verdadeiro amor que só será possível na comunhão de vida.
Às vezes muitos cristãos vivem esse relacionamento com Jesus, se dizem apaixonados por ele, encantados com a sua pessoa, com suas palavras, com seu corpo e sangue, mas a vida de fé se resume em encontros ocasionais com o Senhor, sem muito compromisso de vida, em uma assembléia é difícil encontrar alguém que não se sinta fortemente atraído por Jesus Cristo, mas ao deixarem a Igreja templo e voltarem para suas casas, seu trabalho, seu estudo, será que permanecem fiéis a este amor, ou vivem procurando encontros fortuitos com outros amantes?
A este respeito recordo-me dos encontros jovens do meu tempo, que eram denominados “Encontro com Cristo”, sempre muito comovedor onde a moçada se derretia em lágrimas nas reflexões, que eram muito profundas, mas depois... Ficava só nisso, amava-se o Cristo, mas não se amava a sua Igreja, a família, os amigos, a esposa, os filhos, um amor que não gera compromisso de vida não pode se dizer que é verdadeiro.
João Batista encontrou este amor que requer desprendimento, que nunca nos leva a nós, mas aos outros, por isso aponta a dois de seus discípulos aquele que é o “cordeiro de Deus”, isso é, o amor capaz de imolar-se pelo bem do homem. Os discípulos passam a seguir Jesus, pois o que procuravam não encontraram em João, mas agora a procura terminou. Querem saber onde Jesus mora, porque desejam com ele uma relação mais íntima e forte, o que sentem não é um entusiasmo passageiro, mas algo que é para sempre. Por isso vão e passam a morar com o Senhor. Nessa casa do Senhor, que é o nosso coração, Jesus não pode ser um simples inquilino ou visitante, ele terá que ser o dono da nossa vida, porque sem ele o nosso coração não passa de uma casa vazia e abandonada.
Quando se está comprometido com o Senhor, tudo o que é nosso torna-se dele, e tudo o que é dele, torna-se nosso. Suas palavras, seus ensinamentos, seu evangelho passa a ser as diretrizes de nossa vida. Daí o nosso testemunho coerente, que manifesta a alegria de quem encontrou o verdadeiro amor, é contagiante como o de André, que conduz Simão até Jesus.
E Simão se torna Pedra, rocha firme capaz de abrigar e acolher o novo povo que está surgindo, povo da nova aliança, prefiguração da nova humanidade que terminou sua procura ao encontrar-se com Jesus. Assim como esses primeiros discípulos, a Igreja nada mais busca ou procura, mas apenas anuncia o Cristo, Messias, salvador e libertador do homem, único capaz de tirar o seu pecado e revesti-lo da sua graça operante e santificante.
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“Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.- Padre Antonio Queiroz


João Batista aponta para Jesus e o chama de "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".
No Antigo Testamento, os sacerdotes ofereciam cordeiros em sacrifício pelos pecados do povo. Matavam o animal, recolhiam seu sangue numa vasilha e o queimavam no Altar dos Sacrifícios. Não era só cordeiro, ofereciam também bodes. Se o pecado era muito grande, ofereciam um touro.
Diz a Carta aos Hebreus: "É impossível eliminar os pecados com o sangue de touros e bodes." Por essa razão, ao entrar no mundo, o Cristo declara: 'Não quisestes vítima nem oferenda, mas formaste um corpo para mim. Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. Então eu disse: "Eis que eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,4-7).
Aquelas ofertas de animais pelos pecados valeram como preparação do povo para receber Jesus. O seu sangue sim, apagou os nossos pecados, todos os pecados de todos os seres humanos de todos os tempos. Até os nossos pecados futuros já foram apagados por Cristo. Da nossa parte fica apenas o pequeno trabalho de "apertar o botão", para que esse perdão venha até nós.
E nós nos perguntamos: Por que as pessoas vivem com sede, ao lado desta fonte cristalina? Talvez faltem profetas como João Batista, para apontar com o dedo e dizer: "Eis aí o Cordeiro de Deus. Ele é melhor do que eu".
Certa vez, um rapaz estava andando numa praia, antes do dia amanhecer, e viu no chão, apesar de estar escuro, um saquinho cheio de pedrinhas. É alguma criança que ajuntou isso ontem, pensou.
Pegou o saquinho e, caminhando, começou a jogar as pedrinhas, uma a uma, no mar. Quando o dia clareou, havia apenas uma no saquinho.
Foi aí que ele, observando, viu que era diamante! Algum garimpeiro certamente havia perdido o saquinho ali.
Que pena! Agora não dá para recuperar as que ele havia jogado no mar!
Jesus, este presente que ganhamos no Natal, é como um saquinho de diamantes. Que não o desperdicemos!
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Maria Santíssima é modelo para nós no acolhimento ao Cordeiro de Deus.
Peçamos a ela que nos ajude a nos enriquecer com esse tesouro, e a distribuí-lo para os outros.
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Domingo, 15-Janeiro-2012                             Gilberto Silva

Evangelho Jo 1,35-42

“ Vinde e vede “


Caríssimos irmãos e irmãs,


Neste novo re-encontro de João Batista com Jesus em Betânia, às margens do rio Jordão, local este, onde João realizava os batismos de conversão, ele, João apresenta aos seus dois discípulos, o messias ao dizer: “Eis o Cordeiro de Deus.”
E não foi Jesus que saiu ao encontro dos irmãos pescadores, mas eles foram em busca de Jesus. De fato, o Quarto Evangelho conta que André, irmão de Pedro, era naquela época discípulo de João Batista. E, em um dia que Jesus passou por ali, João Batista o apresentou para André. Então André, junto a outro discípulo anônimo, pediu a Jesus que lhes permitisse segui-lo. Jesus aceitou. E ficaram todo o dia o acompanhando e ouvindo a sua palavra (Jo 1,35-39).
Pensemos: Estes discípulos que até então o acompanhara, deixa João para seguir a Jesus, pois a todo discípulos é dado o livre arbítrio, a liberdade, de escolher o seu Rabi (mestre), a fim de obterem outros conhecimentos intelectuais e poderem provar das suas palavras e obras.
Jesus ensina com a sabedoria própria do divino, seus conhecimentos ultrapassam em muito tudo que estava nas Sagradas Escrituras. Ensinava e fazia a todos conhecerem suas obras e seus mistérios.
Este processo “pedagógico” singular de ensinar cativava os seus seguidores, modificando suas vidas através de uma nova mensagem: A Boa Nova.
Isto fazia que os ensinamentos ministrados por João Batista se confirmassem em Jesus. João queria que todos viessem a conhecer o Cordeiro, ele O aponta como o verdadeiro Caminho, o Filho de Deus. Dessa forma permite a ida dos que o seguiam, ir ao encontro de Jesus.
E os discípulos de João reconhecem imediatamente a presença do Cristo, o Cordeiro e O segue sequiosos de conhecê-Lo. Jesus então os convida: “Vinde e vede.” – Ninguém é forçado a seguir a Jesus. Este convite de Jesus está valendo até os dias de hoje para todos nós, afim de que assumamos nosso batismo e coloquemos em prática seus ensinamentos, sempre visando o amor e a oração, fazendo o bem e procurando ser mais fraterno às necessidades dos outros.
Assim como Simão teve o seu nome mudado para Cefas, o redirecionando a uma nova vida, possivelmente em Cristo poderemos ter nosso nome alterado, contudo melhor que isto será a nossa mudança de postura, nosso modo de vida, e nos transformando em novas criaturas, devidamente acertadas em corpo e espírito nesta busca ao Reino de Deus.
Ao participarmos da mesa da Palavra e do banquete eucarístico, o nosso ser adquire uma nova genealogia divina e o DNA cristão. O templo santo (seu corpo) ajustar-se-á automaticamente a este novo propósito: Sermos santos como Ele é.

Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo.

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“CONVERTEIVOS E CREDE NO EVANGELHO”! –Olívia Coutinho
Dia 22 de Janeiro de 2012
Evangelho Mc 1,14-20
Enganamos, quando pensamos que é impossível ser feliz, vivendo num mundo tão cheio de turbulências! Quando pensamos assim, é sinal de que estamos depositando a nossa confiança somente no potencial humano, esquecendo de que ao nosso alcance, existe uma força maior, que transcende  toda capacidade humana!
Somos seres terrenos que só se realiza plenamente, se ligados ao  Divino!
Do encontro entre humano e Divino, abrem-se novas perspectivas, amplia-se a visão humana, passamos a enxergar  possibilidades que antes não víamos!
É Jesus que vem possibilitar este encontro transformador entre humano e o divino!
 Por tanto, a felicidade que tanto almejamos é possível e está ao nosso alcance, basta  estarmos em sintonia com Jesus!
O nosso encontro com Jesus nos transforma por inteiros, assim como transformou a vida dos seus primeiros discípulos, que deixaram tudo para segui-Lo!
O evangelho de hoje, narra o início da vida pública de Jesus!  É importante lembrarmos que tudo começa num momento de grandes turbulências, logo após a prisão daquele que veio preparar o caminho para a sua chegada: João Batista.
A prisão de João Batista, ao contrário do que muitos pensavam, não intimidou Jesus, pelo contrário, o encorajou ainda mais para dar início a missão que o Pai lhe designara.
O Reino de Deus está presente no meio de nós na pessoa de Jesus e a única condição  para  fazermos parte deste reino de amor, é a conversão do  nosso coração!
Jesus continua a nos falar do Reino, quando aceitamos a sua mensagem, ocorre uma mudança radical em nós, passamos a ser parecidos com Ele, a olhar o irmão com o Seu olhar, a imitar as suas ações!
Quando Jesus nos diz: “O reino de Deus está próximo” Ele fala de si mesmo, pois a sua pessoa, é a própria presença do Reino Deus!
São muitas as pessoas necessitadas das mãos de Deus nas  nossas mãos,  dos passos de Deus nos nossos passos, das suas palavras em nossa boca! 
Jesus  nos delega a missão de ser no mundo, um  sinal de sua presença, libertando os males que afligem a humanidade com o anuncio de um  Reino  de paz, de amor e de justiça, capaz de levantar e animar os abatidos!  
Nossa missão deve se desenvolver em clima de gratuidade, humildade e desprendimento!
É a certeza  da presença de Jesus, que nos motiva a confiar e a assumir com mais empenho e alegria, a nossa cumplicidade no anuncio de todas as propostas do Reino!
A todo instante, somos chamados a ser discípulo e missionários do Senhor!
Todos são chamados, Jesus não faz restrições de pessoas!  Ele nos provou isso quando chamou os primeiros discípulos, pessoas simples como nós!
Para seguir Jesus, não é preciso possuir nenhum curso acadêmico, podemos anunciá-Lo até mesmo no silencio do nosso testemunho de vida! Para assumirmos esta missão tão necessária no mundo, é preciso apenas ter o coração aberto e estar matriculado na escola de Jesus!  
A caminhada do discípulo que se faz missionário, é árdua, mas gratificante, pois é regida  pela lei do amor!

 Ser feliz, é converter-se, é deixar que Jesus seja tudo em nós!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia Coutinho
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“Jesus,o único  e verdadeiro caminho”

                                           Encontramos neste texto três mensagens importantes para nós :  1 – João Batista – Cumpria a sua missão de profeta apontando aos seus discípulos, Jesus Cristo, o verdadeiro Caminho para que eles O ouvissem, acreditassem e buscassem-no. Ele não procurou reter os seus discípulos, muito pelo contrário, mostrava-lhes que Jesus era o único que podia salvá-los. João aponta o Caminho da Verdade para os discípulos que desejavam ter uma experiência com Jesus e queriam saber onde Ele morava. Nós também precisamos ter consciência do que buscamos, a quem buscamos e do que desejamos.
               2 – Os discípulos – Não duvidaram, mas escutaram a mensagem e reconheceram a verdade. Saíram em busca de Jesus. Não ficaram presos a João Batista. Jesus os acolheu, porém primeiro perguntou-lhes o que eles procuravam. Não os prendeu, não os forçou apenas fez com que eles tivessem consciência do que desejavam os seus corações. “Que estais procurando? Somente depois foi que Jesus os chamou: “vinde ver.” Eles foram por livre e espontânea vontade. Nós não podemos forçar ninguém a nos seguir e simplesmente fazer o que nós queremos.
             3- No nome, a missão – Assim como Jesus mudou o nome de Pedro para Cefas, também poderá mudar o nosso nome, nos redimensionar, nos reestruturar, transformar o nosso corpo, a nossa mentalidade e o nosso espírito a fim de que estejamos ajustados  ao Plano de Deus na edificação do Reino dos céus.Jesus sabe quem nós somos, sabe para o que nós viemos ao mundo e é o Espírito Santo quem nos revela tudo isso. Só Ele conhece qual o propósito do Pai ao nos criar e tem poder para em qualquer momento da nossa vida fazer as mudanças e transformações de que nós precisamos. Reflita – Qual das três mensagens é hoje importante para você seguir como exemplo?
 Amém
Abraço carinhoso  de
Maria Regina


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DOMINGO DIA 22  DE JANEIRO
Mc 1,14-20

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.

Hoje nós celebramos com alegria a festa da Conversão de S. Paulo, Apóstolo. Como a festa caiu no domingo, ela seria omitida. Mas este ano é especial, porque estamos celebrando o Ano Paulino, que é a comemoração dos dois mil anos do nascimento de S. Paulo. Ele nasceu em Tarso, na Cilícia, que pertence à atual Turquia.
A primeira Leitura narra um discurso que Paulo fez no Templo de Jerusalém, diante de uma multidão agitada que queria matá-lo. Paulo começa dizendo: “Eu sou judeu, nascido na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco” (At 22,3). Em seguida, Paulo narra a sua conversão.
Mais tarde ele dirá: “Fui constituído arauto e apóstolo, mestre dos pagãos na fé e na verdade” (1Tm 2,7). Era assim que S. Paulo entendia a sua vocação. Hoje nós entendemos que ele era mestre não só para a sua geração, mas para todas as gerações posteriores, é nosso mestre.
Nós não estamos, neste Jubileu, festejando alguém do passado, em sim um irmão atual, presente todos os dias em nossa vida e nos orientando.
Quem é S. Paulo? O que ele me fala? Vejamos alguns textos: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). Tudo o que Paulo faz, parte desta sua experiência de ser amado por Jesus de um modo pessoal; parte da consciência que Cristo morreu por amor a ele, Paulo. Portanto a sua fé não é uma teoria, mas uma experiência, uma experiência de amor.
Paulo é um homem forte e combativo, que sabe manejar a espada da palavra. “Apesar de ter sofrido maus tratos e ultrajes em Filipos... o nosso Deus nos deu coragem e segurança para vos anunciar o seu Evangelho... Aliás, sabeis muito bem que nunca bajulamos ninguém, nem fomos movidos por alguma ambição disfarçada” (1Ts 2,2.5). Para ele, a verdade era por demais grande e sagrada, e não a sacrificava por nada. A verdade que ele descobriu no encontro com o Ressuscitado merecia, por ela, toda luta, toda perseguição, todo sofrimento. Mas o que mais o motivava era a certeza de ser amado por Jesus.
S. Paulo era um homem livre. Para ele, o que vale é o amor. “Ama, e faze o que queres” (Santo Agostinho). Quem ama a Cristo como Paulo amava, pode realmente fazer o que quiser, porque o amor liga a nossa vontade à vontade de Cristo.
No caminho de Damasco, Cristo fala a Paulo: “Por que me persegues?” Paulo pergunta: “Quem és tu, Senhor?” Cristo responde: “Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo” (At 9,7-8). Cristo se identifica com a Igreja. Ele se tornou carne, e a Igreja continua sendo a sua carne. A partir dessa experiência, Paulo vê a Igreja como Corpo de Cristo. Servir à Igreja é servir a Cristo, entende Paulo.
Concluamos com uma frase de Paulo a Timóteo, que vale para nós: “Não te envergonhes de testemunhar a favor de Nosso Senhor Jesus Cristo... pois Deus nos chamou com uma vocação santa, não em atenção às nossas obras, mas por causa do plano salvífico e da sua graça, que nos foi dada no Cristo Jesus” (2Tm 1,8-9).
Uma das qualidades mais admiráveis de S. Paulo é a garra com que ele assumia as coisas. Quando, seguindo as idéias do seu professor Gamaliel, achava que o cristianismo era um mal, ele o perseguiu de corpo e alma. Quando, iluminado por Cristo, percebeu que o cristianismo era um bem, dedicou-se de corpo e alma a esta nova religião. O mundo precisa de pessoas assim, que não ficam apenas em teorias, mas se dedicam a transformar o mundo, de acordo com as convicções que têm.
Nós agradecemos a Deus ter chamado Paulo e tê-lo feito Apóstolo dos pagãos e nosso Mestre. E lhe pedimos que nos ajude a amar muito a Cristo e ser suas testemunhas.
Havia, certa vez, na periferia de uma cidade grande, uma Comunidade cristã que, por não ter onde se reunir, fazia as celebrações no centro comunitário do bairro, que pertencia à prefeitura.
A assistente social da prefeitura procurou a líder da Comunidade e lhe pediu que no próximo domingo avisasse o povo que aquela seria a última celebração no centro comunitário, pois dali para frente estava proibido. A líder, angustiada, passou a rezar muito pedindo a Deus que a iluminasse como dar esse aviso.
Antes de iniciar a celebração, ela teve uma idéia. Conversou com a equipe coordenadora e todos concordaram. Então, no final da celebração, ela deu o seguinte aviso:
“A assistente social nos proibiu de reunir aqui. Nós não vemos motivo para isso, pois no domingo de manhã não há atividades no centro comunitário. Amanhã, às oito horas da manhã, ela estará aqui. Nós, a coordenação da Comunidade, convidamos alguns de vocês para virem aqui a fim de conversarmos com ela.” Três pessoas levantaram a mão.
Um senhor de barba e bigode disse: “Se não mudar de idéia, daqui mesmo iremos à prefeitura conversar com o sr. Prefeito”.
Mas no dia seguinte, quando a assistente social chegou ao centro comunitário, estavam ali reunidas perto de oitenta pessoas. A maioria ela conhecia, pois eram mães e pais de crianças que freqüentavam o centro. Havia inclusive um alto-falante portátil já preparado para animar a caminhada até a prefeitura.
Ao ver aquele povão e saber do plano, a assistente social tremia como vara verde. Ela pegou o microfone e disse: “Não! Não há problema! Podem continuar usando o centro comunitário para as celebrações. Fica o dito por não dito”. Evidentemente, ela viu o seu emprego ameaçado, caso aquele povo fosse até a prefeitura.
S. Paulo era um líder cristão, que assumia a dianteira em todas as causas a favor de Cristo e da Igreja. Que ele interceda por nós!
S. Paulo tem um texto belíssimo sobre Nossa Senhora: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher... e assim todos nós recebemos a dignidade de Deus” (Gal 4,4-5). Nós agradecemos também a Maria ter assumido ser Mãe de Jesus, dando-nos este presente de sermos filhos e filhas de Deus.
Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.
Padre Queiroz

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Vocação: busca e convite
No Brasil, a festa do Batismo do Senhor, encerramento do tempo natalino, substitui o primeiro domingo do tempo comum, de modo que este começa com o segundo domingo. A espinha dorsal da liturgia da Palavra nos domingos do tempo comum é a leitura contínua do Evangelho do ano (no caso, Marcos), e os textos evangélicos são ilustrados, na 1ª leitura, por episódios do Antigo Testamento. A 2ª leitura não se integra nesse sistema e recebe sua temática, de modo independente, da leitura semicontínua das cartas do Novo Testamento (hoje, a questão da fornicação em Corinto).
A leitura evangélica está em continuidade com a do Batismo do Senhor. Narra a vocação dos primeiros discípulos de Jesus. Ora, como o Evangelho do ano, Marcos, é mais breve que os outros, a liturgia de hoje abre espaço para o Evangelho de João (normalmente lido só na Quaresma e no tempo pascal). De acordo com o Quarto Evangelho, João Batista encaminha dois de seus discípulos para Jesus, apontando-o como o Cordeiro de Deus. E, quando vão em busca de Jesus, este lhes responde com o misterioso: “Vinde e vede”. A liturgia combina com esse texto a vocação de Samuel, na 1ª leitura. As duas vocações, porém, são diferentes. No caso de Samuel, trata-se da vocação específica do profeta; no episódio dos discípulos de Jesus, trata-se da vocação de discípulos para integrar a comunidade dos seguidores. São chamados, antes de tudo, a “vir” até Jesus para “ver” e a “permanecer/morar” com ele. Daí se inicia um processo de “vocação em cadeia”. Os que foram encaminhados pelo Batista até Jesus chamam outros (“André... foi encontrar seu irmão...”). Dentro dessa dinâmica global da vocação cristã se situam as vocações específicas, como a de Simão, que, ao aderir a Cristo, é transformado em pedra de arrimo da comunidade cristã.
1 leitura (1Sm 3,3b-10.19)
Desde seu nascimento, o profeta Samuel fora dedicado ao serviço de Deus no santuário de Silo, em agradecimento pelo favor que Deus demonstrara a Ana, sua mãe estéril (cf. 1Sm 1,21-28). Mas o serviço no santuário não esgotou sua missão. Antes que Samuel fosse capaz de o entender, Deus o chamou para a missão de profeta. A vocação de Deus, porém, não é coisa evidente. Descobre-se pouco a pouco. Três vezes Samuel ouve a voz, pensando ser a voz do sacerdote Eli. Este faz Samuel entender que é a voz do Senhor; então, quando ouve novamente o chamado, ele responde: “Fala, teu servo escuta”. Escutar é a primeira tarefa do porta-voz de Deus.
Evangelho (Jo 1,35-42)
Como dissemos, o evangelho é tomado de João, no episódio do testemunho do Batista: a vocação dos primeiros discípulos. João Batista encaminha seus discípulos para se tornarem discípulos de Jesus (o tema volta em Jo 3,22-30). A busca desses discípulos corresponde a um convite de Jesus para que eles venham ver e para que permaneçam com ele (Jo 1,35-39). E a partir daí segue uma reação em cadeia (1,41.45). 
Temos aqui a apresentação tipicamente joanina da busca do Salvador. Nos outros Evangelhos, Jesus se apresenta anunciando a irrupção do reino de Deus. Em João, ele é a resposta de Deus à busca do ser humano, assim como o Antigo Testamento diz que a Sabedoria se deixa encontrar pelos que a buscam (cf. Sb 6,14). Devemos buscar o encontro com Deus no momento oportuno, enquanto se deixa encontrar (Is 55,6). “Vinde ver...” é a resposta misteriosa de Jesus à busca dos discípulos que o Batista encaminhou para ele, apontando-o como o “Cordeiro de Deus”. Descobrimos, portanto, atrás da cena narrada no evangelho (Jo 1,35-39), toda uma meditação sobre o encontro com Deus em Jesus Cristo, revelação de Deus que supera a Sabedoria do Antigo Testamento.
Pelo testemunho do Batista, os que buscavam o Deus da salvação o vislumbraram no Cordeiro de Deus, o Homem das Dores. Querem saber onde é sua morada (o leitor já sabe que sua morada é no Pai; cf. Jo 14,1-6). Jesus convida a “vir e ver”. “Vir” significa o passo da fé (cf. 6,35.37.44.45.65; também 3,20-21 etc.). “Ver” é termo polivalente, que, no seu sentido mais tipicamente joanino, significa a visão da fé (cf. sobretudo Jo 9).
Finalmente, os discípulos “permanecem/demoram-se” com ele (“permanecer” ou “morar” expressa, muitas vezes, a união vital permanente com Jesus; cf. Jo 15,1ss). Os que foram à procura do mistério do Salvador e Revelador acabaram sendo convidados e iniciados por ele. Um encontro como este transborda. Leva a contagiar os outros que estão na mesma busca. André, um dos dois que encontraram o procurado, vai chamar seu irmão Simão para partilhar sua descoberta (v. 41: “Encontramos!”). Simão se deixa conduzir até o Senhor, que logo transforma seu nome em Cefas (rocha, “Pedro”), dando-lhe nova identidade. Na continuação do episódio (1,45), encontramos mais uma semelhante “reação em cadeia”. Como o Batista apresentou seus discípulos a Jesus, em seguida os discípulos procuraram outros candidatos. Esses traços da narrativa podem aludir à Igreja das origens, consciente de que o “movimento de Jesus” teve suas origens no “movimento do Batista” e de que, nas gerações futuras, os fiéis já não seriam chamados por Jesus mesmo, mas por seus irmãos na fé.
2 leitura (1Cor 6,13c-15a.17-20)
Como foi dito na introdução, a temática da 2ª leitura não é estabelecida em função das duas outras leituras. Paulo trata da mentalidade da comunidade de Corinto, influenciada por certo libertinismo. Liberdade, sim, libertinagem, não, é o teor de sua reação. “Tudo é permitido”, dizem certos cristãos de Corinto, e Paulo responde: “Mas nem tudo faz bem” (6,12). Quem se torna escravo de uma criatura comete idolatria: assim, quem se vicia nos prazeres do corpo. O ser humano não é feito para o corpo, mas o corpo para o ser humano, e este para Deus: seu corpo é habitação, templo de Deus, e serve para glorificá-lo. 
A oposição de Paulo à libertinagem se-xual não se deve ao desprezo do corpo, mas à estima que ele lhe dedica. O corpo não fica alheio ao enlevo do espírito, antes o sustenta e dele participa; por isso, qualquer ligação vulgar avilta a pessoa toda. O ser humano todo, também o corpo, é habitáculo do Espírito Santo. A pessoa deve ser governada para este fim do ser humano integral, membro de Cristo, e não subordinada às finalidades particulares do corpo. Absolutizar os prazeres corporais é idolatria, e essa é uma mensagem que precisa ser destacada no contexto de nossa “civilização”.
Dicas para reflexão
Segundo o Evangelho de João, foi dentre os discípulos do Batista que surgiram os primeiros seguidores de Jesus. O próprio Batista incentivou dois de seus discípulos a seguir Jesus, “o Cordeiro que tira o pecado do mundo”. Enquanto se põem a segui-lo, procurando seu paradeiro, Jesus mesmo lhes dirige a palavra: “Que procurais?” – “Mestre, onde moras?”, respondem. E Jesus convida: “Vinde e vede”. Descobrir o Mestre e poder ficar com ele os empolga tanto, que um dos dois, André, logo vai chamar seu irmão Pedro para entrar nessa companhia também. E no dia seguinte Filipe (o outro dos dois) chama Natanael a integrar o grupo. A 1ª leitura aproxima disso o que ocorreu, mil anos antes, ao jovem Samuel, “coroinha” do sacerdote Eli no templo de Silo. Deus o estava chamando, mas ele pensava que fosse o sacerdote. Só na terceira vez o sacerdote lhe ensinou que quem chamava era Deus mesmo. Então respondeu: “Fala, Senhor, teu servo escuta”.
“Vocação” é um diálogo entre Deus e a gente – geralmente por meio de algum intermediário humano. A pessoa não decide por si mesma como vai servir a Deus. Tem de ouvir, escutar, meditar. Que vocação? Para que serviço Deus ou Jesus nos chamam? Logo se pensa em vocação específica para padre ou para a vida religiosa. Mas antes disso existe a vocação cristã geral, a vocação para os diversos caminhos da vida, conduzida pelo Espírito de Deus e da qual Cristo é o portador e dispensador. Essa vocação cristã realiza-se no casamento, na vida profissional, na política, na cultura etc. Seja qual for o caminho, importa ver se nele seguimos o chamado de Deus, e não algum projeto concebido em função de nossos próprios interesses.
O convite de Deus pode ser muito discreto. Talvez esteja escondido em algum fato da vida, na palavra de um amigo… ou de um inimigo! Ou simplesmente nos talentos que Deus nos deu. De nossa parte, haja disposição positiva. Importa estarmos atentos. Os discípulos estavam à procura. Quem não procura pode não perceber o discreto chamamento de Deus. A disponibilidade para a vocação mostra-se na atenção e na concentração. Numa vida dispersiva, a vocação não se percebe. E importa também expressar nossa disponibilidade na oração: “Senhor, onde moras? Fala, Senhor, teu servo escuta”. Sem a oração, a vocação não tem vez.
Finalmente, para que a vocação seja “cristã”, é preciso que Cristo esteja no meio. Há os que confundem vocação com dar satisfação aos pais ou alcançar um posto na poderosa e supostamente segura instituição que é a Igreja. Isso não é vocação de Cristo. Para saber se é realmente Cristo que está chamando, precisamos de muito discernimento, essencial para distinguir sua voz nas pessoas e nos fatos por meio dos quais ele fala.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
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“Não deixava cair por terra nenhuma palavra…”
1Samuel 3, 3-10.19; 1Corintios 6,13-15.17-20; João 1, 35-42
A primeira leitura e o evangelho deste domingo nos falam do tema da vocação, do seguimento de Deus e de Jesus. O Batista aponta  Jesus como cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e Samuel é convidado a ouvir atentamente a palavra do Senhor. No final da primeira leitura lemos: “Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. Ele não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras”.
Vamos vivendo nossa vida.  Somos seres de perguntas e interrogações. Somos pessoas desejosas de comunhão e de comunicação. Não fomos feitos para viver no isolamento pobre e infértil de nós mesmos.  E bem lá no fundo de nosso coração  temos sempre o desejo de poder ouvir a vontade de Deus a nosso respeito.  Queremos, sinceramente, desobstruir nosso interior de tal sorte que possamos ser fecundados pela palavra daquele que vem nos colocar de pé e criar possibilidades insuspeitadas para o nosso amanhã e o amanhã do mundo.
Temos nossos projetos de felicidades.  Procuramos isso e aquilo. E a Palavra nos diz que a felicidade será conseguida na medida em que tivermos um coração simples e pobre, despojado e singelo.  Ouvimos dizer que os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últimos. Vamos nos formando e transformando pela audição da palavra.  Nós, cristãos,  estamos cercados e envolvidos por ela: na celebração dos sacramentos, na eucaristia, na Liturgia das Horas e em tantos momentos.  Vamos nos confrontando com a palavra e deixando que ela cave fundo dentro de nós.
Quando falamos em  Palavra, com p maiúsculo, pensamos na proximidade do próprio Deus, para além da materialidade  dos textos da Escritura e muito pela força de sua Presença.  Os homens e mulheres de fé caminham na  Presença de um Deus que penetra o coração, que vê, que perscruta.  E quando  Deus caminha conosco termina nossa solidão.
Ao longo de nossa vida temos uma preocupação fundamental:  escutar o que Deus quer a respeito de nós ao longo do tempo da vida… Nada mais importante do que ter um coração em estado de vigília, capaz de discernir no meio das brumas e névoas da vida.
Samuel não deixava cair por terra nenhuma palavra.
frei Almir Ribeiro Guimarães
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Vinde e vede!
O modo como se dava o discipulado de Jesus era muito distinto daquele dos rabinos. Na tradição rabínica, o discípulo escolhia seu mestre e por este era instruído na arte de interpretar as Escrituras. Esta atividade de caráter intelectual desenvolvia-se numa escola onde o mestre distinguia-se pela excelência do saber e o discípulo, pelo desejo de conhecer.
O método adotado por Jesus consistia na transmissão de um modo de ser, mais do que uma ciência. Os discípulos não estavam confinados numa escola, mas se colocavam no seguimento do Mestre e aprendiam, ouvindo suas palavras e presenciando o que ele fazia em favor do povo. Este aprendizado existencial ia transformando a vida do discípulo, num processo paulatino de assimilação de tudo que o Mestre realizava.
O discipulado, neste caso, consistia num duplo movimento. "Vinde" indicava que o discipulado se dava pela iniciativa de Jesus que convocava para o seu seguimento. Era ele quem chamava. Cabia ao discípulo aceitar o convite. "Vede" supunha concentrar a atenção na pessoa de Jesus para captar os valores que regiam sua ação e deixar-se moldar por eles.
Os primeiros discípulos aceitaram o convite de Jesus, ficaram fascinados por ele, e saíram para partilhar com os irmãos a experiência deste encontro transformador. Quem quiser se fazer discípulo do Senhor deverá trilhar o mesmo caminho.
Oração 
Senhor Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo autêntico, e que minha vida se espelhe na tua.
padre Jaldemir Vitório
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É o Cordeiro de Deus, o Messias, o Cristo
Iniciamos o Tempo Comum, Ano B, no qual lemos o Evangelho de São Marcos. Todos os anos, porém, esse tempo litúrgico se abre com uma passagem do Evangelho de São João, porque o Quarto Evangelho logo identifica Jesus Cristo. Quem é Aquele que vamos seguir neste ano orientados por São Marcos? É o Cordeiro de Deus, o Messias, o Cristo. Dois discípulos de São João Batista, quando ouviram que Jesus era o Cordeiro de Deus, logo o seguiram.
Foram até a casa de Jesus e ficaram o restante do dia com Ele. Em seguida, foram anunciar o que tinham visto e experimentado junto de Jesus. André vai contar a seu irmão Simão que eles tinham encontrado o Messias, e levou Simão até Jesus. Foi aí que Jesus chamou Simão de Cefas, que quer dizer Pedra. É assim que iniciamos o Tempo Comum da liturgia da nossa Igreja: com grande vontade e disposição de seguir Jesus, de ouvir a sua voz, de colaborar com Ele em sua missão.
Samuel, o grande juiz de Israel, ouviu a voz de Deus quando ainda era jovenzinho, e o sacerdote Eli o orientou a responder: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”. E desde então Samuel não perdeu nenhuma Palavra que saía da boca de Deus. Deus chamou Samuel, mas alguém o ajudou na sua resposta.
Esse alguém não pode faltar entre os discípulos de Jesus. Somos visíveis por causa do nosso corpo, e tudo o que há de material e de não material em nós é uma única realidade: eu, eu mesmo. Quando quero seguir Jesus Cristo, sigo com tudo o que sou: com minha inteligência, minha vontade, meu espírito, minha mente e meu corpo. Ele torna visível o que é minha opção de vida. Por isso devo cuidar de meu corpo e estar atento por onde ele anda. Sigo Jesus com o meu corpo e quero estar onde Ele estiver. Lendo o Evangelho, com calma e atenção, descubro onde Jesus está, com quem Ele anda e fala, os lugares que freqüenta, e não quero ser diferente. Quero estar onde Ele estiver.
Os discípulos foram atrás de Jesus, entraram na sua casa, passaram a tarde com Ele. Estiveram corporalmente com Jesus. A Carta aos Colossenses diz que em Jesus “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl. 2,9), marcando a importância do corpo na encarnação de Jesus. O Corpo de Cristo é a Igreja (cf. Cl. 1,24). Cuidamos do corpo porque ele torna visível a nossa fé, cuidamos dos nossos corpos porque juntos tornamos visível Jesus e sua Igreja.
O testemunho da Igreja de Jesus no mundo só é real quando ela é formada por discípulos missionários convictos de sua fé. Em novembro último, o Santo Padre Bento XVI dizia aos sacerdotes, e afirmava que isso vale para todos, que “existe um encontro com Jesus e o ser fascinado, impressionado com suas palavras, seus gestos e sua própria pessoa. (...) Saber ficar com Ele, entrar em sintonia, em amizade íntima com Ele, para que tudo seja feito, como agrada a Deus”. Jesus deve ser alguém concreto, real, palpável na vida de quem foi batizado um dia.
Ele realizou em sua vida o que está escrito no Salmo 39 (40): “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa Lei. Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia. Vós sabeis: não fechei os meus lábios”.
Jesus está perto de todos e ama a todos, mesmo quem não o conhece e com Ele não se identifica. No entanto, não deveria acontecer que uma pessoa batizada não seja seguidora de Jesus e não o conheça totalmente.
cônego Celso Pedro da Silva
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Vinde e vede
Nos evangelhos pode-se perceber a íntima relação entre o anúncio de João Batista e o anúncio de Jesus que assume o caminho aberto pelo Batista, completando-o, como o caminho para a vida eterna em Deus. Nesta narrativa do evangelho de João, a própria formação do discipulado em torno de Jesus se inicia entre os discípulos de João Batista.
Para os três primeiros discípulos não há um chamado explícito, de forma sumária, como aparece nas narrativas de Marcos e Mateus. Nestas, às margens do Mar da Galileia, Jesus chama os discípulos que pescavam: "Segui-me...". Em João, a experiência do convívio com Jesus é que estabelece o vínculo do discipulado e leva cada discípulo a comunicá-la a outros. O breve diálogo que se estabelece é revelador: "Que procurais?"... "Mestre, onde moras?"... "Vinde e vede!". É o encontro com Jesus "onde ele mora", isto é, na intimidade, na sua simplicidade e no seu acolhimento. Firma-se assim a vocação destes discípulos que vão comunicá-lo a Pedro, que se faz também seguidor de Jesus. A adesão a Jesus, Filho de Deus encarnado entre nós, se dá a partir de relações pessoais, em um processo comunitário. Este processo se diferencia das tradicionais vocações do Antigo Testamento, onde chamado de Deus é feito em visões ou aparições individuais. Neste modelo antigo temos, por exemplo, o chamado de Samuel (primeira leitura), consagrado ao santuário de Silo, sob os cuidados do sacerdote Eli. Na segunda leitura, Paulo usa as imagens dos membros do corpo e do templo para afirmar a unidade de todos em Cristo, e a santidade do corpo. Pertencer a Cristo, ser membro de Cristo, é ser membro da comunidade. A referência feita à prostituição tem em vista rejeitar a prostituição sagrada associada à deusa Afrodite, amplamente difundida em Corinto. Ser membro de Cristo é ser membro comprometido com a comunidade, de corpo e espírito. A importância e a dignidade da corporeidade resultam da encarnação do Filho de Deus, pela qual o corpo, como mediador da solidariedade e da prática da justiça, é assumido na divindade.
José Raimundo Oliva
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O convite de Jesus permanece: vinde e vede
A primeira leitura narra a vocação profética de Samuel, que ainda menino, vive tranquilamente no templo do Senhor em Silo, a serviço do sacerdote Eli. Samuel exerceu um papel importante, como líder, durante a transição da época dos juízes para a época dos reis. A narração da vocação de Samuel mostra que o chamado recebido tem origem em Deus. Na segunda leitura Paulo escreve à comunidade de Corinto. Corinto era uma cidade bastante complexa, era um desafio evangelizá-la.
Paulo ensina que a imoralidade é incompatível com a vida de uma pessoa batizada, porque a vida dos batizados está unida a Cristo e forma com Ele um só corpo. Paulo convida os cristãos de Corinto a saberem usar a liberdade. Recorda que o corpo é santuário do Espírito (v. 19) e por isso não se pode fazer com o corpo o que quiser. A Palavra de Deus dirigida a Samuel, aos discípulos e aos cristãos de Corinto, nos convida a uma resposta. Uma resposta que consiste em seguimento a Jesus apresentado no Evangelho como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A união mútua entre Jesus e o discípulo é condição básica para produzir frutos. O chamado ao discipulado
cria uma nova situação, uma mudança de vida e de opções. A amizade do discípulo com Jesus deve chegar ao anúncio da Boa Nova do Reino que está acontecendo no meio das pessoas. Ela significa partilhar do mesmo destino do Mestre. Nós hoje, somos chamados(as) a olhar para o Cordeiro, segui-Lo, descobrir sua morada e ficar com Ele, na comunidade dos que crêem e também lá onde o Mestre está agora, pois Ele foi preparar um lugar junto ao Pai para todos. Vimos, então, que todas as leituras falam do encontro com Deus que nos chama pelo nome, que quer de nós uma vida completamente nova. Como estamos acolhendo o chamado de Deus e apresentando Jesus, o Cordeiro de Deus, hoje, em nossas famílias, no trabalho, na comunidade e na sociedade?
A liturgia do 2º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre a disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos a história do chamamento de Samuel. O autor desta reflexão deixa claro que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. Ao homem é pedido que se coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a voz e os desafios de Deus.
O Evangelho descreve o encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos. Quem é “discípulo” de Jesus? Quem pode integrar a comunidade de Jesus? Na perspectiva de João, o discípulo é aquele que é capaz de reconhecer no Cristo que passa o Messias libertador, que está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na sua casa e para viver em comunhão com Ele, que é capaz de testemunhar Jesus e de anunciá-l’O aos outros irmãos.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus. Aplicado ao domínio da vivência da sexualidade – um dos campos onde as falhas dos cristãos de Corinto eram mais notórias – isto significa que certas atitudes e hábitos desordenados devem ser totalmente banidos da vida do cristão.
LEITURA I – 1 Sam. 3, 3b-10.19
Leitura do Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, Samuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou».
E, correndo para junto de Heli, disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Mas Heli respondeu:
«Eu não te chamei; torna a deitar-te».
E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel.
Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Heli respondeu:
«Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez.
Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel:
«Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde:
‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’».
Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes:
«Samuel! Samuel!»
E Samuel respondeu:
«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo;
o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.
AMBIENTE
O Livro de Samuel refere-se a uma das épocas mais marcantes da história do Povo de Deus. Os acontecimentos narrados abrangem um arco de tempo que vai de meados do séc. XI a.C. até ao final do reinado de David (972 a.C.) e dão-nos uma visão global do caminho feito pelo Povo de Deus desde que eram um conjunto de tribos autônomas e sem grande ligação entre si, até ao tempo da união à volta da realeza davídica.
Os primeiros capítulos do Livro de Samuel situam-nos ainda na fase pré-monárquica. É uma época paradoxal e cheia de ambigüidades… Por um lado, observa-se um processo crescente de sedentarização, de consolidação e de unificação das tribos no território de Canaã, a partir de determinados elementos unificadores, como sejam os “juízes”, os pactos de defesa diante dos inimigos comuns, as federações de tribos vizinhas e os santuários que periodicamente acolhem a Arca da Aliança e assentam as bases da fé monoteísta; por outro lado, observa-se também a precariedade das coligações defensivas diante dos ataques inimigos, a escassa consciência unitária, o descrédito de alguns “juízes” (nomeadamente dos filhos de Eli e, mais tarde, dos filhos de Samuel)… As instituições tribais revelam-se manifestamente insuficientes para responder às novas exigências, nomeadamente à pressão militar exercida pelos filisteus. O modelo monárquico dos povos vizinhos começa a seduzir as tribos do Povo de Deus e a parecer a solução ideal para responder adequadamente aos desafios da história.
Samuel aparece nesse tempo caótico. Pertence à tribo de Efraim – quer dizer, a uma tribo instalada no centro do país, na montanha de Efraim (onde, aliás, Samuel exerce o seu ministério). O Livro de Samuel apresenta-o como um “juiz” (narra-se o seu nascimento maravilhoso nos mesmos moldes que o nascimento de Sansão – 1 Sm. 1; cf. Jz. 13); mas logo se diz que ele foi educado no templo de Silo, onde estava depositada a Arca da Aliança (1 Sm. 2,18-21) – o que significa que exercia igualmente funções litúrgicas. Mais tarde irá ser chamado, num período de desolação, a conduzir o Povo no combate contra os filisteus.
Samuel é uma figura complexa e multifacetada, simultaneamente juiz, sacerdote e chefe dos exércitos. De algum modo, faz a ponte entre uma época de confusão e de escassa consciência unitária, para uma época onde começa a estruturar-se uma organização mais centralizada.
O texto que nos é proposto como primeira leitura apresenta a vocação de Samuel. A cena situa-nos no santuário de Silo, onde estava a Arca da Aliança. Samuel, consagrado a Deus por sua mãe, era servidor do santuário.
Para o nosso autor, o chamamento de Samuel marca o início do movimento profético… Antes, “o Senhor falava raras vezes e as visões não eram frequentes” (1 Sm. 3,1); depois, “o Senhor continuou a manifestar-Se em Silo. Era ali que o Senhor aparecia a Samuel, revelando-lhe a sua Palavra” (1 Sam. 3,21).
O quadro da vocação de Samuel não nos apresenta, com certeza, uma reportagem jornalística de fatos; apresenta-nos, sim, uma reflexão sobre o chamamento de Deus e a resposta do homem, redigida de acordo com o esquema típico dos relatos de vocação.
 MENSAGEM
A primeira nota que é preciso sublinhar na história da vocação de Samuel é que a vocação é sempre uma iniciativa de Deus (“o Senhor chamou Samuel” – vers. 4a). É Deus que, seguindo critérios que nos escapam absolutamente mas que para Ele fazem sentido, escolhe, chama, interpela, desafia o homem. A indicação de que “Samuel ainda não conhecia o Senhor porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a Palavra do Senhor” (vers. 7) sugere claramente que o chamamento de Samuel parte só de Deus e é uma iniciativa exclusiva de Deus, à qual Samuel é, num primeiro momento, totalmente alheio.
Uma segunda nota é sugerida pelo enquadramento temporal do chamamento: Deus dirige-Se a Samuel enquanto este estava deitado, presumivelmente, durante a noite. É o momento do silêncio, da tranquilidade e da calma, quando a algazarra, o barulho e a confusão se calaram. A nota sugere que a voz de Deus se torna mais facilmente perceptível ao vocacionado no silêncio, quando o coração e a mente do homem abandonaram a preocupação com os problemas do dia a dia e estão mais livres e disponíveis para escutar os apelos e os desafios de Deus.
Uma terceira nota diz respeito à forma como se processa a resposta de Samuel ao chamamento de Deus.
Antes de mais, o autor do texto sublinha a dificuldade de Samuel em reconhecer a voz do Senhor. Jahwéh chamou Samuel por quatro vezes e só na última vez o jovem conseguiu identificar a voz de Deus. O fato sublinha a dificuldade que qualquer chamado tem no sentido de identificar a voz de Deus, no meio da multiplicidade de vozes e de apelos que todos os dias atraem a sua atenção e seduzem os seus sentidos.
Depois, sobressai o papel de Eli na descoberta vocacional do jovem Samuel. É Eli que compreende “que era o Senhor quem chamava o menino” e que ensina Samuel a abrir o coração ao chamamento de Jahwéh (“se fores chamado outra vez, responde: «fala, Senhor; o teu servo escuta»” – vers. 9). O pormenor sugere que, tantas vezes, os irmãos que nos rodeiam têm um papel decisivo na percepção da vontade de Deus a nosso respeito e na nossa sensibilização para os apelos e para os desafios que Deus nos apresenta.
Finalmente, o autor põe em relevo a disponibilidade de Samuel para ouvir e para acolher a voz de Deus: “fala, Senhor; o teu servo escuta” (vers. 10). No mundo bíblico, “escutar” não significa apenas ouvir com os ouvidos; mas significa, sobretudo, acolher no coração e transformar aquilo que se ouviu em compromisso de vida. O que Samuel está aqui a dizer a Deus é que está disposto a acolher os seus apelos e desafios e a comprometer-Se com eles. O que Samuel está a dizer a Jahwéh é que aceita embarcar no desafio profético e ser um sinal vivo de Deus, voz “humana” de Deus, na vida e na história do seu Povo.
ATUALIZAÇÃO
Considerar, na reflexão e na partilha, os seguintes elementos:
• A vocação é sempre uma iniciativa, misteriosa e gratuita, de Deus. Antes de mais, o profeta deve ter plena consciência de que na origem da sua vocação está Deus e que a sua missão só se entende e só se realiza em referência a Deus. Um profeta não se torna profeta para realizar sonhos pessoais, ou porque entende ter as “qualidades profissionais” requeridas para o cargo e faz uma opção profissional pela profecia… O profeta torna-se profeta porque um dia escutou Deus a chamá-lo pelo nome e a confiar-lhe uma missão. Todos nós, chamados por Deus a uma missão no mundo, não podemos esquecer isto: a nossa missão vem de Deus e tem de se desenvolver em referência a Deus; não nos anunciamos a nós próprios, mas anunciamos e testemunhamos Deus e os seus projetos no meio dos nossos irmãos.
• O “quadro” da vocação de Samuel situa-nos num quadro temporal próprio: de noite, quando já terminaram as tarefas do dia e quando o santuário de Silo está envolvido na tranquilidade, na calma e no silêncio… Provavelmente, o catequista autor deste texto não escolheu este enquadramento por acaso. Ele quis sugerir que é mais fácil detectar a presença de Deus e ouvir a sua voz nesse ambiente favorável de silêncio que favorece a escuta. Quando corremos de um lado para o outro, afadigados em mil e uma atividades, preocupados em realizar com eficiência as tarefas que nos foram confiadas, dificilmente temos espaço e disponibilidade para ouvir a voz de Deus e para detectar esses sinais discretos através dos quais Ele nos indica os seus caminhos. O profeta necessita de tempo e de espaço para rezar, para falar com Deus, para interrogar o seu coração sobre o sentido do que está a fazer, para ouvir esse Deus que fala nas “pequenas coisas” a que nem sempre damos importância.
• São muitas as “vozes” que ouvimos todos os dias, vendendo propostas de vida e de felicidade. Muitas vezes, essas “vozes” confundem-nos, alienam-nos e conduzem-nos por caminhos onde a felicidade não está. Como identificar a voz de Deus no meio das vozes que dia a dia escutamos e que nos sugerem uma colorida multiplicidade de caminhos e de propostas? Samuel não identificou a voz de Deus sozinho, mas recorreu à ajuda do sacerdote Heli… Na verdade, aqueles que partilham conosco a mesma fé e que percorrem o mesmo caminho podem ajudar-nos a identificar a voz de Deus. A nossa comunidade cristã, a nossa comunidade religiosa, desafia-nos, interpela-nos, questiona-nos, ajuda-nos a purificar as nossas opções e a perceber os caminhos que Deus nos propõe.
• Depois de identificar essa “voz” misteriosa que se lhe dirigia, Samuel respondeu: “fala, Senhor; o teu servo escuta”. É a expressão de uma total disponibilidade, abertura e entrega face aos desafios e aos apelos de Deus. É evidente que, na figura de Samuel, o catequista bíblico propõe a atitude paradigmática que devem assumir todos aqueles a quem Deus chama. Como é que me situo face aos apelos e aos desafios de Deus? Com uma obstinada recusa, com um “sim” reticente, ou com total disponibilidade e entrega?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 39 (40)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.
Esperei no Senhor com toda a confiança e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo, um hino de louvor ao nosso Deus.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações, mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações, então clamei: «Aqui estou».
«De mim está escrito no livro da Lei que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus, a vossa lei está no meu coração».
«Proclamei a justiça na grande assembleia, não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração, proclamei a vossa bondade e fidelidade».
LEITURA II – 1 Cor 6,13c-15a.17-20
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor,
e o Senhor é para o corpo.
Deus, que ressuscitou o Senhor,
também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?
Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito.
Fugi da imoralidade.
Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo;
mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.
Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo,
que habita em vós e vos foi dado por Deus?
Não pertenceis a vós mesmos, porque fostes resgatados por grande preço:
glorificai a Deus no vosso corpo.
AMBIENTE
No decurso da sua segunda viagem missionária, Paulo chegou a Corinto, depois de atravessar boa parte da Grécia, e ficou por lá cerca 18 meses (anos 50-52). De acordo com Act 18,2-4, Paulo começou a trabalhar em casa de Priscila e Áquila, um casal de judeo-cristãos. No sábado, usava da palavra na sinagoga. Com a chegada a Corinto de Silvano e Timóteo (2 Cor. 1,19; Act. 18,5), Paulo consagrou-se inteiramente ao anúncio do Evangelho. Mas não tardou a entrar em conflito com os judeus e foi expulso da sinagoga.
Corinto, cidade nova e próspera, era a capital da Província romana da Acaia e a sede do procônsul romano. Servida por dois portos de mar, possuía as características típicas das cidades marítimas: população de todas as raças e de todas as religiões. Era a cidade do desregramento para todos os marinheiros que cruzavam o Mediterrâneo, ávidos de prazer, após meses de navegação. Na época de Paulo, a cidade comportava cerca de 500.000 pessoas, das quais dois terços eram escravos. A riqueza escandalosa de alguns contrastava com a miséria da maioria.
Como resultado da pregação de Paulo, nasceu a comunidade cristã de Corinto. A maior parte dos membros da comunidade eram de origem grega, embora em geral, de condição humilde (cf. 1 Cor 11,26-29; 8,7; 10,14.20; 12,2); mas também havia elementos de origem hebraica (cf. Act 18,8; 1 Cor 1,22-24; 10,32; 12,13).
De uma forma geral, a comunidade era viva e fervorosa; no entanto, estava exposta aos perigos de um ambiente corrupto: moral dissoluta (cf. 1 Cor 6,12-20; 5,1-2), querelas, disputas, lutas (cf. 1 Cor 1,11-12), sedução da sabedoria filosófica de origem pagã que se introduzia na Igreja revestida de um superficial verniz cristão (cf. 1 Cor 1,19-2,10).
Tratava-se de uma comunidade forte e vigorosa, mas que mergulhava as suas raízes em terreno adverso. No centro da cidade, o templo de Afrodite, a deusa grega do amor, atraía os peregrinos e favorecia os desregramentos e a libertinagem sexual. Os cristãos, naturalmente, viviam envolvidos por este mundo e acabavam por transportar para a comunidade alguns dos vícios da cultura ambiente. Na comunidade de Corinto, vemos as dificuldades da fé cristã em inserir-se num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em profunda contradição com a pureza da mensagem evangélica.
Em 1 Cor 6,12 aparece uma frase - possivelmente do próprio Paulo - que servia a alguns cristãos de Corinto para justificar os seus excessos: «Tudo me é permitido»… Paulo explica que “«tudo me é permitido», mas nem tudo é conveniente; «tudo me é permitido», mas eu não me farei escravo de nada”. Na sequência, Paulo recorda aos crentes da comunidade as exigências da sua adesão a Cristo.
MENSAGEM
A questão fundamental, para Paulo, é esta: pelo Batismo, o cristão torna-se membro de Cristo e forma com ele um único corpo. A partir desse momento, os pensamentos, as palavras, as atitudes do cristão devem ser os de Cristo e devem testemunhar, diante do mundo, o próprio Cristo. No “corpo” do cristão manifesta-se, portanto, a realidade do “corpo” de Cristo.
Por outro lado, o cristão torna-se também Templo do Espírito. Para os judeus, o “templo” de Jerusalém era o lugar onde Deus residia no mundo e se manifestava ao seu Povo… Dizer que os cristãos são “Templo do Espírito” significa que eles são agora o lugar onde reside e se manifesta a vida de Deus. No Batismo, o cristão recebe o Espírito de Deus; e é esse Espírito que vai, a partir desse instante, conduzi-lo pelos caminhos da vida, inspirar os seus pensamentos, condicionar as suas ações e comportamentos.
Aqui estão os elementos fundamentais da antropologia cristã… O “corpo” é o lugar onde se manifesta historicamente a realidade dessa vida nova que inunda o crente, após a sua adesão a Cristo. O “corpo” não é algo desprezível, baixo, miserável, condenado – na linha do que pensavam algumas correntes filosóficas bem representadas na cidade de Corinto; mas é algo que tem uma suprema dignidade, pois é nele que se manifesta para o mundo a realidade da vida de Deus. No “corpo” do cristão que vive em comunhão com Cristo manifesta-se – através das palavras e das ações do crente – essa vida nova que Deus quer propor ao mundo e oferecer aos homens.
Daqui, Paulo tira as devidas consequências e aplica-as à situação concreta dos crentes de Corinto, às vezes tentados por comportamentos pouco edificantes, particularmente no âmbito da vivência da sexualidade… Se os cristãos são membros de Cristo e se vivem em comunhão com Cristo, os comportamentos desregrados no domínio da sexualidade não fazem qualquer sentido; se os cristãos são “Templo do Espírito” e os seus corpos são o lugar onde se manifesta a vida nova de Deus, certas atitudes e hábitos desordenados não são dignos dos crentes.
No “corpo” dos cristãos deve manifestar-se a vida de Deus. Ora, tudo aquilo que é expressão de egoísmo, de procura desenfreada dos próprios interesses, de realização descontrolada dos próprios caprichos, de comportamentos que usam e instrumentalizam o outro, está em absoluta contradição com essa vida nova de Deus que é relação, que é intercâmbio, que é entrega mútua, que é compromisso, que é amor verdadeiro. Os crentes são livres; mas a liberdade cristã tem como limite o próprio Cristo: nada do que contradiz os valores e o projeto de Jesus pode ser aceite pelo cristão. Aliás, os crentes devem ter consciência de que o radicalismo da liberdade acaba freqüentemente na escravidão.
O nosso texto termina com um convite singular: “glorificai a Deus no vosso corpo” (vers. 20). É através de comportamentos e atitudes onde se manifesta a realidade da vida nova de Jesus que os crentes podem “prestar culto” a Deus. O “culto” a Deus não passa pela prática de um conjunto de ritos externos, mais ou menos pomposos, mais ou menos solenes, mas por um compromisso de vida que afeta a pessoa inteira e que diz respeito à relação do crente com os outros irmãos ou irmãs e consigo próprio. É preciso que em todas as circunstâncias – inclusive no campo da vivência da sexualidade – a vida do crente seja entrega, serviço, doação, respeito, amor verdadeiro. É esse o culto que Deus exige.
ATUALIZAÇÃO
• A questão essencial que Paulo nos coloca é a seguinte: Deus chama-nos a acolher a vida nova que Ele nos oferece e a dar testemunho dela em cada instante da nossa existência. A Palavra de Deus que nos é proposta convida-nos, antes de mais, a tomar consciência desse chamamento e a aceitar “embarcar” nessa viagem que Deus nos propõe e que nos conduz ao encontro da verdadeira liberdade e da verdadeira realização.
• Acolher o chamamento de Deus significa assumir, em todos os momentos e circunstâncias, comportamentos coerentes com a nossa opção por Cristo e pelo Evangelho. Nada do que é egoísmo, exploração do outro, abuso dos direitos e dignidade do outro, procura desordenada do bem próprio à custa do outro, pode fazer parte da vida do cristão. O cristão é alguém que se comprometeu a ser um sinal vivo de Deus e a testemunhar diante do mundo – com palavras e com gestos – essa vida de amor, de serviço, de doação, de entrega que Deus, em Jesus, nos propôs. Membro do “corpo” de Cristo, o cristão é “corpo” no qual se manifesta a proposta do próprio Cristo para os homens e mulheres do nosso tempo. Isto obriga-nos a nós, os crentes, a comportamentos coerentes com o nosso compromisso batismal.
• A propósito, Paulo coloca o problema da vivência da sexualidade… Essa importante dimensão da nossa realização como pessoas não pode concretizar-se em ações egoístas, que nos escravizam a nós e que instrumentalizam os outros; mas tem de concretizar-se num quadro de amor verdadeiro, de relação, de entrega mútua, de compromisso, de respeito absoluto pelo outro e pela sua dignidade. Neste campo surgem, com alguma frequência, denúncias de comportamentos e atitudes, dentro e fora da Igreja, que afetam e magoam vítimas inocentes do egoísmo dos homens. Esses fatos, se têm de ser enquadrados no contexto da fragilidade que marca a nossa humanidade, demonstram também a necessidade de uma contínua conversão a Cristo e aos seus valores. Para o cristão, tudo o que signifique explorar os irmãos ou desrespeitar a sua dignidade e integridade é um comportamento proibido.
• É importante, para os crentes, ter consciência de que liberdade não é um valor absoluto. A liberdade cristã não pode traduzir-se em comportamentos e opções que subvertam os valores do Evangelho e que neguem a nossa opção fundamental por Cristo. Uma certa mentalidade atual considera que só nos realizaremos plenamente se pudermos fazer tudo o que nos apetecer… Contudo, o cristão tem de ter consciência de que “nem tudo lhe convém”. Aliás, certas opções contrárias aos valores do Evangelho não conduzem à liberdade, mas à dependência e à escravidão.
• Qual é o verdadeiro “culto” que Deus pede? Como é que traduzimos, em gestos concretos, a nossa adesão a Deus? Paulo sugere que o verdadeiro culto, o culto que Deus espera, é uma vida coerente com os compromissos que assumimos com Ele, traduzida em gestos concretos de amor, de entrega, de doação, de respeito pelo outro e pela sua dignidade.
ALELUIA – cf. Jo 1,41.17b
Aleluia. Aleluia.
Encontramos o Messias, que é Jesus Cristo.
Por Ele nos veio a graça e a verdade.
EVANGELHO – Jo 1,35-42
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos
e, vendo Jesus que passava, disse:
«Eis o Cordeiro de Deus».
Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus.
Entretanto, Jesus voltou-Se;
e, ao ver que O seguiam, disse-lhes:
«Que procurais?»
Eles responderam:
«Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?»
Disse-lhes Jesus: «Vinde ver».
Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia.
Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus.
Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe:
«Encontramos o Messias» - que quer dizer ‘Cristo’ –; e levou-o a Jesus.
Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe:
«Tu és Simão, filho de João.
Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer ‘Pedro’.
AMBIENTE
A perícopa que nos é proposta integra a secção introdutória do Quarto Evangelho (cf. Jo 1,19-3,36). Aí o autor, com consumada mestria, procura responder à questão: “quem é Jesus?”
João dispõe as peças num enquadramento cênico. As diversas personagens que vão entrando no palco procuram apresentar Jesus. Um a um, os atores chamados ao palco por João vão fazendo afirmações carregadas de significado teológico sobre Jesus. O quadro final que resulta destas diversas intervenções apresenta Jesus como o Messias, Filho de Deus, que possui o Espírito e que veio ao encontro dos homens para fazer aparecer o Homem Novo, nascido da água e do Espírito.
João Baptista, o profeta/precursor do Messias, desempenha aqui um papel especial na apresentação de Jesus (o seu testemunho aparece no início e no fim da secção – cf. Jo 1,19-37; 3,22-36). Ele vai definir aquele que chega e apresentá-lo aos homens.
O nosso texto apresenta-nos os primeiros três discípulos de Jesus: André, um outro discípulo não identificado e Simão Pedro. Os dois primeiros são apresentados como discípulos de João e é por indicação de João que seguem Jesus. Trata-se de um quadro de vocação que difere substancialmente dos relatos de chamamento dos primeiros discípulos apresentados pelos sinópticos (cf. Mt 4,18-22; Mc 1,16-20; Lc 5,1-11). Mais do que uma reportagem realista de acontecimentos concretos, o autor do Quarto Evangelho apresenta aqui um modelo de chamamento e de seguimento de Jesus.
MENSAGEM
Num primeiro momento, o quadro situa-nos junto do rio Jordão (vers. 35-37). Os três primeiros personagens em cena são João e dois dos seus discípulos – isto é, dois homens que tinham escutado o anúncio de João e recebido o seu batismo, símbolo da ruptura com a “vida velha” e de adesão ao Messias esperado. Estes dois discípulos de João são, portanto, homens que, devido ao testemunho de João, já aderiram a esse Messias que está para chegar e que esperam ansiosamente a sua entrada em cena.
Entretanto, apareceu Jesus. João viu Jesus “que passava” e indicou-O aos seus dois discípulos, dizendo: “eis o cordeiro de Deus” (vers. 36). João é uma figura estática, cuja missão é meramente circunstancial e consiste apenas em preparar os homens para acolher o Messias libertador; quando esse Messias “passa”, a missão de João termina e começa uma nova realidade. João está plenamente consciente disso… Não procura prolongar o seu protagonismo ou conservar no seu círculo restrito esses discípulos que durante algum tempo o escutaram e que beberam a sua mensagem. Ele sabe que a sua missão não é congregar à sua volta um grupo de adeptos, mas preparar o coração dos homens para acolher Jesus e a sua proposta libertadora. Por isso, na ocasião certa, indica Jesus aos seus discípulos e convida-os a segui-l’O.
A expressão “eis o cordeiro de Deus”, usada por João para apresentar Jesus, fará, provavelmente, referência ao “cordeiro pascal”, símbolo da libertação oferecida por Deus ao seu Povo, prisioneiro no Egito (cf. Ex 12,3-14. 21-28). Esta expressão define Jesus como o enviado de Deus, que vem inaugurar a nova Páscoa e realizar a libertação definitiva dos homens. A missão de Jesus consiste, portanto, em eliminar as cadeias do egoísmo e do pecado que prendem os homens à escravidão e que os impedem de chegar à vida plena.
Depois da declaração de João, os discípulos reconhecem em Jesus esse Messias com uma proposta de vida verdadeira e seguem-n’O. “Seguir Jesus” é uma expressão técnica que o autor do Quarto Evangelho aplica, com frequência, aos discípulos (cf. Jo 1,43; 8,12; 10,4; 12,26; 13,36; 21,19). Significa caminhar atrás de Jesus, percorrer o mesmo caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, adotar os mesmos objetivos de Jesus e colaborar com Ele na missão. A reação dos discípulos é imediata. Não há aqui lugar para dúvidas, para desculpas, para considerações que protelem a decisão, para pedidos de explicação, para procura de garantias… Eles, simplesmente, “seguem” Jesus.
Num segundo momento, o quadro apresenta-nos um diálogo entre Jesus e os dois discípulos (vers. 38-39). A pergunta inicial de Jesus (“que procurais?”) sugere que é importante, para os discípulos, terem consciência do objetivo que perseguem, do que esperam de Jesus, daquilo que Jesus lhes pode oferecer. O autor do Quarto Evangelho insinua aqui, talvez, que há quem segue Jesus por motivos errados, procurando n’Ele a realização de objetivos pessoais que estão muito longe da oferta que Jesus veio fazer.
Os discípulos respondem com uma pergunta (“rabbi, onde moras?”). Nela, está implícita a sua vontade de aderir totalmente a Jesus, de aprender com Ele, de habitar com Ele, de estabelecer comunhão de vida com Ele. Ao chamar-Lhe “rabbi”, indicam que estão dispostos a seguir as suas instruções, a aprender com Ele um modo de vida; a referência à “morada” de Jesus indica que eles estão dispostos a ficar perto de Jesus, a partilhar a sua vida, a viver sob a sua influência. É uma afirmação respeitosa de adesão incondicional a Jesus e ao seu seguimento.
Jesus convida-os: “vinde ver”. O convite de Jesus significa que Ele aceita a pretensão dos discípulos e os convida a segui-l’O, a aprender com Ele, a partilhar a sua vida. Os discípulos devem “ir” e “ver”, pois a identificação com Jesus não é algo a que se chega por simples informação, mas algo que se alcança apenas por experiência pessoal de comunhão e de encontro com Ele.
Os discípulos aceitam o convite e fazem a experiência da partilha da vida com Jesus. Essa experiência direta convence-os a ficar com Jesus (“ficaram com Ele nesse dia”). Nasce, assim, a comunidade do Messias, a comunidade da nova aliança. É a comunidade daqueles que encontram Jesus que passa, procuram n’Ele a verdadeira vida e a verdadeira liberdade, identificam-se com Ele, aceitam segui-l’O no seu caminho de amor e de entrega, estão dispostos a uma vida de total comunhão com Ele.
Num terceiro momento (vers. 40-41), os discípulos tornam-se testemunhas. É o último passo deste “caminho vocacional”: quem encontra Jesus e experimenta a comunhão com Ele, não pode deixar de se tornar testemunha da sua mensagem e da sua proposta libertadora. Trata-se de uma experiência tão marcante que transborda os limites estreitos do próprio eu e se torna anúncio libertador para os irmãos. O encontro com Jesus, se é verdadeiro, conduz sempre a uma dinâmica missionária.
ATUALIZAÇÃO
• O Evangelho deste domingo diz-nos, antes de mais, o que é ser cristão… A identidade cristã não está na simples pertença jurídica a uma instituição chamada “Igreja”, nem na recepção de determinados sacramentos, nem na militância em certos movimentos eclesiais, nem na observância de certas regras de comportamento dito “cristão”… O cristão é, simplesmente, aquele que acolheu o chamamento de Deus para seguir Jesus Cristo.
• O que é, em concreto, seguir Jesus? É ver n’Ele o Messias libertador com uma proposta de vida verdadeira e eterna, aceitar tornar-se seu discípulo, segui-l’O no caminho do amor, da entrega, da doação da vida, aceitar o desafio de entrar na sua casa e de viver em comunhão com Ele.
• O nosso texto sugere também que essa adesão só pode ser radical e absoluta, sem meias tintas nem hesitações. Os dois primeiros discípulos não discutiram o “ordenado” que iam ganhar, se a aventura tinha futuro ou se estava condenada ao fracasso, se o abandono de um mestre para seguir outro representava uma promoção ou uma despromoção, se o que deixavam para trás era importante ou não era importante; simplesmente “seguiram Jesus”, sem garantias, sem condições, sem explicações supérfluas, sem “seguros de vida”, sem se preocuparem em salvaguardar o futuro se a aventura não desse certo. A aventura da vocação é sempre um salto, decidido e sereno, para os braços de Deus.
• A história da vocação de André e do outro discípulo (despertos por João Baptista para a presença do Messias) mostra, ainda, a importância do papel dos irmãos da nossa comunidade na nossa própria descoberta de Jesus. A comunidade ajuda-nos a tomar consciência desse Jesus que passa e aponta-nos o caminho do seguimento. Os desafios de Deus ecoam, tantas vezes, na nossa vida através dos irmãos que nos rodeiam, das suas indicações, da partilha que eles fazem conosco e que dispõe o nosso coração para reconhecer Jesus e para O seguir. É na escuta dos nossos irmãos que encontramos, tantas vezes, as propostas que o próprio Deus nos apresenta.
• O encontro com Jesus nunca é um caminho fechado, pessoal e sem consequências comunitárias… Mas é um caminho que tem de me levar ao encontro dos irmãos e que deve tornar-se, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, anúncio e testemunho. Quem experimenta a vida e a liberdade que Cristo oferece, não pode calar essa descoberta; mas deve sentir a necessidade de a partilhar com os outros, a fim de que também eles possam encontrar o verdadeiro sentido para a sua existência. “Encontramos o Messias” deve ser o anúncio jubiloso de quem fez uma verdadeira experiência de vida nova e verdadeira e anseia por levar os irmãos a uma descoberta semelhante.
• João Baptista nunca procurou apontar os holofotes para a sua própria pessoa e criar um grupo de adeptos ou seguidores que satisfizessem a sua vaidade ou a sua ânsia de protagonismo… A sua preocupação foi apenas preparar o coração dos seus concidadãos para acolher Jesus. Depois, retirou-se discretamente para a sombra, deixando que os projetos de Deus seguissem o seu curso. Ele ensina-nos a nunca nos tornarmos protagonistas ou a atrair sobre nós as atenções; ele ensina-nos a sermos testemunhas de Jesus, não de nós próprios.
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho


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DOMINGO DIA 15 DE JANEIRO
Jo 1,35-42

Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele.
Este Evangelho narra a vocação de três Apóstolos: João, André e Pedro. É uma bela amostra de como Deus chama a todos os homens e mulheres, para as mais diversas vocações: ao sacerdócio ministerial, á vida religiosa, ao matrimônio, a uma profissão assumida para servir o povo, à vida política quando assumida para buscar o bem comum... Deus chama pessoas porque está preocupado com o seu Reino, que é um Reino de igualdade, de fraternidade, de justiça e de fé.
“João estava com dois de seus discípulos.” Os dois seguiam João Batista porque estavam preocupados em servir a Deus e aos irmãos. Deus só chama quem está procurando servir.
“Vendo Jesus passar, João Batista disse a eles: eis o Cordeiro de Deus”, expressão que significa Messias. Ele é o Cordeiro que se sacrifica pelos pecados do povo, como faziam com o cordeiro no Templo.
Indicar Jesus para seus discípulos foi um gesto bonito de desapego de João Batista. Não se prendeu aos jovens que o seguiam, nem quis prendê-los em torno de si. Por isso que Jesus o chamou de “o maior dos profetas”.
Todas as pessoas que Jesus chamou, eram antes conhecidas dele. Deus só chama quem já está caminhando com ele.
“O que estais procurando?” Esta é a pergunta que Deus faz a todos nós, antes de nos chamar. O que nós buscamos na vida? Não adianta querer abraçar um caminho, até de serviço a Deus, mas por motivos egoístas. É interessante: nós queremos saber quem é Jesus e ele quer saber quem somos nós.
“Onde moras? Jesus respondeu: Vinde ver.” Antes de responder ao chamado de Deus, há sempre um processo de conhecimento da missão para a qual está sendo chamado. E não adiantam explicações teóricas, é preciso ver e conviver.
É interessante a mudança de nome que Jesus recebe. Antes: Mestre. Depois: Messias. E logo na frente: Filho de Deus. O nosso conhecimento de Jesus vai evoluindo durante a nossa vida.
“Foram, pois, ver, e permaneceram com ele.
“André era um dos dois discípulos... Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: Encontramos o Messias.” Deus sempre chama através de uma testemunha dele. Antes, o mediador foi João Batista, que disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Agora, o instrumento que Deus usa para chamar Pedro é seu irmão André. “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer: Pedra)”. A vocação transforma tanto a pessoa, que ela muda até de nome. No casamento, um assume o nome de família do outro; na vida religiosa, a pessoa geralmente muda de nome... A nossa vida sempre gira em torno de algo. A vida do vocacionado gira em torno de Deus, naquele lugar em que Deus o colocou.
O processo da vocação acontece, não isoladamente, mas em Comunidade. Dificilmente Deus chama alguém que não participa da Comunidade cristã. Os que vivem no mundo recebem outros chamados, nem sempre cristãos e construtivos.
Sófocels foi um dos maiores poetas e dramaturgos de todos os tempos. Ele viveu em Atenas, na Grécia, no Séc. V A/C.
Sófocles tinha dois filhos rapazes. Estes, ávidos de pegar logo a herança do pai, foram à justiça e o acusaram de louco. Isso porque, pela lei da Grécia, se o pai fosse declarado louco, os filhos podiam pegar logo a herança.
No dia do julgamento, Sófocles compareceu no tribunal. Reuniu-se muita gente, porque o povo estava curioso para ver como que Sófocles ia se defender.
Depois que os filhos terminaram a acusação, o juiz deu a palavra a ele. Sófocles, calmamente, se levantou e recitou sua última poesia, que não tinha nada a ver com a defesa.
Quando terminou, todos o aplaudiram de pé, pois era mais uma obra prima de arte.
Ao invés de condená-lo, o juiz condenou os dois filhos e os mandou para a prisão. E as pessoas presentes colocaram na cabeça de Sófocles uma coroa de louro, e o declararam o poeta da cidade.
Quando João Batista mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se ele era o Messias, Jesus também respondeu com ações. Disse aos discípulos: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista...”
A melhor maneira de dizer quem somos é através das nossas ações. “Onde moras? Jesus respondeu: Vinde ver.”
A vocação de Maria Santíssima é, depois de Jesus, a vocação mais bonita da Bíblia. Mãe das vocações, rogai por nós!
Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele.
Padre Queiroz.
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"O Cordeiro que tira o pecado do mundo..."– Diac. José da Cruz


03 de janeiro terça feira
Evangelho João 1, 29-31

                                                 A proclamação oficial da Nova Páscoa, que não só irá mudar a vida e o destino do Povo de Israel, mas de toda humanidade, foi feita no deserto, ás margens do Rio Jordão, precisamente no momento em que,  Aquele que  iria fazer o Batismo definitivo de purificação, entra na fila dos pecadores para receber o Batismo de João "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo".
Em uma frase nesse testemunho maravilhoso, João Batista resume toda a missão salvífica de Jesus, há neste testemunho dois pontos relevantes: primeiro, o Cordeiro da nova páscoa realizará um sacrifício definitivo e único, propiciando não apenas uma libertação política de uma nação que era escravizada pela outra, mas de todo e qualquer mal que dominava o Ser Humano, é portanto, infinitivamente superior ao Cordeiro Pascal cuja sangue marcou os batentes das portas dos Hebreus na noite em que passou o Anjo Exterminador.
Segundo, a libertação é plena e é dirigida a toda humanidade, ganhando a salvação um caráter universal. Sendo a Revelação uma auto-comunicação de Deus, é ele próprio no Espírito Santo que revela a verdade a João, o Batista a respeito de Jesus.
E o que esse texto altamente revelador tem a nos dizer, que implicações eles traz a nossa vida de cristãos neste início de um novo ano? Exatamente o reforço da nossa Fé que é genuinamente Cristocêntrica.
Há sempre um perigo que ronda a vida dos cristãos, atrelar a Salvação do Homem á Igreja Instituição,  pois é Jesus Cristo quem Salva e não a Igreja que é um valioso instrumento enquanto canal da Graça Divina.
 No período da Patrística, que vigorou 500 anos após o primeiro século do Cristianismo, os "Pais da Igreja" reconheceram que o "Logos" espalhou pelo Verbo Encarnado , as sementes do Reino em todas as Nações, Culturas e Religiões do mundo inteiro, portanto, mesmo fora do âmbito eclesial, quem fizer o bem por causa da Fé em Jesus Cristo, estará caminhando para a salvação, que é desejo de Deus a todos os homens. Por isso o sentido universalista da afirmação de João ao apontar Jesus "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo"
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Eis o cordeiro de Deus - Padre Queiroz

Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele.
Este Evangelho narra a vocação de três Apóstolos: João, André e Pedro. É uma bela amostra de como Deus chama a todos os homens e mulheres, para as mais diversas vocações: ao sacerdócio ministerial, á vida religiosa, ao matrimônio, a uma profissão assumida para servir o povo, à vida política quando assumida para buscar o bem comum... Deus chama pessoas porque está preocupado com o seu Reino, que é um Reino de igualdade, de fraternidade, de justiça e de fé.
"João estava com dois de seus discípulos." Os dois seguiam João Batista porque estavam preocupados em servir a Deus e aos irmãos. Deus só chama quem está procurando servir.
"Vendo Jesus passar, João Batista disse a eles: eis o Cordeiro de Deus", expressão que significa Messias. Ele é o Cordeiro que se sacrifica pelos pecados do povo, como faziam com o cordeiro no Templo.
Indicar Jesus para seus discípulos foi um gesto bonito de desapego de João Batista. Não se prendeu aos jovens que o seguiam, nem quis prendê-los em torno de si. Por isso que Jesus o chamou de "o maior dos profetas".
Todas as pessoas que Jesus chamou, eram antes conhecidas dele. Deus só chama quem já está caminhando com ele.
"O que estais procurando?" Esta é a pergunta que Deus faz a todos nós, antes de nos chamar. O que nós buscamos na vida? Não adianta querer abraçar um caminho, até de serviço a Deus, mas por motivos egoístas. É interessante: nós queremos saber quem é Jesus e ele quer saber quem somos nós.
"Onde moras? Jesus respondeu: Vinde ver." Antes de responder ao chamado de Deus, há sempre um processo de conhecimento da missão para a qual está sendo chamado. E não adiantam explicações teóricas, é preciso ver e conviver.
É interessante a mudança de nome que Jesus recebe. Antes: Mestre. Depois: Messias. E logo na frente: Filho de Deus. O nosso conhecimento de Jesus vai evoluindo durante a nossa vida.
"Foram, pois, ver, e permaneceram com ele.
"André era um dos dois discípulos... Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: Encontramos o Messias." Deus sempre chama através de uma testemunha dele. Antes, o mediador foi João Batista, que disse: "Eis o Cordeiro de Deus". Agora, o instrumento que Deus usa para chamar Pedro é seu irmão André. "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer: Pedra)". A vocação transforma tanto a pessoa, que ela muda até de nome. No casamento, um assume o nome de família do outro; na vida religiosa, a pessoa geralmente muda de nome... A nossa vida sempre gira em torno de algo. A vida do vocacionado gira em torno de Deus, naquele lugar em que Deus o colocou.
O processo da vocação acontece, não isoladamente, mas em Comunidade. Dificilmente Deus chama alguém que não participa da Comunidade cristã. Os que vivem no mundo recebem outros chamados, nem sempre cristãos e construtivos.
Sófocels foi um dos maiores poetas e dramaturgos de todos os tempos. Ele viveu em Atenas, na Grécia, no Séc. V A/C.
Sófocles tinha dois filhos rapazes. Estes, ávidos de pegar logo a herança do pai, foram à justiça e o acusaram de louco. Isso porque, pela lei da Grécia, se o pai fosse declarado louco, os filhos podiam pegar logo a herança.
No dia do julgamento, Sófocles compareceu no tribunal. Reuniu-se muita gente, porque o povo estava curioso para ver como que Sófocles ia se defender.
Depois que os filhos terminaram a acusação, o juiz deu a palavra a ele. Sófocles, calmamente, se levantou e recitou sua última poesia, que não tinha nada a ver com a defesa.
Quando terminou, todos o aplaudiram de pé, pois era mais uma obra prima de arte.
Ao invés de condená-lo, o juiz condenou os dois filhos e os mandou para a prisão. E as pessoas presentes colocaram na cabeça de Sófocles uma coroa de louro, e o declararam o poeta da cidade.
Quando João Batista mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se ele era o Messias, Jesus também respondeu com ações. Disse aos discípulos: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista..."
A melhor maneira de dizer quem somos é através das nossas ações. "Onde moras? Jesus respondeu: Vinde ver."
A vocação de Maria Santíssima é, depois de Jesus, a vocação mais bonita da Bíblia. Mãe das vocações, rogai por nós!
Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele.
Padre Queiroz

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Cordeiro de Deus - Prof. Isaias da Costa


ANUNICE O CRISTO, CORDEIRO
O texto de hoje compreende o segundo dia e é muito curioso. Jesus vem andando em direção João Batista, que ao vê-lo faz com que o pronunciamento que ele vem se preparando para a sua vida inteira: "Olha! Não é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo."
O que é curioso é que existem apenas dois personagens identificados na passagem de João e Jesus. Não está claro que João Batista está se dirigindo a estas observações.
Em face do que se poderia pensar que ele está tratando os sacerdotes e levitas, com quem tinha falado no dia anterior, mas eles informaram que estavam indo de volta para Jerusalém.
Outra possibilidade é que ele estava falando com seus seguidores e apontar Jesus para eles, como foi relatado por outros Evangelistas. Mas desde que o Batista faz isso no terceiro dia, podemos desconsiderar essa como uma explicação.
É apenas João Batista e Jesus, que estão presentes e João dificilmente seria dizer algo de Jesus, ele já está bem ciente. Mas uma outra maneira de olhar para isso é que talvez o João não esteja se dirigindo a ninguém em particular, mas sim a toda a humanidade, ou talvez mesmo de todo o cosmos.
Este anúncio por João marca a entrada de Jesus na cena que em seguida, chama os seus discípulos e começa um ministério de cura e de ensino que levam a seu grande ato de salvação. Podemos ver, portanto, que na verdade não ter um público claramente definido ternos propósito do Evangelista muito bem.
João Batista está fazendo uma declaração para a humanidade inteira: passado, presente e futuro.
Não há nenhuma digressão dando o nascimento de Jesus ou de genealogias ou quaisquer outros detalhes preliminares com Mateus e Lucas. Jesus simplesmente caminha no palco e começa sua grande obra de salvação.
O importante aqui não é o Cordeiro. O significado do cordeiro, a vítima sacrificial é clara e facilmente compreensível para os leitores de João. O que é importante e novo é o 'de Deus'. Jesus não é vítima de ritual. Ele é o Cordeiro de Deus, o sacrifício definitivo que tirais os pecados do mundo.
Isto é enfatizado na última frase do nosso texto, quando o Batista testifica que Jesus é o Escolhido de Deus. Ou como ele tem na maioria outras traduções, "o Filho de Deus".
João Baptista é um profeta, de fato o maior de todos os profetas. Mas nós somos profetas também. Nossa tarefa é a mesma que a sua para convidar as pessoas para olhar, para ver o significado de Jesus de Nazaré, para apontar que ele é o Cordeiro de Deus, no fato de que ele é o próprio Filho de Deus, o único que pode salvar nós.
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Homilia do Padre Françoá Costa – II Domingo do Tempo Comum – Ano A
Banquete sacrifical
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Essas palavras soam aos nossos ouvidos em cada Santa Missa ao aproximar-se um dos momentos mais sublimes do sacrifício eucarístico, a comunhão. E nós respondemos: “Senhor, eu não sou digno (…)”. Jesus Cristo vem a nós em cada celebração eucarística. Não nos esqueçamos, no entanto, de que a graça da comunicação de Deus conosco passa pelo sacrifício do seu filho, Cordeiro oferecido ao Pai que, com a sua obediência e com o seu amor, tira o pecado do mundo. De fato, essas palavras do Evangelho segundo S. João aludem ao sacrifício redentor de Jesus Cristo.
A Missa é sacrifício, ou seja, uma realidade sagrada oferecida a Deus. Não se pode negar essa verdade de fé divina e católica, quem assim o fizesse cairia na heresia.
O sacrifício está presente em toda a Sagrada Escritura; também o está nas diversas religiões. O ser humano sempre sentiu o desejo de oferecer dons a Deus. A universalidade desse fato nos mostra que é uma tendência natural do ser humano dirigir-se à divindade ofertando-lhe algo. Nas pessoas há tendências universais, independentemente da cultura na qual estejam integradas: a consciência de limitação e de culpa; a intuição de que existe um ser que está por encima de todos, criador e providente (= Deus); essa inclinação a oferecer a Deus dons, queira para agradá-lo queira para aplacá-lo; o desejo de não morrer etc.
Foi Deus quem colocou essas tendências universais no coração do homem. Assim como os projetos do homem passam primeiro pela sua mente, depois vão ao papel e chegam à realidade; de maneira semelhante, os projetos de Deus passaram pelo seu coração, foram prefigurados de diversas maneiras nas multiformes culturas e, finalmente, chegaram à sua cima em Jesus Cristo. Santo Irineu de Lyon gostava de dizer que Deus foi acostumando, durante séculos, o ser humano à sua maneira de atuar. O homem foi se acostumando com a maneira de Deus trabalhar no mundo e na sua vida. Em relação aos sacrifícios se vê essa mesma “pedagogia” de Deus.
Começando pela rudimentariedade dos sacrifícios antigos, passando pelo primor das cerimônias do povo de Israel e chegando, finalmente, à perfeição do sacrifício de Cristo na cruz, se vê uma línea constante na maneira de atuar de Deus. Cristo ofereceu a si mesmo, o seu amor e a sua obediência, como oblação pura ao Pai. Ele é sacerdote, vítima e altar. O sacrifício de Cristo, que consiste essencialmente no seu amor e na sua obediência, teve manifestações externas que chegaram ao cume do sofrimento humano.
A Igreja Católica sempre teve essa convicção: a Missa, toda Missa, é verdadeiro e próprio sacrifício. Essa verdade de fé foi reafirmada e dogmatizada solenemente pelo Concilio de Trento. Em cada celebração eucarística se oferece, verdadeiramente, Jesus Cristo ao Pai pela ação do Espírito Santo; em cada Santa Missa há um sacrifício no sentido próprio e real que essa palavra tem: sacrifício é oferecimento de um dom sagrado à divindade. É muito importante que compreendamos a palavra sacrifício como oferta. Seria um absurdo, em efeito, pensar, segundo o modelo dos antigos sacrifícios, que em cada Missa o padre mata a Cristo e o oferece ao Pai. Isso seria um horrível sacrilégio!
Cristo “apareceu uma só vez ao final dos tempos para destruição do pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9,26). Jesus morreu uma só vez, ofereceu perfeitissimamente ao Pai o seu amor e a sua obediência, as suas chagas e os seu sangue derramado para a nossa salvação. Conseguida essa salvação, “Cristo entrou, não em santuários feito por mãos de homens, que fosse apenas figura do santuário verdadeiro, mas no próprio céu, para agora se apresentar intercessor nosso ante a face de Deus” (Hb 9,24). Mas, de que maneira Cristo intercede por nós no céu? De várias maneiras, mas todas elas se resumem no seu sacrifício. A vida santíssima, redentora e santificadora de Jesus Cristo teve o seu momento mais alto e reunificador no Mistério Pascoal, isto é, na sua Morte, Paixão e Glorificação. Cristo nos salvou apresentando-se ao Pai e continua salvando-nos apresentando-se ao Pai. Ele é o nosso único Mediador.
Jesus entrou no céu com todos os méritos conseguidos na sua vida terrenal. Esses méritos são infinitos porque são os méritos do Filho de Deus, que é Deus. Apresentando-se ao Pai com o seu Mistério Pascoal, Jesus envia desde o santuário celeste esse mesmo Mistério, a sua Páscoa, à humanidade. Como? Através da Missa, que é a atualização dos Mistérios de Cristo, cujo central é a Cruz gloriosa, isto é, a sua Morte e Ressurreição, que mereceu também o envio do Espírito Santo. Em cada Missa, faz-se presente, atual, o Mistério da Cruz gloriosa e, ao entrarmos nesses raios divino-humanos da Eucaristia, somos redimidos, salvados, santificados e glorificados antecipadamente.
Há um livro belíssimo, escrito por um santo, que vale a pena ler para aumentar a piedade eucarística: “As excelências da Santa Missa” de S. Leonardo do Porto Mauricio pode ser uma grande ajuda para adentrar mais nesse Mistério, para viver a Santa Missa.
Pe. Françoá Costa
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EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO
É interessante a maneira de começar o Tempo Comum: com dois relatos vocacionais e uma exortação sobre nosso corpo!

Vê-se que a mãe Igreja quer que "nos identifiquemos". Que tomemos consciência de quem somos. Deixemos de pensar em nós desde os conceitos habituais, desde as marcas que nos distinguem. Pensemos em nós, simplesmente como seres humanos ... Deus se interessa por nós (Samuel), ou se faz interessante ante nós (os dois Discípulos de João).

O pequeno Samuel é objeto da complacência de Deus. Deus o chama, porém o pobre ainda não conhece sua voz. Confunde-o com outra voz. Mas encontra ao bom Helí que o põe em contato com Deus. E assim é. O pequeno diz as mais belas palavras que podia dizer: "Fala, Senhor, que teu servo escuta!".

Pode sentir-se cristão quem crê que Deus não lhe falou nunca? Teremos sido todos nós eleitos como interlocutores de nosso Deus? Creio que sim. Acerquemo-nos ao Santuário, ao silêncio sagrado, ao sonho que nos libera de nossas reservas e preconceitos. Nessa espécie de "dormência", nesses lentos amanheceres que às vezes nos surpreendem em nossa vida, ¡de seguro que Deus nos fala! E aí começa o dia: o dia de sentir-nos chamados por Deus, o dia de nossa vocação. Samuel não foi o único, mais um dos primeiros.

Também há que tomar a sério aos pequenos, aos meninos. Eles são freqüentemente abençoados por Deus, e Deus se dirige a eles, para deixar inscrita em sua vida alguma semente vocacional. Há que se tomar a sério, para que não se tenha “aborto vocacional". A semente tem que germinar, crescer e dar fruto. Isso dá glória ao Deus que nos chama.

A vocação nos abre a um novo dia. Os dois discípulos de João viram passar junto a eles o homem mais interessante da história. Eles não se davam conta de quem se tratava. De novo foi um mestre profeta, João o Batista, que o revelou: "esse é o Cordeiro - melhor, mais literalmente - o Cordeiro de Deus". Ele, com sua não-violência, e com sua humildade carrega todos os pecados, também os meus, os do mundo. Responsabiliza-se de todos nós, para descarregar-nos do mau peso e aliviar-nos o ônus. Os dois discípulos curiosos se aproximaram e se atreveram a perguntar-lhe: "Mestre, onde vives?” Jesus não põe condições. Os seduzem dizendo somente: Vinde e vereis! A experiência desse dia passado com Jesus foi definitiva.

Acabaram convictos e decididos a ficar com Ele. Mais ainda: sabemos que André, o único dos dois mencionados, procurou seu irmão Simão para que se encontrasse também com Jesus.

Não sabemos quem era o discípulo inominado; a não ser que suponhamos que era o "inominado do quarto evangelho", isto é, "o discípulo amado" de Jesus, ou talvez uma discípula? Talvez nunca possamos satisfazer nossa curiosidade neste ponto. Mas, sim podemos identificar-nos com essa figura anônima qualquer um de nós. Não é essa a finalidade do quarto evangelista ao privar-nos do nome real do discípulo amado, fazer dele nosso representante?

Quem tem a experiência de um dia com Jesus, não ficará afetado?

A mensagem deste domingo é, pois, muito singela: passemos um dia com Jesus, uma noite com nosso Deus! E escutaremos sua voz, O sentiremos no mais profundo do ser seu chamado!

Quem escutou a voz de Deus descobre seu corpo de outra maneira. Aquele que nos dará seu Corpo valoriza também nosso corpo. A benção apenas nasce, o declara corpo de um filho de Deus, o cura quando esta enfermo, consagra-o para que seja santuário de seu Espírito, promete-lhe a vida eterna e a ressurreição, une-o indissoluvelmente a seu Corpo Ressuscitado.

Temos um corpo vocacional, um corpo de aliança que em todos os momentos reivindica sua identidade. Por isso, não pode ser profanado com qualquer tipo de idolatria. Recebemos um corpo chamado, não ao sacrifício, nem a sua autodestruição -por meio do círculo vicioso das dependências-, mais chamado a ser corpo de Aliança, de Amor, corpo entregue, corpo eucarístico.

Que fazer para que nossas comunidades cristãs estejam todas elas formadas por mulheres e homens com "vocação"? Que fazer para que cada celebração dominical seja uma autêntica assembléia de convocados? Não é esta a melhor notícia que nos podem dar? Que o Senhor nos espera para falar-nos, para comunicar-nos algo, para dar-nos uma missão, um sentido em nossa vida? 

José Cristo Rey Garcia Paredes
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Vinde, Vede e Anunciai
A Encarnação é a chave fundamental de nossa fé: Deus encarnou-se em Jesus de Nazaré. O acabamos de celebrar e recordar no Natal. E a Encarnação mudou total e radicalmente nossa forma de relacionar-nos com Deus. No mundo judeu em que viveu Jesus e, em general, nas outras religiões Deus é um ser longínquo, todo poderoso, o que tudo sabe, o que tudo conhece, controla inclusive o futuro e impõe uma série de normas e condições aos humanos. O não cumprimento dessas leis implica o castigo divino.

Por isso, a relação com Deus está dirigida a aplacar sua ira e sua cólera. Devemos fazer sacrifícios (às vezes sem sentido algum para a vida da pessoa) para conseguir o perdão de Deus. A pessoa humana, desde essa perspectiva, só pode viver se humilhando na presença de Deus, reconhecendo sua nulidade, sua impotência.

Um Deus que se põem a nosso nível
Mas a partir de Jesus tudo mudou. Deus se faz mais próximo. Em Jesus manifesta seu amor incondicional, seu misericórdia infinita, seu desejo  para que todos vivamos em paz, amor e fraternidade. A relação com Deus já não consiste em olhar para cima com temor e tremor senão em olhar a nossa própria altura porque Deus se fez carne de nossa carne, caminha por nossos caminhos, come conosco. Está tão próximo que sente nossas dores como suas e se compadece conosco.

Entendido isto, se torna mais fácil, próximo e familiar o Evangelho de hoje. Dois discípulos de João fixam-se em Jesus e têm com ele uma conversa que muda suas vidas. Como poderia passar com qualquer pessoa. Sua inquietude concentra-se numa pergunta: “Onde vives?” e a resposta de Jesus converte-se em convite para a amizade, o diálogo e a possibilidade de compartilhar uma vida de uma maneira diferente: “Vinde e o vereis”.

O gozo da fraternidade
Não há outra forma de conhecer Deus senão seguindo Jesus, escutando sua palavra, passando momentos em diálogo e em silêncio com ele, seguindo suas impressões. Podemos estudar muitos livros, assistir a muitos cursos e participar em muitas celebrações, e ficar sem entender nada. Conheci pessoas que após muitos anos de ir a missas e rezar muitas orações ainda seguiam vivendo sua relação com Deus como uma espécie de contrato comercial: “Eu faço todos estes sacrifícios e espero que em troca Deus me dê a salvação”. Não duvido que Deus os encha de sua misericórdia. Mas pelo caminho perderam o melhor: a oportunidade de viver o gozo da fraternidade do Reino com seus irmãos e irmãs, seguindo a Jesus pelos caminhos da vida.

Seguir a Jesus não é um compromisso cego. A Palavra guia-nos e orienta-nos à fraternidade. Deus não se adora nem se honra nos templos, mais na proximidade com os mais pobres e esquecidos deste mundo. Devemos recordar a parábola do final do julgamento de Mateus capítulo 25. Com Jesus, descobrimos a alegria de viver em fraternidade.

Vale a pena seguir-lhe
Por isso vale a pena escutar sua voz que hoje nos volta a dizer: “Vinde e vereis”. A partir daí começa uma aventura sem comparação na qual todo nosso ser, nosso tempo, nossas qualidades, se põem ao serviço do Reino, da fraternidade, da construção de um mundo mais justo. Trabalho, preocupações, sofrimentos, tudo faz sentido para o Reino. Como Jesus.

Agora podemos ler de novo a Primeira e a Segunda leituras. Estão cheias de sentido. Não nos levam à escravidão, mais à suprema liberdade, à decisão que nos abre verdadeiramente à Vida, à única que vale a pena. Porque a vontade de Deus não é outra que o bem de seus filhos e filhas, de toda a pessoa e de todas as pessoas.

Já é hora de se pôr em caminho e lhe seguir.
Fernando Torres
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Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! –Alexandre Soledade

Bom dia!
Ontem falávamos de João Batista e sua fidelidade. Questionávamos também o que virou a nossa própria fé. Dizíamos ontem: "(...) Rezamos terços e rosários, mas acreditamos em espelhos quebrados. Vamos à missa, grupos de oração, mas ainda não nos livramos de ler horóscopos, elefantes nas portas, figas, pés de coelhos... Colocamos terços nos retrovisores, terço esse que nunca rezei ou aprendi a rezar".
Como diríamos aqui em Cuiabá: Então...
Se me declaro católico, cristãos, crentes em Deus, então deveríamos rogar e apresentar as pessoas a quem cremos e só assim poderemos fazer, e convence-las, como João Batista ao dizer: "é esse ai que é O CARA". "(...) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"!
Certa vez pensei que eu exagerava no teor do comentário até que descobri que algumas pessoas falavam bem parecido comigo.
"(...) Investir, com afinco, na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à instituição e à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra [...]; com capacitação não apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica. Especial atenção merece a homilia que precisa ATUALIZAR A MENSAGEM DA BÍBLIA DE TAL MODO QUE OS FIÉIS SEJAM LEVADOS A DESCOBRIR A PRESENÇA E A EFICÁCIA DA PALAVRA DE DEUS, NO MOMENTO ATUAL DE SUA VIDA". (§97 Doc 94 CNBB – Diretrizes Gerais 2011-2015)
Apesar de nossos defeitos e fraquezas somos, e temos mostrado ao longo de tantos anos, que somos capazes de evangelizar e a ajudar a manter a fé das pessoas vivas. Assim foi comigo e com você e será com nossos filhos se fizermos nosso trabalho direito e não pense que será fácil...
Não! Não será fácil, pois o mundo de hoje cada vez mais se apega em "deuses" que prometem prazer e realização imediata, sem necessidade de fé ou esperar pelo tempo ou esforço pessoal. Uma fé sem igrejas ou templos. Um tempo onde despersonificam a Deus e agora o chamam de "ser"; Hollywood o tornou perverso e vingativo em diversos de seus filmes e quem pensa que isso é coincidência se engana, pois esse mundo tem feito de tudo para abandonarmos a fé, visto que ela incomoda.
Esse mundo que vivemos aos poucos passa a ser descrente e faz campanha que nossos valores religiosos são "quadrados e ultrapassados". Fico a imaginar se não houvesse religião a quantidade de abortos, assassinatos e roubos, pois pode parecer que não, mas a crença que as pessoas tem embutem valores morais importantes em nossa sociedade. Mas se é verdade por que querem acabar com a fé? A resposta é simples: o poder do dinheiro e o do TER...
Vai começar mais uma edição daquele reality show que nos oferece valores "bem interessantes". Nunca vi tanta mulher se beijando na boca em festas e eventos, e se declarar de orientação hetero, como depois de uma edição desse programa. Culpa do programa? Não! Nós é que andamos procurando mais os lobos ao invés do pastor. Lembre-se: "(...) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"!
E como disse ontem: "Deus espera".
"(...) Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês, que é pai, será capaz de dar uma pedra ao seu filho, quando ele pede pão? Ou lhe dará uma cobra, quando ele pede um peixe? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai de vocês, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem"!(Mateus 7, 7-11)
O que fazer em 2012? Parar de prometer dia 31 e passar a cumprir a partir do primeiro raiar de janeiro
Com todo respeito: JESUS É O CARA! Creia nele!
Um imenso abraço fraterno.
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“Vinde e vede” Rita Leite


João aponta Jesus para seus discípulos, não os retém para si deseja que conheçam e sigam o Messias. Aponta para o cordeiro de Deus que tira todo pecado do mundo.
Os discípulos seguem Jesus querem conhecê-lo saber onde mora. Jesus os convida a segui-lo. O convite de Jesus é para todos nós. Vinde e vede. É assim que ele nos chama, para ir até Ele ver e segui-lo.
 João dá o testemunho de Jesus e seu testemunho é autentico, pois levam outros até Jesus. Também os discípulos vão levando outros.
Todos somos discípulos missionários de Jesus Cristo e devemos apontá-lo para outros. Quando caminhamos com Jesus queremos conhecê-lo cada vez mais. É assim que nossa fé se alimenta é no conhecimento da pessoa de Jesus. Ninguém ama o que não conhece, é preciso buscar conhecer o salvador para então segui-lo.
 Nossa adesão a Jesus precisa ser com todo nosso ser, nosso entendimento, com toda nossa vida. Não dá para seguir Jesus pela metade. Seguir Jesus exige de nós uma postura coerente com o que acreditamos. Só vivendo uma fé autêntica é que poderemos apontá-lo para outros como o cordeiro, como o caminho, como a salvação.
Um dia alguém nos falou de Jesus e daí nasceu nosso interesse pela sua pessoa. É sempre assim, alguém aponta Jesus fala dele para o outro e o outro deseja conhecê-lo. Por isso o cristão precisa ser alegre, trazer certo brilho no olhar.
Quando a gente encontra-se com Jesus nosso coração, nossa vida, nosso modo de crer e viver deve demonstrar isso para que outros queiram ir até Jesus e segui-lo. Nosso testemunho tem que ser convincente, não dá para falar uma coisa e na pratica ser outra. É preciso coerência entre o que se fala e o que se vive. Quem aceitou o convite de Jesus para segui-lo jamais estará sozinho, Ele caminhará ao nosso lado nos dando a força necessária para que o testemunhemos com nossa vida.

Em Cristo
Rita Leite