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sábado, 31 de março de 2012

"Jesus quis mostrar aos homens que Deus tem o poder de manifestar-se na simplicidade e na pureza da Sua criação. " - Maria Regina



Jesus caminhava para Jerusalém decidido a cumprir fielmente tudo o que a Sagrada Escritura por meio dos profetas já havia anunciado. Por isso, passo a passo, Ele ia preparando o cenário da Sua História de forma tal que hoje, nós pudéssemos aprender com Ele a fazer tudo de acordo com a vontade de Deus. Ora, na realidade Jesus era o Rei do Universo, o Enviado do Pai, Aquele sobre o qual os profetas já haviam profetizado, porém, ao mesmo tempo Ele confundia a todos quando pedia aos dois discípulos que fossem em busca de "um jumentinho, em que não montou ainda homem algum"; Jesus tinha um propósito em tudo o que fazia e, com certeza, Ele quis mostrar aos homens que Deus tem o poder de manifestar-se na simplicidade e na pureza da Sua criação.
Apesar de humilde aquele animal era um sinal de que a grandeza de Deus se revela por meio de nós quando nós nos propomos a ser simples instrumentos Seus no meio dos homens. E foi montado num jegue que Jesus teve a Sua entrada triunfal em Jerusalém e foi aclamado como Rei, demonstrando que a obra de Deus se expressa no coração do homem, mesmo que seja ele, infiel e traidor. O mesmo povo que aclamou Jesus no Domingo de Ramos O condenaria dias depois e gritaria para que Ele fosse crucificado. Nós podemos ser o jumentinho casto que, com humildade, conduz Jesus para ser aclamado Senhor ou podemos ser o povo que exalta a Jesus hoje, mas, no outro dia O condena, porque pecamos.
Precisamos, no entanto, ter o máximo cuidado quando nos propomos a ser o jumentinho que carrega Jesus para que, não O derrubemos querendo aparecer mais do que Ele. O grito de Hosana deve ser levantado aclamando a Jesus e não a nós, simples jumentinhos do Senhor. Que sejamos o jumentinho sem pretensões no qual ainda não montou homem algum a fim de que possamos levar a multidão a exaltar a Jesus dizendo também: Reflita "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!" – Você se considera humilde como um jumentinho que conduz Jesus no meio dos homens? – Como você se comporta quando leva Jesus para ser conhecido? – Você gosta de aparecer? – Você tem consciência de que faz parte desse povo que aclama Jesus como Rei, mas O condena quando peca?
amém,
abraço carinhoso de
Maria Regina

sexta-feira, 30 de março de 2012

Comentário dos Missionários Claretianos



Domingo, 1 de abril de 2012
Domingo de Ramos na Paixão do Senhor -– Missionários Claretianos
Santos do Dia:Catarina Tomás (agostiniana, virgem), Celso (arcebispo de Armagh), Dodolino de Viena (bispo), Gilberto de Caithness (bispo), Hugo de Bonnevaux (abade), Hugo de Grenoble (monge, bispo), Leucono de Troyes (bispo), Macário de Afúsia (abade), Melito de Sardes (bispo), Quintiano e Irineu (mártires da Armênia), Teodorico (príncipe de Glamorgan, eremita), Teodora de Roma (mártir), Valério de Leucone (abade), Venâncio de Spalato (bispo, mártir), Vítor e Estêvão (mártir do Egito).
Primeira leitura: Isaías 50, 4-7
Não desviei meu rosto das bofetadas e cusparadas. Sei que não serei humilhado. 
Salmo responsorial: 21, 8-9.17-18a-20.23-24
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? 
Segunda leitura: Filipenses 2, 6-11
Humilhou-se a si mesmo; por isso, Deus o exaltou acima de tudo. 
Evangelho: Marcos 14, 1-15,47
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos fazer um comentário pensando nas pessoas do povo, com suas preocupações diárias da vida. Pra começar, vale a pergunta: É possível celebrar a semana santa de uma forma alternativa? Comecemos perguntando: o que sentem, o que sentimos, diante da semana santa? Muitos trabalhadores, profissionais dos mais variados setores, e também intelectuais, ou pessoas de alguma cultura, se sentem mal quando, na semana santa, pela significação especial de tais dias, ou para acompanhar a família, e pela lembrança de uma infância e juventude religiosa, entram em uma igreja, captam o ambiente e escutam a pregação.
Sentem-se imersos de novo naquele mundo de conceitos, símbolos, referencias bíblicas, que transmitem uma mensagem em base a uma crença fora do tempo, mas que já não se encontra em nenhum outro setor da vida: o tema é o da “redenção”. Estamos na semana santa, e o que celebramos é o grande mistério de todos os tempos, o mais importante acontecimento: a redenção.
O “homem” foi criado por Deus (só em segundo plano a mulher), porém esta, a mulher, convenceu o varão a comerem juntos uma fruta proibida por Deus. Foi uma queda e o plano de Deus veio abaixo, foi interrompido, e precisou ser substituído por um novo plano, o plano da redenção, para redimir o ser humano em “desgraça com Deus” desde o momento da prática daquele “pecado original”, devido à infinita ofensa que tal “pecado” infringiu a Deus.
Esse novo plano, de redenção, exigiu a “vinda de Deus ao mundo”, mediante sua encarnação em Jesus, para assumir assim nossa representação jurídica diante de Deus e “pagar” por nós a Deus uma reparação adequada por semelhante ofensa infinita. E por isso Jesus sofreu indizíveis tormentos em sua Paixão e Morte, para “reparar” a ofensa, redimindo dessa forma a humanidade, e conseguindo o perdão de Deus e o resgate do poder e domino do pecado.
Esta é a interpretação, a teologia sobre a qual se constroem e giram a maior parte das interpretações em curso durante a semana santa. E este é o ambiente diante do qual muitos crentes de hoje se sentem mal. Diante de tais sensações sentem-se asfixiados. Vêem-se transladados a um mundo que nada tem com o mundo real de cada dia, nem com o da ciência, com a informação, o com o sentido mais profundo de sua vida. Por este mal estar, outros cristãos deixaram a semana santa tradicional e a própria Igreja.
Há outra forma de entender a Semana Santa, que não nos obrigue a transitar pelo mundo dessa teologia na qual tantos já não cremos?
Podemos não crer em tal teologia. Não se trata de nenhum dogma de fé. Trata-se de uma maravilhosa construção interpretativa do mistério de Cristo, graças à genialidade medieval de santo Anselmo de Canterbury, que a partir de sua visão de direito romano, construiu, “imaginou” uma forma de explicar para si mesmo, e conforme o contexto cultural da época, o sentido da morte de Jesus. Condicionado por muitas crenças, próprias da Idade Média, fez o que pode e o fez bem feito: elaborou uma fantástica interpretação que cativou tanto as mentes de seus coetâneos que perdurou até o século XX. Por este feito, é preciso felicitar santo Anselmo, sem dúvida.
O Concílio Vaticano II é o primeiro momento eclesial que supõe um certo abandono da hipótese da Redenção, ou uma interpretação da significação de Jesus para além da redenção. Sem dúvida, nos documentos conciliares aparece a materialidade do conceito, numerosas vezes inclusive, porém a estrutura do pensamento e da espiritualidade conciliar vão muito mais além. O significado de Jesus para a Igreja pós-conciliar deixa passar pela redenção, pelo pecado original, pelos terríveis sofrimentos expiatórios de Jesus e pela genial “substituição penal satisfatória” idealizada por Anselmo de Canterbury.
Desaparecem estas referencias, e quando ouvidas, soam estranhas, incompreensíveis, ou causam rejeição. É o caso do filme de Mel Gibson, que foi rejeitado por muito espectadores crentes, não por outra coisa senão pela imagem do “Deus cruel e vingador” que dava por suposta, imagem que, evidentemente, hoje não somente já não se crê, mas que convida veementemente à rejeição.
Como celebrar a semana santa quando se é um cristão que já não comunga com essas crenças? A pessoa se sente profundamente cristão, admirador de Jesus, discípulo seu, seguidor de sua causa, lutador por sua Utopia... porém sente-se mal nesse outro ambiente asfixiante das representações da paixão ao nove e velho estilo de Mal Gibson, dos via-crúcis, os passos da semana santa, das meditações das sete palavras, das horas santas que retomar repetitivamente as mesmas categorias teológicas de santo Anselmo do século XI... estando como estamos no século XXI.
Por trás da semana santa que celebramos não deixam de estar aí, mesmo que bem longe, as raízes ancestrais, as festa que os indígenas originários já celebravam sobre a base certa do equinócio astronômico. Trata-se de uma festa que evoluiu muito criativamente ao ser herdada de um povo a outro, de uma cultura a outra, de uma religião a outra. Uma festa que foi herdada e recriada também pelos nômades israelitas com a festa do cordeiro pascal, e depois transformada pelos israelitas sedentários como que a festa dos pães ázimos, como lembrança e atualização da Páscoa, pedra angular da identidade israelita... Festa que os cristãos logo cristianizaram como a festa da Ressurreição de Cristo e que somente mais tarde, com o devir dos séculos, na obscura Idade Media, ficou opaca sob a interpretação jurídica da redenção por obra do genial santo já mencionado.
Podemos pensar que “outra semana santa é possível”... e urgente! Mesmo não havendo espaço para desenvolver aqui uma nova interpretação desta festa, podemos por enquanto aliviar aos que se sentiam culpado pelo desejo de que ‘outra semana santa é possível’, e convidar também a todos à criatividade, livre, consciente, responsável e gozosa. Certamente não vai ser possível em todas as partes ou em qualquer contexto, porém o será em muitas comunidades concretas. Se não é possível na minha comunidade, poderá sê-lo em alguma outra comunidade mais livre e criativa que talvez não esteja muito longe da minha... por que não perguntar, por que não buscar essa comunidade?
Oração Comunitária
Deus, pai nosso, tu enviaste teu Filho entre nós, para que descubramos todo o amor que nos tens. E quando nós respondemos a esse amor com nossa rejeição, matando a teu filho, tu não voltaste atrás, mas que seguiste adiante com teu plano de ser nosso melhor amigo. Abranda nossos corações para que saibamos responder a teu amor com o nosso. Por Cristo nosso Senhor.

Homilia do Mons. José Maria



Homilia do Mons. José Maria – V Domingo da Quaresma – Ano B
“Queremos ver Jesus!”
A Quaresma caminha para o seu fim.
No Evangelho (Jo 12,20-33) Jesus mostra que desejam vê-Lo: É o caminho da Cruz, o caminho da obediência a Deus, o caminho da semente lançada à terra, que não fica só,mas, morrendo, produz muito fruto. É chegada a hora de Jesus. Trata-se de sua Paixão e Ressurreição, pela qual Ele se lança totalmente no plano do Pai e realiza plenamente sua vontade.
Um grupo de gregos (os estrangeiros à raça judaica), que estavam em Jerusalém para celebrar a Páscoa, pedem: “Queremos ver Jesus!”, isto é, conhecê-Lo em profundidade. Não se dirigem diretamente a Jesus, mas aos discípulos. Servem-se de dois mediadores: Felipe e André…
Diz Jesus: “Se o grão, que cai na terra, morre, produzirá muito fruto.” A fecundidade da vida se manifesta na morte. Jesus vai morrer e nascerá a Igreja…
Para conhecer Jesus: devem morrer as seguranças humanas, o apego à própria vida é à sabedoria humana (que os gregos valorizavam tanto)…
Deve morrer tudo o que nos afasta do projeto de Jesus, que veio para que todos tenham vida em abundância.
O caminho para ver Jesus é a Cruz: “Quando Eu for elevado da terra (na Cruz), atrairei todos a Mim”. É o caminho para todo o discipulado…
“Queremos ver Jesus!” Esse pedido dos gregos é uma linda proposta de vida para todos nós. É anseio de todos nós. Todos queremos ver Jesus! O Doc. de Aparecida nos lembra que “o início do Cristianismo é um encontro de fé com a pessoa de Jesus Cristo” (DA 243). E “a própria natureza do cristianismo consiste em reconhecer a presença de Jesus Cristo e segui-Lo” (244). Seguir Cristo: este é o segredo! Acompanhá-Lo tão de perto, que vivamos com Ele, como os primeiros Doze; tão de perto, que com Ele nos identifiquemos: se não colocarmos obstáculos à graça, não tardaremos a afirmar que nos revestimos de Nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 13,14). Diz São Josemaria Escrivá: “Neste esforço por nos identificarmos com Cristo, costumo falar de quatro degraus: procurá-Lo, encontrá-Lo, conhecê-Lo, amá-Lo. Talvez vos pareça que estais na primeira etapa… Procurai-O com fome, procurai-O em vós mesmos com todas as vossas forças! Se o fazeis com este empenho, atrevo-me garantir que já O encontrastes e que já começastes a conhecê-Lo e a amá-Lo e a ter a vossa conversa nos céus” (Amigos de Deus, 299-300).
Ao ser pregado na Cruz, Jesus é o sinal supremo de contradição para todos os homens! “Cristo, Senhor Nosso, foi crucificado e, do alto da Cruz, redimiu o mundo, restabelecendo a paz entre Deus e os homens. Jesus Cristo lembra a todos: “quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim” (Jo 12,32), se vós Me puserdes no cume de todas as atividades da terra, cumprindo o dever de cada momento, sendo Meu testemunho naquilo que parece grande e naquilo que parece pequeno, tudo atrairei a Mim. O Meu reino entre vós será uma realidade” (Cristo que Passa, 183). Cada cristão seguindo Cristo, há de ser uma bandeira hasteada, uma luz colocada no candeeiro: bem unido pela oração e mortificação à Cruz, em cada momento e circunstância da vida, há de manifestar aos homens o amor salvador de Deus Pai.
Os gregos quiseram ver Jesus! Encontraram Filipe e André que os conduziram a Jesus. Tendo visto Jesus, tendo acreditado nEle, Filipe e André guiam outras pessoas para verem Jesus. È a vocação de todos os que queiram seguir a Cristo. Tendo visto Jesus, tendo feito a experiência de Deus em sua vida, tendo-se transformado em semente lançada à terra, os cristãos são chamados a conduzirem outras pessoas a Jesus, para o verem, para o seguirem, para viverem de sua vida. Vendo Jesus nos cristãos, essas pessoas também crerão e terão vida em abundância.
“Queremos ver Jesus!”
Mas onde, quando, como encontrá-Lo?
O Documento de Aparecida mostra uns lugares de encontro com Jesus Cristo:
-“O encontro com Cristo realiza-se na fé recebida e vivida na Igreja”. (246)
- Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja…
É indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus” (347).
-Encontramos Jesus Cristo na Sagrada Liturgia… a Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do Discípulo com Jesus Cristo” (250-251).
A celebração eucarística dominical é uma necessidade interior do cristão, da família cristã e da comunidade paroquial” (252).
-O sacramento da Reconciliação (Confissão) é o encontro com o Cristo que perdoa (254).
- A Oração pessoal e comunitária cultiva a amizade com Cristo (255).
-“Jesus está presente em meio a uma Comunidade viva na fé e no amor fraterno” (256).
-Também o encontramos nos pobres, aflitos e enfermos… (257).
-“Encontramos também na Piedade popular…” (258)
“Queremos ver Jesus” significa acolher a sua pessoa com alegria, por ser o centro e a motivação mais forte da própria existência, e a garantia que não se apaga.
Mons. José Maria Pereira



Homilia do Pe. Françoá Costa


Homilia do Pe. Françoá Costa –V Domingo da Quaresma – Ano B
Atração da Cruz
Aproximam-se aqueles dias intensos nos quais celebraremos o mistério da nossa salvação. No próximo domingo, a Igreja tornará a vivenciar a entrada de Cristo em Jerusalém e viverá a partir de então, e com muita intensidade, aqueles dias tão fortes da Semana Santa e do Tríduo Sacro. Tão perto de tão grandes acontecimentos, é maravilhoso poder escutar essas palavras de Jesus na Missa de hoje: “E quando eu for levantado da terra atrairei todos os homens a mim” (Jo 12,33).
Contemplamos Jesus levantado na cruz estendendo-se rumo a todos os pontos cardeais, mostrando-se como aquele servo que aparece na profecia de Isaias e que é feito “luz das nações, para propagar minha salvação até os confins do mundo” (Is 49,6). A cruz do Senhor atrai. Já disse e tornarei a repetir: erram todos aqueles cristãos que querem tirar a cruz do cristianismo, equivocam-se todos aqueles que querem apresentar um cristianismo light, sem exigências, a gosto do “cliente”. Certas comunidades, ditas cristãs, ao parecer muito interessadas no dinheiro dos “fregueses”, retalham a doutrina de Cristo e apresentam somente aquelas coisas que são consideradas agradáveis às pessoas atualmente.
Odo Casel (1886-1948), no seu livro Mysterium des Kreuzes (O mistério da Cruz) apresenta-nos de maneira magistral a verdade conhecida de que Cruz e o Mistério de Deus encontram-se intimamente unidos. A Cruz é reveladora tanto da grandeza de Deus quanto da feiura do pecado. Depois dessa consideração, Casel nos mostra o Mistério da Cruz em relação com o Mistério da Igreja, Corpo de Cristo que nasceu do seu Sangue Preciosíssimo na Cruz. Casel chama a Igreja de concorporea Christi, concorpórea de Cristo. A graça chega até nós através do Mistério da Cruz, motivo suficiente para que amemos a Santa Cruz. No seguimento do Crucificado, o cristão vive no Pneuma, no Espírito Santo, e não na carne. Aquele que renasceu “da água e do Espírito” (Jo 3,5) sabe que ad altiora natus est, nasceu para as realidades superiores. Para conseguir chegar até lá tem que lutar e mortificar-se naquilo que tem de carnal.
O nosso autor observa que nas culturas antigas, as árvores – especialmente os cedros – eram divinizadas. A Sagrada Escritura repugna essa visão divinizadora de árvores. Há três árvores na Bíblia muito importantes: a da vida – que segundo a vontade de Deus, o homem deveria comer os seus frutos e viver –; a da ciência do bem e do mal – da qual o homem comeu, instigado pelo demônio, preferindo um conhecimento fora da submissão e, por tanto, longe de Deus –; finalmente, a árvore da Cruz, que foi colocada na fronteira entre a morte e a vida, entre o mundo pecador e o “mundo” de Deus. Através da árvore da Cruz se pode ter acesso à árvore da vida que está no Paraíso. O ser humano, depois de ter sido expulso do Paraíso, não teve mais acesso à árvore da vida; Deus “colocou ao oriente do jardim do Éden querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3,24). A árvore da Cruz e árvore da Vida, para alguns Padres da Igreja, se identificam: Crux Christi est lignum vitae, a cruz de Cristo é o lenho da vida (S.Atanasio Sinaíta). A Cruz aparece como condição necessária para aceder à árvore da vida e graças à satisfação que Cristo ofereceu ao Pai, podemos aceder novamente à árvore da vida.
Nós buscamos a árvore da vida, mas às vezes, ao buscá-la de maneira equivocada, podemos acabar dançando ao redor da árvore da morte, que é um ídolo. O ser humano quer encontrar a felicidade nas coisas imediatas, aqui e agora, e não busca a árvore que está na fronteira e que dá acesso à árvore da vida. Temos que aplicar diariamente à nossa vida a contemplação que fizermos sobre o mistério da Cruz, ou seja, carregar a nossa Cruz a través da obediência e do amor.
A cruz de Cristo atraiu cada um de nós e continuará atraindo, também através da vida santa de cristãos bem dispostos a servir a Deus em todos os momentos e a todos os seres humanos por amor a Deus. Isso acontecerá se a nossa vida estiver selada pela santa Cruz, que aponta e traz em si o mistério da Ressurreição do Senhor. Tudo isso custará sacrifício, mas… O que foi a entrega de Cristo na cruz senão uma oferta, um dom sagrado (sacrifício), ao Pai no Espírito?
Pe. Françoá Costa

quinta-feira, 29 de março de 2012

“HOSANA NO MAIS ALTO DOS CÉUS”! - Olívia Coutinho




01 de Abril de 2012 – Domingo de ramos.

Evangelho - Mt 11,1-10


Iniciamos hoje a semana Santa!
Para nós cristãos, a semana Santa é um tempo forte, em que estaremos reunidos em comunidade, para contemplarmos  os últimos  passos de Jesus a caminho da cruz e principalmente, para celebrarmos  a vida que a morte não venceu! 
A liturgia nos faz entrar no mistério do amor do Pai, nos prepara  para vivermos de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do ano litúrgico: A PÁSCOA DO SENHOR JESUS!
Aprendemos muito durante a nossa caminhada quaresmal, mas ainda há muito que aprender, pois temos uma missão muito importante: fazer chegar a tantos corações sombrios, a luz do Cristo Ressuscitado.
O caminho que percorremos nos aproximou mais do amor, da bondade de Deus, nos trouxe a certeza de que temos tudo para sermos  felizes: um Deus que nos ama, que não desiste de nós, que entregou seu Filho para pagar o preço do nosso resgate!
Não pensemos que foi fácil para Jesus, passar por tamanho sofrimento, pois Ele, assim como nós, não era isento das dores físicas e nem das dores da alma!
A entrada festiva de Jesus em Jerusalém marca o início de seu calvário.
Jesus é aclamado pelo povo oprimido, sem voz e sem vez e para se identificar com eles, entra em Jerusalém montado num jumentinho, instrumento de trabalho dos pobres!
A entrada triunfal de Jesus  em Jerusalém foi uma maneira forte de proclamar a chegada do Messias, o Rei tão esperado pelos pequenos!
“As multidões que iam à frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao filho de Davi”! “Bendito o que vem em nome do Senhor”! Hosana no mais alto dos céus”! Tamanha aclamação, provocou  ira nos seus adversários que sentindo ameaçados de perder os seus  tronos,  apressaram em dar fim na pessoa de Jesus, usando como sempre a força política e religiosa, como mecanismo de morte.
Nas celebrações da semana santa, nós nos comovemos diante das encenações da Paixão e morte de Jesus, achamos uma injustiça o que fizeram com Ele, mas será que nós, não continuamos de alguma forma, fazendo o mesmo com Jesus na pessoa do nosso irmão? Será que hoje, nós também não estamos crucificando-O no nosso dia a dia, com as nossas atitudes?
Não podemos esquecer  de que toda vez que não praticamos a justiça, a solidariedade, que negamos ajuda ao nosso irmão, estamos também crucificando Jesus! E ao contrário, todo vez que praticamos a justiça, que promovemos o nosso irmão, estamos ressuscitando-O!
Rasguemos, pois, as vestes do “homem” velho, para revestirmos do “homem” novo, que aprendeu com Jesus a partilhar a vida, a ser vida para o outro, para que  assim, possamos  desde já, vivenciar o grande sentido da páscoa: Passagem... Vida nova... Renovação...
Celebrar a Páscoa é celebrar a vida, é resgatar valores hoje tão esquecidos, como a fidelidade, a defesa da vida, o respeito humano...
Como verdadeiros seguidores do Cristo Vivo, que caminha no meio de nós, devemos estar sempre disposto a enfrentar toda e qualquer situação de perigo, para levar em frente a nossa missão de portadores e anunciadores do amor, pois uma  certeza carregaremos conosco: Jamais estaremos sozinhos, se temos um Deus que é Pai, que nunca abandona um filho seu!
 Precisamos entrar na dinâmica do Reino, carregar a bandeira do Cristo vivo, pois Ele deixou para cada um de nós, uma importante missão: dar continuidade a sua missão aqui na terra.
Quiseram eliminar aquele que acolheu os pobres, os abandonados, que defendeu a vida, mas não conseguiram, pois a vida vence quando se diz "SIM", ao amor!
Contemplando os últimos passos de Jesus, chegaremos a ressurreição!

FIQUE NA PAZ DE CRISTO!- Olívia

terça-feira, 27 de março de 2012

Comentários-Prof.Fernando


Comentários-Prof.Fernando(*) - dom.RAMOS01abril2012 – reanimar os abatidos
RESUMO DAS LEITURAS
1ª leit.:Is 50,4-7 para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida. Ele me desperta e abre meu ouvido para prestar atenção como um discípulo. Não lhe resisti nem voltei atrás. Não desviei o rosto de bofetões e cusparadas       Salmo:Sl 22 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
2ª leit.:Fl 2,6-11 esvaziou-se a si mesmo humilhou-se a si mesmo fazendo-se obediente até a morte. Deus o exaltou acima de tudo. Evang.:Mc 14,1-15,47 [Paixão de N.S. Jesus Cristo segundo Marcos ]

Exaltação e morte
·         O domingo de Ramos coloca-nos diante de um duplo movimento: Jesus é aclamado como um Rei, mas a Semana Santa começa com a leitura da paixão e morte desse rei.
·         Ao conquistar uma cidade, nela os reis costumavam entrar a cavalo, sob aplausos de seu exército e dos novos súditos. Na 2ªGuerra mundial também o exército nazista desfilou pelas ruas de Paris com seus carros e seus batalhões.
·         Ao montar um jumentinho, porém, Jesus substituiu o simbolismo da dominação porque o cavalo – ao contrário do jumento – é um animal de guerra. A vinda de um Messias para restaurar o reino de Davi era uma idéia muito forte no tempo de Jesus. E todo mundo queria expulsar os romanos invasores. Também por isso, saudaram festivamente a entrada de Jesus na Cidade Santa. A expressão hebraica “baruk habá” até hoje em Israel é uma saudação de “Boas-vindas” (ao pé da letra= “Bendito quem vem”). “Hosana” corresponde ao nosso grito de “Viva” (ao pé da letra= “por favor, salva-nos [meu Deus]”).
Morte e exaltação
·         O hino paulino na carta aos Filipenses é resumo desse duplo movimento hoje celebrado: exaltação e morte, na liturgia; humilhação e glorificação, na vida real de Jesus. As aparências enganam. O humilde rabino da Galiléia montado num burrico, na verdade é a Palavra eterna de Deus que veio morar entre nós. O Filho de Deus “se esvaziou” (tradução literal do texto) e ”humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
·         Esse texto e o de Isaías, além da Paixão segundo Marcos, retomam o tema da semana passada sobre a “Obediência”. Já consideramos anteriormente que o sentido bíblico é: o estar atento à Palavra do próprio Deus. Eis uma chave de leitura para a Semana Santa: a Redenção conquistada por Cristo deve-se à sua fé para aceitar a sua missão; assim ele cumpria a vontade do Pai “Eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.” (João 17,8).
·         Isaías 50,4, na tradução ao pé da letra: “ele despertou-me [minha orelha] para escutar como discípulo”, ou seja, me tornou atento e vigilante para poder aprender (ser discípulo) ou - numa palavra – “obedecer”. Em Filipenses 2 o texto grego diz que o Cristo “se humilhou, fazendo-se obediente”. Obediente (da mesma raiz do verbo “obedecer”) ao pé é “ouvinte, receptor, ouvidor”. Também em português o verbo “obedeço” (originado do latim “ob-audio” – grego “hyp-akoúo”) quer dizer “eu escutei e acreditei no que ouvi”. A expressão “dar ouvidos” ou “atender à orientação” como, por exemplo, na frase: “a criança educada deu ouvidos ao ensinamento dos pais.
Aplausos ou solidariedade
·         Gostaríamos de uma religião que não tivesse Semana Santa mais só procissão de Ramos com multidões em cantos e hosanas. Mas busquemos na oração o entendimento de toda a Semana, de Ramos, Ceia e 6ª.feira até o domingo da Ressurreição.
·         Abrindo os ouvidos para Isaías, Paulo, Marcos (sobretudo para o exemplo de vida de Jesus de Nazaré e seu “Reino” diferente) pedimos a graça de falar como discípulos para dar alento aos desanimados e de suportar até tapas ou insultos. Ou de saber gastar tempo em vigílias sem abandonar os que passam (com Jesus no Horto) pela angústia e pavor. Com Jesus abandonado, que tenhamos coragem também de gritar às vezes o mesmo clamor que foi o dele: ”Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
·         A qualquer momento podemos começar a “ser aprendizes”: o primeiro que prestou atenção à “semana santa” (antes mesmo da Ressurreição) foi um invasor estrangeiro ( o centurião romano): “Na verdade, esse homem era o Filho de Deus”.

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(*) Prof.filos./pedag./teol. (USU e PUC) mestre (educação/ teologia/ t.moral) fesomor2@gmail.com :adm.univers./ consultoria

Comentário de Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

01/abril/2012  --  Domingo de Ramos

Evangelho: (Mc 11,1-10)


O Domingo de Ramos é o dia que nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. A Liturgia de hoje nos oferece dois evangelhos de Marcos; um para a bênção dos ramos e outro para a Liturgia da Palavra. Para nossa meditação, vamos nos ater ao evangelho da bênção dos ramos (Mc 11,1-10) que relata a entrada triunfal de Jesus em Belém.

Ao entrar em Jerusalém, Jesus é aclamado Rei. No entanto, Jesus é um Rei diferente. Ao contrário dos outros reis que andavam em carros de guerra, Jesus é um Rei manso, humilde e pacífico.

Um Rei capaz de lavar os pés de seus súditos, sem perder sua majestade. Jesus faz justiça devolvendo vida ao povo. E o povo o reconhece como seu Rei, seu Salvador. Por isso, estende seus mantos à sua passagem.

Certamente, enquanto o povo gritava Hosana! “Salva-nos!” os poderosos ficaram preocupados e agitados. A presença de Jesus sempre preocupa e é uma ameaça para aqueles que vivem às custas do suor do povo. A simples presença de Jesus já é um bom motivo para sonharmos com a liberdade.

A Campanha da Fraternidade deste ano nos impulsiona a lutar incansavelmente para que a saúde se difunda sobre a terra. O direito à saúde não pode ser negado a ninguém e, muito menos, deve ser privilégio dos mais abastados. 

Como sempre, a Campanha da Fraternidade aborda um tema atual e está em sintonia com os planos de Deus. Jesus sempre pregou igualdade, fraternidade, justiça e deixou transparecer sua grande preocupação para com os doentes. Jesus nos convida a segui-lo e por em prática suas Palavras Quer ver-nos próximos do doente, do pobre e do marginalizado.

No entanto, as atividades libertadoras realizadas por Jesus, desafiam o poder opressor. A vinda do Rei-pobre exige muito de seus seguidores. Exige uma definição, ou o recusamos ou o aceitamos, não existe meio termo. Esse é o grande desafio para o cristão. Ficar com o verdadeiro ou com o falso. Ficar com o antigo ou aceitar a Nova Aliança.

Para ficar do lado de Jesus é preciso abrir mão do poder e assumir o serviço. É uma decisão difícil, que nos coloca numa posição incômoda. Não é fácil aceitar o convite do Salvador. Sua proposta de mudança é radical. Se trouxermos para os nossos dias, significa abrir mão dos grandes lucros e pensar com mais seriedade nos idosos, doentes, aposentados e desempregados.

O Rei é justo e exige preocupação com os dependentes químicos, com os enfermos e com os preços abusivos dos remédios. São mudanças que exigem desprendimento e renúncia; exigem solidariedade e amor ao próximo.

Paz é muito mais do que ausência de guerra. Por tudo isso, temos que ser fortes e assumir de verdade, para não permitir que se repita a mesma cena de dois mil anos atrás. É bom lembrar que os mesmos que exaltaram Jesus, também o condenaram. Exaltar Jesus é aderir ao seu Projeto.

Aderir ao Cristo significa mudar. Quem não muda e não assume o compromisso batismal, é como aquele que hoje estende o seu manto e grita “Hosanas!” e que, em menos de uma semana depois, se posiciona no meio da multidão para gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Jesus espera ouvir-nos gritando Hosanas e apresentando-o ao mundo! Todos precisam conhecer o Verdadeiro Rei, conhecer a Boa Nova da sua presença entre nós. É hora de reconhecer o Rei na pessoa dos pequenos e sofredores. Jesus nos convoca a fazer parte de seu exército na luta contra os que fazem da morte o seu meio de vida.

O convite está feito. Recusar ou aceitá-lo é uma questão de livre escolha.

(1785)                   

segunda-feira, 26 de março de 2012

LEITURA DO DOMINGO DE RAMOS



LEITURA: Marcos 15, 1-39
Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim.
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!
Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.
Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus?
(Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.
Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo.
Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
Era a hora terceira quando o crucificaram.
A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
[Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).]
Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!
Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!
Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias!
Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo.
Jesus deu um grande brado e expirou.
O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes.
O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus.

LITURGIA DA SEMANA SANTA - Lincoln




A Páscoa corrige curso da História


Por Lincoln Spada
A Páscoa é o acontecimento mais importante de toda a História, que é a ressurreição de Jesus. Essa é a primeira afirmação dada pelo vigário paroquial da comunidade Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, em Santos, Padre Fernando Gross. Em sua sala, na manhã de ontem, ele calmamente fala que “esse acontecimento no fundo corrigiu o curso da História, Jesus nos deu vida nova.”
Para o cristianismo, a cruz é a prova de amor incondicional de Jesus pela humanidade. Do latim, quem se apaixona é aquele que sofre com o próximo. Por isso, os fiéis celebram na Semana Santa a Paixão de Cristo. A representação de Jesus como Cordeiro de Deus surge com o simbolismo judaico. O animal imolado significa a absolvição dos pecados de seu dono. Segundo o padre, “pelo sangue de Jesus, nós fomos preservados da morte eterna”. Gross lembra que a Páscoa já existe antes da ressurreição de Jesus, mas representa a passagem de Moisés e seu povo pelo Mar Vermelho. A Páscoa cristã traz novo sentido a Páscoa judaica.
A Semana Santa é a semana maior da liturgia católica. Ela começa no Domingo de Ramos, que relembra a entrada de Jesus em Jerusalém como o messias da paz. Na quinta-feira, começa o Tríduo Pascal, que faz memória de Cristo crucificado, sepultado e ressuscitado. Nesse dia, a solenidade comemora o lava-pés e a instituição da Eucaristia. É quando Jesus renova o sentido do alimento pascal. Segundo a tradição, na Ceia do Senhor, o pão ázimo – feito de água e farinha – e o vinho se tornam corpo e sangue de Deus Filho.
Salmos são entoados por católicos em vigílias diante do Santíssimo. A adoração remete à oração noturna de Jesus no Horto das Oliveiras. O ato de beijar os pés da imagem de Jesus na cruz, rezar o terço na procissão e fazer a Via Sacra são símbolos de devoção e carinho popular pelo Filho de Deus. Para o presbítero, esses sinais “nos ajudam a ser pessoas pascais”.
Entre a sexta e o sábado santo, a Igreja faz menção no verso do Credo Apostólico: desceu a mansão dos mortos. Por isso, há a benção do Círio Pascal no átrio. E as velas se acendem e a luz avança por toda a assembléia no templo. Os católicos também renovam as promessas batismais. Há trechos fundamentais do Primeiro Testamento lidos na missa de sábado: a criação do universo, o sacrifício de Abraão e a primeira Páscoa. Depois, o padre ou o diácono lê o evangelho sobre a s mulheres vendo o sepulcro vazio. No dia seguinte, a leitura principal é quando dois apóstolos reparam que Jesus reviveu.
Paramentos – Na quinta-feira santa, os coroinhas lhe tiram a casula e a estola. Com um pano amarrado na cintura, o presbítero costuma lavar e beijar os pés de doze crianças. A coordenadora paroquial de Catequese Infantil, Mirian de Lourdes Lopes Costa, revela que as crianças já foram escolhidas e ensaiadas. Cada uma vestirá sandálias franciscanas e túnica colorida de cetim no instante que interpretação os apóstolos de Jesus.
Os liturgistas também devem usar roupas específicas durante a Semana Santa: camisa branca e calça escura. Seguindo a cor litúrgica, eles vestem camisas vermelhas na Celebração da Paixão. O sacristão Antonio Luiz de Andrade comenta que o incenso estará presente nas missas da Semana Santa.
Músicas – Anotando novas notas na pauta, Mildred Daisy Miguel de Souza ensaia o coral infanto-juvenil da Pompéia para a celebração de Páscoa. Com a mão esquerda em cima da mesa do teclado, Mildred explica as músicas características de cada rito da semana que virá.
A partir do Domingo de Ramos, a assembléia volta a cantar glórias e aleluias. E há procissão de ramos, “quando os fiéis saúdam Jesus como rei”, ela afirma. Na tarde de sexta-feira, a celebração evita os hinos. Só o canto de aclamação ao Evangelho e o de comunhão compõem o ritual do dia.
O destaque do sábado à noite é o “Exulta-te”, momento que o presbítero ou diácono entoa a narrativa das alianças de Deus com os homens. Esse rito antecede as leituras bíblicas. Mildred diz que “também existe a ladainha, que é a oração dos fiéis para que os santos peçam a intercessão de Jesus para a sua salvação”. Repete-se a ladainha do Domingo de Páscoa. E acrescenta-se a “Sequência” antes da proclamação do evangelho. Trata-se de um canto que conta sobre os fatos relembrados na Semana Santa.
Abraços, Lincoln Spada.